Vi agora há pouco no twitter do @BrenoGalante: “Já está sendo feita a retirada da grama natural da Arena MRV, para em breve, ser colocada a grama sintética”.
Uma pena. Mais um gramado sintético no futebol brasileiro e justamente no estádio que nasceu sob a esperança de ser um “caldeirão”, onde o Galo seria imbatível.
Inacreditável que os projetistas e construtores da Arena “mais tecnológica” do Brasil, não conseguiram dotar o Atlético de um gramado natural, num país de clima tropical. Coincidentemente, também hoje, o Uol divulga enquete feita com jogadores da Série A brasileira, opinando sobre qual o estádio mais temido para se jogar. Lamentavelmente a Arena MRV nem aparece na lista divulgada pelo portal. Aquela frase que marcou o Galo nos tempos de Independência, “caiu no Horto, tá morto”, passou para o Itaquerão, do Corinthians: “Caiu em Itaquera… Pesquisão UOL: Estádio do Corinthians é o mais difícil de jogar no Brasil A Neo Química Arena (SP), estádio do Corinthians, foi eleito o lugar mais difícil de jogar no Brasil na opinião dos atletas ouvidos pelo Pesquisão UOL.
A casa alvinegra recebeu 50% dos votos. O Allianz Parque (SP) foi o segundo mais votado, com 15,7%, seguido pelo MorumBis (SP), com 13,2%. Alfredo Jaconi (RS), Arena Fonte Nova (BA), Engenhão (RJ), Heriberto Hulse (SC), Ligga Arena (PR) e Maracanã (RJ) também foram citados…”
América faz o contrário do Cruzeiro: não pretende e não tem dinheiro para grandes investimentos. Vai apostar na meninada da base e em um técnico bem jovem, de 31 anos de idade: William Batista, que esteve no clube pela primeira vez em 2019 para comandar o sub-15.
Mostrou serviço e passou a comandar o sub-20. Foi para o Vasco, onde se deu bem e ficou até 2023, passando depois pela base do Bragantino e retornando ao Coelho para integrar a comissão técnica profissional fixa.
Ele é natural de Campinas. Que seja mais feliz que a aposta americana da temporada passada, também jovem: Cauan de Almeida, 35 anos, que não conseguiu subir com o time para a Série A.
William Batista tem um bom histórico na base do América: em cinco anos foram 43 vitórias em 87 jogos. Como interino no profissional, dirigiu o time em seis oportunidades, inclusive no lugar do Lisca, quando este foi dispensado.
É o Coelho dentro de sua realidade e ponho fé. Melhor acreditar no trabalho bem feito que é realizado há tempos nas categorias de base do que gastar um dinheirão com veteranos em fim de carreira, que por mais que queiram, não têm mais gás para ajudar o clube a retornar para a Série A.
No início de 1998, Chatih Felipe, primeiro à esquerda, depois de reunião com Paulo Maciel (direita), Secretário Municipal de Esportes de Sete Lagoas, que confirmou a cidade como uma das sedes da Taça BH de juniores daquele ano. Entre eles, eu e o Flávio Anselmo, então chefe da assessoria de imprensa da FMF. (Foto do jornal Sete Dias)
Acabo de tomar conhecimento, por meio do jornalista Thiago Nogueira, da morte do Chafith Antônio Felipe Filho, um dos maiores cruzeirenses que tive o prazer de conhecer. Natural de Raul Soares (230 Km de BH, entre Manhuaçú e Caratinga), tinha 80 anos de idade. Maior defensor da tese de que os grandes clubes de Minas têm é que investir na revelação e formação de jogadores da base, já que jamais terão condição de competir em condições razoáveis, com os concorrentes do Rio e São Paulo, que são muito mais endinheirados. Excelente diretor das categorias de base do Cruzeiro nos anos 1980. Tão competente que o Atlético o buscou para reconstruir a sua base nos anos 1990, mesmo sendo ele um apaixonado cruzeirense. Criador da Taça BH de juniores, que envolvia não só Belo Horizonte, mas cidades das mais diversas regiões do interior de Minas. Ele tinha uma convicção, da qual sou adepto, que o nosso estado tem talentos suficientes para abastecer os nossos clubes, mas que precisam ser descobertos e ter oportunidades de verdade. Minas Gerais é um país dentro do Brasil, também no futebol, mas não põe em prática o desenvolvimento da riqueza que tem. A Taça BH, cuja primeira edição foi disputada em 1985, era um sucesso absoluto. Segunda principal competição da categoria na América do Sul, atrás apenas da Copa São Paulo. Em princípio organizada pelo Cruzeiro, já que o Chafith era diretor lá. Cresceu tanto que foi encampada pela Federação Mineira de Futebol (FMF). Os maiores clubes do Brasil participavam e as cidades sedes, do interior, tinham seus times locais previamente credenciados a disputá-la. Em 2013, o Chafith teve que se afastar da coordenação por causa de problemas de saúde. Até 2014 era sub-20, mas a partir de 2015 sub-17, quando começou a perder atratividade, em função da entrada dos interesses comerciais das redes de televisão, sintonizadas com empresários do mundo do futebol e CBF. A última edição foi em 2018, com o Atlético campeão, Fluminense vice, São Paulo e Vasco na sequência. O corpo do Chafith será velado nesta sexta-feira (27), de 10 às 14 horas, no Bosque da Esperança/sala 5, em Belo Horizonte. Sepultamento às 14 horas.
Paulo Pezzolano com as filhas, homenageado no twitter pelo seu ex-clube, o Liverpool de Montevidéu. Foto: x.com/LiverpoolFC1915/@papapezzolano
No momento em que escrevo este texto o Atlético ainda não tem treinador para a temporada que começa daqui a 15 dias, com a reapresentação dos jogadores.
E começará o ano também sem casa própria, já que durante os próximos 90 dias a Arena estará em obras, para a instalação do gramado sintético, detestado pela maioria dos jogadores de futebol, inclusive do próprio Galo. Mas, se houve erro no projeto, que esqueceu da necessidade do sol na grama, fazer o quê, né?
Foto: x.com/ArenaMRV
Quanto a treinador, depois do “balão de ensaio” com o nome do português Luiz Castro, dentre os vários nomes especulados, o português Pedro Caixinha teria sido uma boa, mas acertou com o Santos.
Dos que estão sendo ainda chutados pela mídia, como Cuca e Paulo Pezzolano, entendo que o uruguaio, que conduziu o retorno do Cruzeiro à Série A, seria mais interessante. É desses que tira água de pedra, com os jogadores que tem à disposição.
A diretoria já disse que não haverá grandes investimentos em jogadores, então o próximo ano terá que ser na raça, na força da camisa, e o Pezzolano se mostrou muito bom nisso.
Cuca é ótimo técnico e ótima pessoa, mas a tendência de repetir o que fez no paranaense é grande: início muito bom, mas nos primeiros tropeços, começa reclamar que não teve os pedidos atendidos pela diretoria e tchau.
O paranaense entrou em parafuso e foi parar na Série B.
E pra você? Quem seria o melhor técnico para o atual momento do Galo?
·Com essa imagem dessa maravilha de Serra do Cipó ao fundo, pela MG de Prudente de Morais a Funilàndia, desejo um ótimo Natal a você, família e a todos que me prestigiam aqui.
Felicidades sempre! Muito obrigado pela companhia!
O que ele tinha de craque nos gramados está demonstrando também nos negócios. Ficou rico jogando futebol e aumentou a fortuna com boa gestão do que ganhou e diversificação.
Como dono de clube só não ganhou dinheiro nos Estados Unidos, mas se deu bem no Cruzeiro e no Valladolid.
Agora quer a presidência da CBF, entidade que é uma mina de dinheiro. Podre de rica, poder esportivo e político incomensurável, mesmo sem ter um jogador contratado sequer. Manipula com maestria os clubes, maioria de pires na mão, porém de dirigentes espertos que fazem bem o jogo pessoal. Quando alcançam seus interesses inconfessáveis caem fora e deixam os pepinos, abacaxis e muitas dívidas para o sucessor, ou, agora no caso as SAFs, para o futuro comprador.
