Foto: Uol Esporte
Senhoras e senhores, lendo as opiniões no blog, me chamou a atenção uma, cuja história vale ser compartilhada com todos. Primeiro, estranhei a data da postagem alvo do assunto: 04 de abril de 2010, às 16h38, sob o título “Lamentável”. E o comentário: “Hoje 2021 o cara sendo condenado por estrupo, não precisa dizer mais nada.”
O autor é Cloves Araújo, a quem agradeço. Antes da republicação do post, vale uma reflexão. Solidariedade humana não pode distinguir ou restringir qualquer ideologia, credo religioso, sexo, idade ou local de nascimento. O que importa é o ser humano. Você é solidário a uma/alguém ou não é!
Sou desses que acreditam em algumas máximas, tipo: “aqui se faz, aqui se paga”; “se não há justiça na terra, certamente haverá no além”.
Eis a postagem de 04/04/2010:
“Lamentável”
Nada pode justificar a falta de solidariedade humana. A notícia está na Folha de S. Paulo:
* Meninos da Vila se recusam a participar de ação beneficente Folha de S. Paulo
“ O que era para ser um gesto de caridade virou uma saia justa para os meninos da Vila. Trinta e quatro pessoas, incluindo crianças e adolescentes, a maioria com paralisia cerebral, aguardavam ontem a chegada do elenco santista, que faria a doação de ovos de páscoa no Lar Espírita Mensageiros da Luz, em Santos.
Ocorre que boa parte dos atletas –incluindo os mais badalados e aguardados, como Neymar, Robinho e Ganso– não saiu do ônibus. O aparente motivo do levante foi religioso: a instituição beneficente segue a doutrina espírita. Ganso chegou com seu próprio carro e, antes de entrar no local, foi chamado pelos colegas que estavam no ônibus (eles gritaram e bateram nas janelas). Ganso entrou no ônibus, onde também estavam Fábio Costa, Durval, Léo, Marquinhos e André, e não saiu mais.
Visivelmente constrangido, o técnico Dorival Jr. tentou convencer o grupo a participar da ação de caridade. Depois disse aos jornalistas que sabia que alguns atletas se recusariam a entrar no local, mas negou que o motivo fosse religioso.
O presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro foi até o ônibus e conversou com os atletas. “Falei para eles [jogadores] que encontrariam cenas fortes no local. Há pessoas que não se sentem bem com isso. Acho normal cada um fazer o que bem entender. Eu não conhecia a casa, mas o Santos tem que provar que não é apenas um time de futebol”, disse.
Posteriormente, o Santos informou que os jogadores não entraram no local simplesmente porque não quiseram. Dentro da instituição, os jogadores que participaram da doação dos 600 ovos, entre eles Felipe, Edu Dracena, Arouca, Pará e Wesley, conversaram e brincaram com as crianças. Os ovos foram doados por um patrocinador do clube”.
Depois, em entrevista à TV Bandeirantes, Robinho explicou:
– Só ficamos sabendo quando chegamos ao local que se tratava de um ambiente espírita. Cada jogador tomou a atitude que achou conveniente, e acho que a religião de cada um precisa ser respeitada. Ninguém orientou a gente para que tomássemos essa atitude. Ela foi movida pela religiosidade de cada um. Isso não tem que virar polêmica – disse Robinho.
Evangélico, Neymar disse o seguinte:– Fiquei sabendo dos rituais religiosos realizados no local somente quando cheguei lá. Tomei essa atitude, pois tinha receio de não me sentir bem”.
https://blog.chicomaia.com.br/2010/04/04/lamentavel-2/
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Dias depois, em função da péssima repercussão nacional que estava causando danos à imagem deles, se “arrependeram” e fizeram uma visita à instituição, como foi registrado pelo Uol na época: ”
12/04/2010 – 16h03
Brum, Ganso, Neymar e Robinho visitam lar espírita para apagar má impressão
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