Blog do Chico Maia

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Vencer ou vencer: “as opções” para o América à tarde, em casa, e o Cruzeiro, à noite no Sul

Técnicos Enderson Moreira e Lisca, em fotos de Marco Ferraz/Cruzeiro e João Zebral/América, no site www.oempallador.com.br

Jogos que prometem muito. É a luta pelo acesso e contra o rebaixamento, contra concorrentes diretos, nesta sétima rodada da Série B. O América, com 11 pontos, está na 7a posição e recebe o CSA às 16h30 no Independência. Caso vença, o Coelho poderá chegar ao topo, na briga com os líderes Cuiabá e Paraná que têm 14, a Chape, 13 e o Operário-PR, 12. O Paraná tem um jogo a mais.

O CSA está três pontos, na zona da degola, em 17o lugar, junto com o Brasil de Pelotas e Oeste/SP, que também têm três, à frente do lanterna Sampaio Correia, que não pontuou até agora.

O Cruzeiro tenta sair dessa briga da parte de baixo da tabela de classificação, já que tem apenas quatro pontos e enfrenta justamente o Brasil, 18o colocado com um ponto a menos. Oportunidade para os jogadores tirarem a corda do pescoço do técnico Enderson Moreira ou jogá-lo às cobras na pressão que o presidente Sérgio Santos Rodrigues enfrenta pela cabeça dele.

P J V E D GP GC SG
1 14 6 4 2 0 7 2 5
2 14 7 4 2 1 10 6 4
3 13 6 4 1 1 6 2 4
4 12 6 3 3 0 9 3 6
5 11 6 3 2 1 8 5 3
6 11 7 3 2 2 12 10 2
7 11 6 3 2 1 6 4 2
8 10 7 2 4 1 7 6 1
9 10 7 2 4 1 8 8 0
10 9 7 2 3 2 7 8 -1
11 8 7 2 2 3 5 5 0
12 6 5 2 0 3 5 5 0
13 6 6 1 3 2 4 6 -2
14 5 6 1 2 3 2 5 -3
15 4 6 3 1 2 8 7 1
16 4 7 1 1 5 6 11 -5
17 3 4 1 0 3 2 7 -5
18 3 5 0 3 2 3 5 -2
19 3 7 0 3 4 4 10 -6
20 0 4 0 0 4 1 5 -4

  Os motivos que levam o presidente do Cruzeiro a não demitir Enderson Moreira

Enderson Moreira em foto do Bruno Haddad/Cruzeiro

No sábado, depois da derrota para o América, Sérgio Santos Rodrigues deve ter gastado um bom tempo para convencer o Pedro Lourenço a aceitar que ele não demita, agora, o treinador. Seria uma desmoralização absoluta. No domingo bem cedo ele enviou um comunicado aos conselheiros, repassado à imprensa, dando explicações “técnicas/administrativas/financeiras” para justificar a permanência do Enderson e de toda a comissão. Mas a explicação poderia ter sido mais simples: não fossem os seis pontos a menos, determinados pela FIFA, por causa de um calote, o Cruzeiro estaria hoje na oitava posição, a apenas um ponto do G4. Realmente, o futebol que o time vem apresentando é muito ruim, porém, compatível com o grupo de jogadores que o treinador tem à disposição.

Todavia, o Sérgio Santos Rodrigues parece ter acalmado o Pedrinho e usou os seguintes argumentos, enviados aos demais conselheiros do clube:

* “Bom dia amigos Conselheiros.”

Sempre é melhor cabeça fria pra falar. Sobre troca de técnico, tema central do debate atual, quero lembrar de uma coisa: tivemos 4 no fim do ano passado pra fugir do rebaixamento e o que nos rendeu? 4 débitos pesados. Devemos o Mano mais de 5MM, Abel mais de 2MM, Adilson uns 600 mil e o próprio Rogério foi um acerto alto.

Trocar técnico com 6 rodadas não é a solução. Temos que cobrar sim, porque claro que não estamos satisfeitos, mas não tem mágica. Tem trabalho e isso estamos fazendo muito.

Trazendo reforços que conseguimos pagar pra não aumentar ainda mais o buraco e buscando dar condição de trabalho pra equipe.

Se todos ficam chateados, imaginem a gente, na linha de frente, trabalhando 12 hs por dia pra fazer as coisas acontecerem?

Os problemas extra campo ainda são MUITO maiores que os problemas em campo. Muito. Então temos que conviver com isso porque infelizmente nos fizeram chegar até aqui.

Não tem problema. Continuaremos firmes e precisamos do apoio de todos. Não nos abalamos porque sabemos que é muito simples essa análise de “ganhou tá bom, perdeu tá ruim”.

Se não fossem os 6 pontos perdidos fora de campo estaríamos no G4, aí a repercussão não seria tanta. Então vamos serenos, focados, cobrando e com certeza atentos. Teremos reforços ainda.

Temos hoje 9MM de técnicos e cada um pensa de um jeito; não adianta cada um achar que tá certo. Tem gente que estuda isso o dia inteiro por trás.

Precisamos de confiança, de ajuda. Situação financeira ainda péssima. Então vamos contribuir, pedir contribuição que daqui vamos continuar trabalhando muito, mas muito mesmo, com muita disposição e alegria de poder servir o Cruzeiro.

Agradeço muito aos que confiam em nós e mandam mensagens positivas! Contamos com vocês

Abraço!

Sérgio Santos Rodrigues


História de jogadores que derrubam treinador pode estar se repetindo: Felipe Conceição (ex-América) cai no Bragantino

Felipe Conceição em foto do Ari Ferreira/Red Bull Bragantino

Ele se revelou como treinador no América, ao comandar uma reação espetacular na fuga da Série C e a quase classificação para a A, em 2019. O Bragantino, turbinado pela grana da Red Bull, subiu para a Série A, e o levou, para comandá-lo na temporada 2020. Tudo parecia dar certo, com a aquisição de teóricos reforços e uma boa estrutura profissional. Ótima campanha no Campeonato Paulista, eliminado nas quartas de final pelo Corinthians, depois de liderar a fase inicial.

Veio Brasileiro e em seis rodadas a campanha é até razoável: 5 pontos, 17ª posição, porém, metade da pontuação do Fluminense, que é o quarto colocado, que aliás, perdeu para ele por 2 a 1 na quarta rodada. E pelo que a imprensa de lá diz, ruim mesmo foi o jogo contra o Fortaleza, domingo, na capital cearense, derrota de 3 a 0. Antes, empatara na estreia, em casa, com o Botafogo 1 a 1; outro 1 a 1, com o Santos, na Vila Belmiro; e derrotas de 2 a 1 para o Corinthians (em casa) e Bahia, em Salvador.

Quando ouvi a notícia, ontem à noite, que o Felipe Conceição foi demitido, achei estranho. Especialmente para este “projeto”, de clube-empresa, sob o guarda chuva da gigante multinacional dos energéticos, que jura estar fazendo algo “diferente” no futebol. Com o Bragantino, são quatro investimentos dela no futebol mundial e o maior exemplo de sucesso é o Leipzig, da Alemanha, eliminado da Champions deste ano pelo Paris Saint Germain. Os outros são o Red Bull Salzburg, da Áustria, e o New York Red Bulls, dos Estados Unidos.

Aquele papo de não demitir treinador em inicio de temporada, no Brasil não funciona, especialmente quando alguns jogadores cismam de derrubar o chefe, como parece ter sido o caso. Ao ler o início de uma reportagem do Globoesporte.com matei a charada: “… atletas manifestam descontentamento com a reserva. Ytalo, barrado no último jogo até do banco de reservas, curtiu uma foto do Wellington Paulista comemorando gol (contra o Bragantino). O atleta pediu desculpas na sequência…”

Está explicado. Felipe Conceição não conseguiu administrar os egos e anti profissionalismo de alguns que se consideram intocáveis do elenco. Que o mundo do futebol não se esqueça de nomes, como este: Ytalo, por exemplo. A atitude dele indica que é da turma que gosta de derrubar treinador. Se fez isso atuando pelo Bragantino, o fará novamente em qualquer outro clube, basta que seus interesses pessoais sejam incomodados.


A história em fotos: o título de hoje e o primeiro do Galo na era Mineirão, 50 anos atrás

Em meio às comemorações do título estadual confirmado esta tarde sobre o Tombense, a ótima lembrança e homenagem  do twitter Galo_Memória @galo_memoria a grandes jogadores que ajudaram na construção do gigante que é o Atlético: há 50 anos o Galo conquistava o Campeonato Mineiro de 1970, o nosso primeiro título no Mineirão. Em pé: Careca, Humberto Monteiro, Vanderlei, Grapete, Vantuir e Cincunegui. Agachados: Vaguinho, Oldair, Dario, Lacy e Tião.

No Rio, a Cariogalo fez uma festa mineira, especial: Cariogalo @Cariogalo

Com imagens do Título do Mineiro 2017, desejamos a todos um ótimo domingo e uma excelente semana. Comemore, torcedor! FAZ A FESTA, FAZ A FESTA! Que possamos estar juntos em breve. E nossa solidariedade aos mais de 120 mil mortos pela COVID-19.

 

O Galo conquistou o seu 45o título estadual

Jorge Sampaoli em um dos raros momentos de descontração

Voltando a 1970, Frederico Ribeiro @Fredfrm  postou fotos memoráveis

A festa da torcida do Atlético no Mineirão e nas ruas de Belo Horizonte. “Acabaram-se as lágrimas, as tristezas e o desencanto”, sentenciava o Diário de Minas do dia seguinte.

Cinquenta anos depois, assim como na cena acima, Antônio e Samuel são levados pelo pai, Leonardo Faria, à sede de Lourdes para reforçar a paixão pelo Galo.

E assim a renovação e imortalidade do Galo vão se perpetuando

Todo título tem a sua importância e entra para a história.


Opinião de um cruzeirense da gema: “Desalento no ar: o Cruzeiro conseguiu piorar”

João Chiabi Duarte é uma das pessoas que mais conhecem de futebol que conheço, e um grandes cruzeirense, tradicionalíssimo, cujas opiniões são muito respeitadas, especialmente no mundo azul. Ninguém melhor que ele para expressar o sentimento dos torcedores da Raposa neste momento. Reproduzo aqui a coluna dele no site www.debatezeiros.com : 

“… Creio que o momento de trocar o treinador acontece quando os jogadores deixam de acreditar nas ideias do técnico, quando ele perde o vestiário, combinando isto tudo com futebol fraco e sem resultados. A opinião do Pedro Lourenço (Supermercados BH) após o jogo foi muito enfática. Expressou a tristeza de todos os cruzeirenses após a partida de hoje …” 

* Mundo Azul,

Hoje foi triste:Cruzeiro1 x 2América-MG – O Cruzeiro vinha de vários jogos e resultados ruins em sequência: empate com o Confiança, derrota para a Chapecoense e empate com gosto de eliminação frente ao CRB. Não tinha desculpa de campo ruim, não tinha desculpa dos atos do adversário fora de campo, mas, fez contra o América-MG uma partida de dar calo nas vistas e deixar a nós seus torcedores muito preocupados. A razão é muito simples, o time INVOLUIU, conseguiu piorar o que já era ruim. Pode parecer implicância, mas, desde a volta de Henrique o Cruzeiro não conseguiu fazer um resultado de vitória sequer. Mas, a meu ver a culpa não é só dele, mas, passa pelas escolhas de Ederson Moreira.

Pela escalação inicial, Enderson Moreira armou o time num 4-3-3 típico, com linha de 4 zagueiros, 2 volantes e um meia centralizado, 2 pontas à moda antiga e um centroavante. Mas, encontrou imensas dificuldades de superar o time do  América, armado num 4-4-2 muito inteligente na hora de ocupar os espaços, que explorou com competência os pontos fracos do Cruzeiro e fez um 1º tempo primoroso, fazendo 2 x 0 sem sofrimento e impondo ao time celeste uma das mais melancólicas jornadas.

O Cruzeiro colocava os 3 da frente para tentar marcar a saída de bola, porém, a marcação era mal feita de forma que raramente o América tinha que recorrer aos famosos chutões. Saia jogando sem dificuldades com Messias, Eduardo Bauermann ou João Paulo. E quando a bola caia nos pés de Juninho, Alê ou até mesmo de Zé Ricardo (o verdadeiro center-alf moderno, que se aproxima, triangula, passa bem e também combate o adversário fazendo os desarmes sem se recorrer às faltas), os passes procuravam Toscano, Matheusinho ou Rodolfo que faziam as jogadas de infiltração inteligentes e abusavam da rapidez, explorando as costas dos volantes e especialmente de Giovanni.

Enderson Moreira para tentar compactar o time, trazia os volantes e zagueiros para bem perto da área. Como consequência disso, Régis e também os homens de frente acabavam recuando ficando numa região híbrida do campo sendo todas as iniciativas de ataque desarmadas pela defesa do América, com inteligência. Vez por outra Aírton saia, driblava, um, dois ou três, mas, o quarto vinha e fazia o desarme, porque os outros não se aproximavam dele para serem opções. Cáceres prudente e corretamente guardou mais posição, porque do lado dele se deslocava Matheusinho que é o mais virtuoso atacante americano. O América literalmente destroçou o meio-campo do Cruzeiro, onde Ariel Cabral se desdobrava tirando as bolas de qualquer jeito.

Num destes lances de córner, a bola foi devolvida para a área e Léo e Giovanni subiram com Eduardo Bauermann, a bola sobrou para Rodolfo que pôs na área e Eduardo Bauermann chapou a bola para vencer a Fábio e abrir o placar.