Mas Ronaldo põe essa turma toda no bolso e não duvidem que se eleja presidente da CBF. Ele sabe que esse jogo se decide na política, principalmente em Brasília. Amigo de longa data de Aécio Neves, o ex-governador de Minas já está em campanha com ele.
Possivelmente eles terão Fernando Sarney como aliado e cabo eleitoral. Também grande articulador, o filho do ex-presidente da república, José Sarney nunca presidiu nenhum clube ou federação, mas era vice-presidente e muito influente na CBF desde 1989, quando João Havelange pôs o genro. Ricardo Teixeira, na presidência da entidade.
Até hoje o estado do Mato Grosso do Sul reclama que perdeu a condição de sede da Copa de 2014 para o Mato Grosso, por causa da atuação do Fernando nos bastidores a favor de Cuiabá em detrimento a Campo Grande. Em termos turísticos, o pantanal da parte Sul era e é muito mais atraente que o outro, mas valeu a força política do vitorioso.
O atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação baiana, também é mestre na articulação e corajoso. Foi ele quem tirou Fernando Sarney da vice presidência da entidade e das cobiçadas cadeiras de representante brasileiro nos conselhos da FIFA e CONMEBOL.
Deu e tomou rasteiras nesse complicado xadrez, comprando, estrategicamente, brigas com os antigos padrinhos e aliados, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo e Flávio Sveiter. Da noite pro dia caiu da presidência, assim com do dia pra noite retornou ao cargo.
Neste baralho todo, algumas forças dos bastidores têm sido pouco ou nada faladas pela imprensa, mas certamente já acionadas pelos principais concorrentes e cada uma de olho em seus interesses e para onde destinar seus movimentos e votos: o Palácio do Planalto; o ex-presidente Ricardo Teixeira e o ex-deputado Marcelo Aro, irmão do presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro.
Ligado 100% ao Planalto, desde os dois primeiros mandatos de Lula, Alcino Reis Rocha, do PC do B, braço direito dos Ministros do Esporte indicados pelo partido. Nomeado secretário-geral da CBF pelo presidente Ednaldo Rodrigues. Muito ligado também ao ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanches, que pode surgir como nome novo nessa parada.
Engana-se quem dá Ricardo Teixeira como acabado. Ainda detém poder de influência em votos, e o mais importante, muita informação sobre todos os envolvidos.
E muita gente não sabe ou não se lembra que em 1989 João Havelange contou com a FMF para lançar e bancar a candidatura de Teixeira, usando a influência e capacidade de articulação do então presidente da entidade, Elmer Guilherme Ferreira, filho do Coronel José Guilherme, que mandava na FMF desde 1966.
Marcelo e Adriano Aro são sobrinhos do Elmer, netos do Coronel e puxaram o talento da articulação deles. Têm como principal e antigo parceiro nessas articulações o advogado Castellar Guimarães Neto, presidente da FMF de 2014 a 2018, vice-presidente da CBF de 2019 a 2022 e atualmente presidente do Tribunal do Futebol da FIFA.
Ednaldo Rodrigues é naturalmente candidato. Também deve entrar na disputa o presidente da Federação Paulista de Futebol desde 2015, Reinaldo Carneiro Bastos.
Esse jogo é bruto e imprevisível. Para ser candidato, Ronaldo e qualquer outro precisa ter a indicação de quatro clubes e quatro federações, o que parece ser fácil, mas na prática não é.
As eleições serão a partir de março de 2025, mas ainda sem data definida. Votam os presidentes das 27 federações com peso três, os 20 clubes da Série A, com peso dois, e os 20 da B, com peso um.
Alguns clubes e dirigentes estão voltando a práticas antigas de marketing, muito comuns até os anos 1990, do jogo de cena, do “parto da montanha”, de anunciar que um grande jogador ou treinador está “praticamente” contratado e depois diz que não foi possível, mas que pelo menos “tentou”.
