Zoação do Olé do Brasil, depois da derrota do Cruzeiro para o Oeste no Mineirão, quarta-feira.
Os técnicos do Atlético e do Cruzeiro estiveram entre as zoações mais vistas e comentadas na internet esta semana. Felipão pela situação do Cruzeiro e a derrota em casa para o Oeste, lanterna da segunda divisão. Sampaoli por deixar o Santos no fim de 2019, rejeitar o Palmeiras no início de 2020 e assistir os dois decidindo a Libertadores da América agora. Pep Guardiola foi lembrado pelo Fernando Rocha, na coluna dele, em que lembra frase do catalão: “ Campeonatos de pontos corridos, com 20 times na disputa, se perde nas oito primeiras rodadas e se ganha nas oito últimas”.
Sobre Felipão, admiro o tanto que ele gosta de futebol e da profissão que exerce. Sujeito realizado dentro e fora das quatro linhas, rico, poderia estar vivendo em qualquer lugar do mundo, curtindo a vida, com ótima saúde, aos 72 anos de idade, mas preferiu aceitar encarar a barra do Cruzeiro, nesta situação. Encarar viagens desgastantes, de ônibus, elenco fraco, salários atrasados, cobranças de todo lado, críticas, incompreensões…enfim. Tem que gostar mesmo do que faz. Admirável.
Sobre Sampaoli, considero-o um dos melhores que o Atlético já teve na história, porém, comete seus erros, normais, como qualquer treinador comete. O que não dá para engolir é essa condição que foi dada a ele no Galo, de “semideus”, dono de tudo, que não presta contas de nada a ninguém. Se estivesse dando o retorno que se esperava, com o título no papo, vá lá, fazer o quê? Poderia alegar que assim é que dá certo, e todos teríamos que aceitar. Mas não! Ele montou este grupo. Exigiu contratações, foi atendido, teve tempo de sobra para treinar, mas a campanha no Brasileiro está muito aquém do alto investimento feito nele e na montagem do elenco. Ele é o futebolista mais bem pago do Brasil, R$ 2,2 milhões, por mês, de acordo com o bem informado jornalista Jorge Nicola.
Em sua coluna “Bola na Área”, do Diário do Aço, de Ipatinga Fernando Rocha fala destes e outros assuntos, com a competência que lhe é habitual. Confira:
“Ainda briga”
O técnico catalão, Pep Guardiola, considerado por muitos colegas e por mim também, o melhor do mundo na sua profissão, escreveu que campeonatos de pontos corridos, com 20 times na disputa, com é o nosso caso, se “perde nas oito primeiras rodadas e se ganha nas oito últimas”. Com base neste raciocínio do Guardiola, teremos neste fim de semana a 30ª e última rodada, antes do início do “sprint” ou a reta final da disputa, onde quem tiver mais lenha para queimar vai conquistar o título.
· Na última semana, o bem informado jornalista Jorge Nicola, divulgou em seu blog números do custo Sampaoli e sua comissão técnica para o Atlético. O salário do técnico seria hoje R$ 2,2 milhões mensais, o maior de todos os profissionais do futebol em atividade no país e no continente . Os demais componentes da sua comissão técnica custariam algo em torno de R$ 800 mil, totalizando R$ 3 milhões pagos mensalmente pelo clube, com a ajuda dos investidores conhecidos. O trabalho de Sampaoli é muito bom, mas precisa ser questionado, cobrado por alguém da diretoria, pois a relação custo-benefício obviamente não está sendo positiva.
· Este jogo de amanhã, contra o Juventude, em Caxias do Sul-RS, pode ter sido o último de Luiz Felipe Scolari à frente do Cruzeiro. O veterano treinador não esconde sua insatisfação com os três meses de salários atrasados dos jogadores e funcionários, além do 13º que também não foi pago. Pesa também para um possível pedido de demissão do treinador, as promessas de contratações feitas e não cumpridas pela diretoria, que já estaria estudando nomes para substituí-lo.
· A torcida celeste, em sua maioria reconhece os méritos de Felipão, sobretudo por salvar o clube de outro vexame ainda maior, que seria o rebaixamento à Série C. Como existe no contrato entre as partes, uma absurda multa unilateral de R$ 10 milhões, caso o clube demita o técnico, a estratégia da diretoria parece ser forçar pelo cansaço, Felipão pedir o boné para sair. Eita!
O Atlético entra em campo, domingo, no Mineirão, às 18:15hs, como franco favorito contra o seu xará goiano, ainda em condições de brigar pelo título, mas com a desconfiança da torcida pelas oscilações constantes vividas na disputa.
O time comandado por Sampaoli segue na terceira colocação, com três pontos a menos que o Internacional e seis do líder São Paulo, mas com um jogo a menos, a ser cumprido contra o Santos dia 27 próximo, no Mineirão.
Enquanto cronista esportivo, com muitos anos de janela, sempre vou torcer e desejar sucesso ao Galo, Cruzeiro, Ipatinga, América, mas, o que nunca fiz e jamais farei, é passar pano ou acreditar nessas falácias e desculpas de dirigentes, jogadores, técnicos, para encobrir maus desempenhos ou deficiências das suas equipes.
Time inconfiável
A realidade é que este time do Atlético, dirigido por Jorge Sampaoli, tornou-se inconfiável, uma autêntica caixinha de surpresas.
Os problemas começam no sistema defensivo, mais específicamente no goleiro Éverson, que não passa segurança alguma, um autêntico “chama gol”, como bem definiu em seu blog, o jornalista Chico Maia.
Mesmo com semanas e semanas para treinamentos, o técnico argentino não consegue mudar o quadro atual da equipe, que é de estagnação , ou de regressão em se tratando da defesa, sobretudo o miolo da zaga totalmente vulnerável nas bolas altas.
Pior, ainda, o ataque mostra um repertório fraco, limitando-se em circular a bola de um lado ao outro, sem nenhuma objetividade, abusando do velho “chuveirinho”, o que facilita o trabalho dos zagueiros adversários.
Fora de campo, Sampaoli segue o mesmo marrento e complicado de sempre, levando cartões desnecessários, por discordar exacerbadamente das marcações dos árbitros, além de não fazer o o mínimo esforço para aprender o básico da língua portuguesa, a fim de se comunicar melhor com a torcida e imprensa.
(Fecha o pano!)
* Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga