Presidente americano Marcus Salum, em foto do Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
O Coelho empatou sem gols com o Brasil, em Pelotas, e volta a secar a Chapecoense. Agora vai enfrentar o Confiança, em Aracaju, e o Avaí, no Independência. A luta com a Chapecoense pelo título da Série B continua. O time catarinense enfrenta a Ponte Preta em Chapecó, nesta rodada, e depois pega o Operário, em Ponta Grossa, e o Confiança, em Chapecó.
Fora das quatro linhas o clube se movimenta visando a próxima temporada. Primeira missão, é convencer o Marcus Salum a se candidatar à reeleição, depois, do Conselho Deliberativo, que precisa reelegê-lo. É um dirigente acima da média nacional, além da paixão que tem pelo América; uma tradição de família. Ele foi entrevistado pelo Paulo Galvão, para o Estado de Minas/Superesportes, no fim de semana. Vale a pena conferir:
* “Reforços, saídas, Lisca: Salum detalha planos para o América na Série A”
‘Mostramos que é possível fazer mais com menos’, comemorou o presidente do clube, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas e ao Superesportes.
O América ainda luta pelo título da Série B do Campeonato Brasileiro de 2020, mas já pensa na temporada 2021, quando voltará à Série A. O principal objetivo é permanecer na elite do futebol nacional, mas sem fazer loucuras que impeçam o clube de continuar organizado e crescendo. “Mostramos que é possível fazer mais com menos”, diz Marcus Salum, presidente do Conselho de Administração do Coelho, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas e ao Superesportes.
O clube trabalhou com orçamento de cerca de R$ 30 milhões desde janeiro de 2020. Para este ano, a expectativa é ter entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões, o que abre boa perspectiva quando se olha de fora. Para quem está lá dentro, porém, o cenário é bem diferente. “A maioria trabalha com orçamentos de R$ 300 milhões, R$ 350 milhões”.
Assim, será preciso, mais uma vez, ter olho clínico ao contratar, mirando principalmente quem se destacou na Segunda Divisão ainda em curso. A intenção é manter a base do time que deu tão certo na atual temporada, apostar em jovens promissores e buscar “um ou dois mais conhecidos”, segundo o dirigente, verdadeiro apaixonado pelo clube.
Além dos principais jogadores, uma das preocupações é com a manutenção da comissão técnica. As conversas com o técnico Lisca para renovação já começaram e Salum espera acertar a permanência “o mais rápido possível”.
Qual foi a diferença entre o América que “bateu na trave” em 2019, não subindo por um ponto, e o que conseguiu o acesso com certa tranquilidade agora?
Nem sempre não atingir o objetivo significa que o trabalho foi ruim. Quando você cai, tem muita despesa e pouca receita. Tem de administrar um passivo grande, pois são jogadores caros. Caímos em 2018 e em 2019 demoramos a achar o caminho certo. Primeiro contratamos o (técnico) Maurício Barbieri, depois o Givanildo, até chegar no Felipe Conceição. Quando conseguimos colocar o carro nos eixos, conseguimos avançar. Mas no futebol acontecem coisas que seriam anormais em outras áreas. Perdemos aquele jogo para o São Bento (que já estava rebaixado, na última rodada da Série B) porque entramos achando que já havíamos subido e porque tivemos muitos desfalques. Então, acho que o segredo foi manter o planejamento, apesar de não termos conseguido o acesso. Já em 2020 tivemos a perda do Felipe e, por experiência, fizemos a opção pelo Lisca, o qual já vinha acompanhando. Falei para ele que não queria um técnico doido, mas competente. Foi o que ele nos ofereceu. Além disso, estamos acostumados a administrar déficits, não fazemos loucuras.
Em um ano de pandemia, como o América conseguiu manter as contas em dia?
A gente (da diretoria) procura acudir nas horas de dificuldade. Mas tivemos um trabalho muito bem feito no auge da crise (provocada pela COVID-19), que foi a negociação com os jogadores para reduzir valores de direitos de imagens, fomos atrás de CBF e da emissora de TV que detém direitos de transmissão pedindo para manter os pagamentos em dia. E fomos atrás de tudo que foi possível. Estou esgotado, nunca trabalhei tanto como em 2020. Mas felizmente deu certo e o grupo confiou na gente, eles sabiam que quando tivéssemos condições, cumpriríamos os compromissos. E o sucesso na Copa do Brasil nos ajudou muito, reforçou o caixa do clube, nos permitiu quitar os compromissos mais rápido do que planejado. Hoje, não tem nada em aberto no América.
Por falar em Copa do Brasil, chegar às semifinais pela primeira vez foi surpresa? (mais…)