O torcedor mais apaixonado, que raciocina pouco, cai na conversa, fica feliz e só sente que foi enganado quando, lá na frente, no fim da temporada, a campanha do time foi decepcionante.
Mas, há publicitários inteligentes e empresas que também estão conseguindo fazer isso, com muita competência e usam grandes clubes e a imprensa para vender bem o seu “peixe”.
Para contar como funciona, sugiro a coluna do Rodrigo Capelo, no O Globo, de ontem:
“A mágica do patrocínio de mentirinha”
Esse é o tipo de jogo que pouquíssimas marcas podem jogar. Se você enrola o mercado desse jeito, perde credibilidade
Por
Rodrigo Capelo
Aconteceu de novo. A startup da prostituição diz que vai ajudar o Corinthians a contratar Pogba, todo mundo dá a notícia, com nome e sobrenome, do meia francês e da empresa, e aí tanto faz se a contratação acontece ou não. A propaganda já foi feita gratuitamente pela imprensa, por influenciadores e por torcedores. Nesses dias em que se celebra a magia natalina, já que aqui se fala de negócios, destaca-se a esperteza desta outra, a mágica do patrocínio de mentirinha.
O passo a passo da estratégia é simplérrimo. Primeiro, a companhia anuncia que apoiará tal clube numa iniciativa esplendorosa. No caso do Corinthians foi a contratação da estrela internacional, no Vitória a ideia foi batizar o próprio clube com a marca — R$ 200 milhões para trocar o nome do time! Dado que a intenção é oficial, autodeclarada e irrefutável, a imprensa trata como fato e repercute o anúncio. A exposição da marca ocorre aí. De graça e para valer.
Curioso é que as diretorias dos clubes podem estar a par da campanha ou não. Dirigentes, que estão habituados a conduzir a opinião pública, se veem acuados por alguém que sabe brincar com a repercussão melhor do que eles. E então cada um reage de um jeito. O Corinthians negou envolvimento. O Vitória levou a proposta pela compra dos naming rights aos sócios — que rejeitaram alterar o nome do clube, mas aprovaram por a marca junto do estádio Barradão.
O segundo passo dessa estratégia é a contenção de danos. Pois, veja bem, o sentido dela não é contratar Pogba, nem rebatizar o Barradão, e sim tapear jornalistas e influenciadores para que eles falem gratuitamente o nome da marca. No Corinthians, a empresa fez uma doação de R$ 200 mil à vaquinha para pagar a dívida do estádio. No Vitória, ela alegou que não daria para comprar os naming rights, pois a mídia não citaria o nome da marca. É brincadeira, ou não é?
Esse é o tipo de jogo que pouquíssimas marcas podem jogar. Se você enrola o mercado desse jeito, perde credibilidade. Mas se o seu negócio não está sedimentado em reputação, no sentido convencional, que mal faz? Os objetivos dessa empresa são promover a própria marca, colocar o assunto prostituição em pauta e promover um certo debate público sobre segurança, confidencialidade, etc desse tipo de serviço. Empresas de outros setores não fariam igual.
A crítica, aliás, não é à startup da prostituição — que não nomeio justamente para não reforçar o ganho de exposição da marca. O problema está em todo o resto. A imprensa e o influenciador não deveriam repercutir qualquer coisa, mesmo que a afirmação seja “on the record”, sob o risco de executar a agenda oculta de alguém. Pode-se até ganhar alguns cliques com a notícia de imediato, mas a consequência disso é a poluição da opinião pública com nada sobre nada.
Antigamente, a Globo tinha o hábito de não citar marcas para não entregar retorno comercial a quem não a patrocinava. Detentora da maior parte da audiência e do mercado publicitário, ela tinha condições de conduzir seu editorial assim. Muita gente achava ruim. Pois bem. Com a multiplicação dos meios de comunicação e a descentralização do debate público, o cenário mudou. Hoje cada influenciador pode ser um player relevante. Está na hora de aprender algo sobre o negócio e cortar a propaganda gratuita em cima das mentirinhas que contam por aí.
Em março de 2022, Atlético 2 x 1 Cruzeiro, de virada, jogo que marcou a carreira de Igor Benevenuto (Foto: Pedro Souza/Atlético)
As pressões dentro e fora dos gramados, antes, durante e após as partidas, bem como os bastidores da arbitragem foram o tema de uma conversa de quase três horas com Juliano Lopes Lobato e Igor Junio Benevenuto, em nosso canal no YouTube, Prateleira de Cima.
O programa vai ao ar hoje, 12h30, e os dois contam histórias que vão surpreender a quem só acompanha o futebol superficialmente.
Ex-árbitro, Juliano Lopes é o atual presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol. Ex-árbitro da FMF, desde 2021, quando sucedeu a Giuliano Bozzano, demitido após o fim do Campeonato Mineiro daquele ano. Também é vereador de destaque em Belo Horizonte.
Benevenuto é árbitro FIFA, há dois meses contratado pela federação dos Emirados Árabes e mora em Dubai, de onde falou conosco, sobre a decisão de se tornar um árbitro exclusivo VAR e optar por viver no exterior, numa região de costumes tão diferentes dos nossos.
Eles falam também de polêmicas que marcaram as suas carreiras no apito e que interferiram de forma direta em suas vidas profissionais e pessoais.
Juliano Lopes, por exemplo, deu detalhes sobre a derrota do Atlético para o Valério, 3 x 2, no Mineirão, com erros posteriormente reconhecidos por ele no apito, que rendeu processo judicial contra Procópio Cardozo e uma guinada na carreira dele como apitador.
Igor Benevenuto deu detalhes de como se safou das ameaças de morte de torcedores do Cruzeiro, após marcar um pênalti para o Atlético, aos 38 do segundo tempo no clássico vencido pelo Galo, de virada.
Eu, o Régis Souto e o Guilherme Veloso batemos este papo com Juliano e Igor, que você poderá conferir a partir das 12h30, hoje, 23 de dezembro e posteriormente no link https://www.youtube.com/@PrateleiradeCimaOficial
Em janeiro de 2005, Atlético 2 x 3 Valeriodoce, partida que provocou uma guinada na vida de Juliano Lopes Lobato. (Foto: Reprodução/Youtube)
Igor Junio Benevenuto conciliava a arbitragem com a enfermagem, como mostra essa foto feita por ele mesmo.
A partir da esquerda, Juliano Lopes é o segundo, ao lado do presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro, na foto oficial da arbitragem mineira depois da conclusão dos preparativos para o Campeonato Mineiro deste ano.
As redes oficiais de comunicação do Atlético não chegaram a dizer que o treinador português estava contratado. Mas muitos companheiros da imprensa embarcaram em fontes extraoficiais de que estava tudo certo.
Eu estava achando tudo muito estranho, principalmente depois que vi essa notícia no portal ESPN: “Presidente do Cuiabá diz que Corinthians e Atlético-MG devem quase R$ 23 milhões ao clube e ataca: ‘Doping financeiro’ – Presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch voltou a tecer críticas a Atlético-MG e Corinthians pela inadimplência ao longo de 2024 em transferências de jogadores do Dourado – a dupla fechou com Deyverson e Raniele, respectivamente…”
Pensei: uai! Se não está pagando nem ao Cuiabá, como vai contratar um treinador cuja comissão técnica vai custar em torno de R$ 3 milhões por mês?
E mais: estão dizendo que o português teria feito um punhado de exigências, principalmente quanto a contratações de jogadores de alto nível para brigar por todos os títulos que disputaria em 2025. Lembrei-me de dois grandes mestres do jornalismo, os saudosíssimos Flávio Anselmo e Rogério Perez, que em situações como essa diriam, respectivamente: “vou guardar a minha boca pra comer a minha farinha”, e “menos gente, muito menos! …
Não deu outra. Ontem à noite deu no portal da Itatiaia: “Atlético desiste de Luís Castro e já tem novo técnico na mira”.
E hoje, também no portal da Itatiaia, mais essa: “Acertado com Palmeiras, Paulinho viaja a São Paulo e curtirá show no Allianz Parque – Atacante de 24 anos estará no estádio do futuro clube neste domingo (22)”.
Bruno Fuchs chegou emprestado ao Atlético em dezembro de 2022. (Foto: Pedro Souza/Atlético)
Administrar empreiteira e banco é totalmente diferente de futebol. O Galo tem sido um mosaico de desilusões para a sua torcida com essa SAF.
O estádio que era pra ser um “caldeirão” imbatível, é uma fonte de problemas: pontos cegos, segurança, acústica e falam sério em gramado sintético já que por um erro de projeto não bate sol numa parte considerável, que não teve reparo que resolvesse até agora.
Mas, no que importa mesmo, que é o futebol, os donos do Atlético anunciaram com pompas a criação do CIGA – Centro de Inteligência do Galo – que seria um departamento de análise de dados e observação de jogadores e treinadores que poderiam ser contratados.
Ainda bem que a memória eletrônica está aí para relembrar promessas e devaneios, bonitos no papel e microfones, mas que na prática, são muito difíceis de se tornar realidade. No dia dois de setembro, reportagem assinada pelo Pedro Faria, no portal O Tempo, dizia que “… Com isso, o clube também vai poder ter escolhas mais definidas na hora de contratar jogadores e técnicos. Um exemplo desse modelo é o mesmo utilizado em clubes da Europa, como o Barcelona, que é conhecido por revelar ótimos jogadores nas categorias de base. A explicação foi feita por Diego Weber, gerente de mercado do Centro de Inteligência do Galo (CIGA)…”
E a reportagem segue: “… Quando contratou o técnico Gabriel Milito, o clube apresentou a ele seis “macroprincípios”, que serão o norte do departamento de futebol do clube nos próximos anos. Dentre eles, ficaram definidos dois ofensivos (preferência pela saída curta e construção vertical), defensivos (pressão na bola e incomodar a saída de bola do adversário) e de transição (pós-perda agressivo e explorar contra ataques).
O treinador argentino foi contratado justamente por preencher esses requisitos, de acordo com um estudo feito pelo CIGA.
Nas próximas janelas de transferências, o Atlético vai procurar por jogadores que preencham esses conceitos. O clube também quer optar por montar um elenco próprio, que se identifique com as características do clube, ao invés de ter jogadores indicados por treinadores…”
Dois meses depois Milito era mandado embora e até hoje o Atlético está sem técnico, faltando menos de um mês para a bola rolar na temporada 2025. E contratar jogadores sem ouvir o treinador nunca deu certo em clube nenhum. De repente, essa nova safra de cartolas do Galo vai conseguir.
Quase todo dia saem notícias de grandes negócios, faturamento, recorde disso e daquilo. Por outro lado, o lado, no que realmente importa, o futebol, até o Bahia dá de cima de jogadores imprescindíveis ao time, como o goleiro Everson, por exemplo. O River Plate fala em Battaglia, o Palmeiras quer Paulinho e o Corinthians fala em levar Guilherme Arana de volta.
Uai, desse jeito, como colocar o Galo entre os cinco maiores do mundo em cinco anos, como prometido em 2021?
Ah, tá! O zagueiro Bruno Fuchs atingiu as metas estipuladas e o clube ficará com ele até 2028!!! Metas? Que metas? Fuchs era do CSKA Moscow, da Rússia. Segundo reportagem de O Tempo, de ontem, 18, “… O jogador estava emprestado ao clube mineiro até o fim deste mês e atingiu as metas estipuladas no contrato para que o Galo realizasse a compra…”
Chico Maia é jornalista formado pelo Uni-BH (antiga Fafi-BH) e advogado pelo Unifemm-SL. Trabalhou nas rádios Capital, Alvorada FM, América e Inconfidência. Na televisão, teve marcante passagem pela Band Minas e também RedeTV!. LEIA MAIS contato@chicomaia.com.br