Se a coisa estava ruim antes deste 1º gol, senti que o controle emocional do time foi para o espaço com a vantagem a favor do América, o Cruzeiro passou a errar passes demais, numa destas ocasiões, o erro foi de Ariel Cabral na saída de bola. Juninho retomou e de cara deixou Rodolfo livre nas costas de Giovanni. Ele cruzou para Matheusinho no 2º pau, ele chutou a 1ª vez e Cáceres evitou o gol, mas, o próprio Matheusinho pegou o rebote e não chegou ninguém no socorro, o garoto americano não vacilou e fez o 2º gol.

O Cruzeiro estava literalmente dominado. E, para nossa sorte, fomos para os vestiários com uma diferença de 2 gols, porque a vitória poderia ter sido mais dilatada se o América não errasse alguns passes de preparação. Se fosse jogo com torcida a vaia teria sido violenta, porque a rigor o Cruzeiro não fez nada. Nem com a bola rolando e menos ainda com as jogadas de bola parada.

Temos algumas pessoas que adoram dizer que o time não tem PADRÃO DE JOGO. Mas, na minha opinião tem, só que é muito ruim e as peças escolhidas para a execução são equivocadas. O Cruzeiro realmente está intragável. Difícil de assistir.

Com o jogo à feição do América, com a vantagem no placar Lisca Doido, que de maluco não tem nada, trouxe o time um pouco para trás e deu a bola para o Cruzeiro na etapa final. De cara as entradas dos garotos Mateus Pereira (Giovanni), Jadsom (Ariel Cabral) e Maurício (Régis) deram uma melhorada na dinâmica do jogo cruzeirense. Mas, Henrique que não tinha feito nada de positivo na etapa inicial ficara em campo, saindo Ariel Cabral que pelo menos se esforçava. Henrique gosta da bola nos pés, mas, está visivelmente fora de ritmo, fora de sintonia e continuou errando muitos passes. Não lhe faltou esforço, mas, ele começou a partida e até sua saída correu errado em campo. Enderson sacou Henrique (Felipe Machado) e depois Marcelo Moreno (Thiago). O Cruzeiro diminuiu numa fantástica cobrança de falta de Arthur Kaike, mas, não foi o suficiente para conseguir o empate. Afinal de contas, o América soube controlar a partida nos minutos finais e o Cruzeiro não teve chances concretas de gol. E o jogo acabou com vitória merecida do América.

OPINIÃO DO COLUNISTA: Enderson Moreira treinou o Cruzeiro em 3 partidas pelo Campeonato Mineiro, 1 pela Copa do Brasil e 6 pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Penso que se ele continuar será preciso mudar a forma de encarar o elenco e a competição. A Série B é uma competição que exige muita entrega, velocidade, marcação apertada e que muitas vezes exporá o time a situações adversas, coisas extra-campo que não deveriam mais existir, mas, estão aí. Chega de vestibular no Cruzeiro. É hora de colocar em campo os jogadores que estiverem tendo melhor rendimento. Isto tem que ser parte do nosso cotidiano. Hoje Régis pelo menos tentou alguma coisa, mas, o Cruzeiro se posicionou mal e correu errado. Cito alguns fatos:

  • Marcelo Moreno está voltando demais para participar do jogo, acaba não estando na área na hora que os colegas o procuram para a finalização.
  • O Cruzeiro está compactando atrás da linha de meio-campo, talvez em função dos nossos volantes lentos. Vejam como a situação mudou com Felipe Machado e Jadsom, o América praticamente não chegou no fim do jogo.
  • Maior reconhecimento às figuras de Ariel Cabral e Henrique, mas, o Cruzeiro não pode entrar em campo com ambos nos sistemas 4-2-3-1 ou 4-3-3, não tem como manter 2 volantes com o perfil lento em campo. O time fica fraco defensivamente e tem uma transição muito lenta, sendo presa fácil para qualquer sistema de marcação decente.
  • Depois de ver João Lucas, Patrick Brey, Giovanni e Rafael Santos afirmo sem medo de errar que o Mateus Pereira é o melhor que temos pra escalar neste momento.
  • Se o Cruzeiro precisa fazer caixa não vai ser com os medalhões em campo que vamos valorizar os nossos atletas. Desta forma os 4 garotos que já despontaram precisam estar no time… Cacá, Jadsom, Maurício e Thiago, junto com o Mateus Pereira serão 5 da base.
  • O Cruzeiro escalando volantes mais ágeis poderá fazer a marcação mais adiantada sufocando ao adversário, recuperando as bolas no campo deles, sobrando oxigênio para a tomada de decisão… Este negócio de compactar atrás da linha de meio-campo e fazer gol como o do Wellington no campeonato mineiro não acontece todo dia e é raro na série B, exceto nos finais dos jogos.
  • Arthur Caike será um jogador de muita valia para o Cruzeiro nas bolas paradas. O Cruzeiro deveria concentrar seus treinamentos nos lances de bola parada ofensiva, porque tem sido raro o time fazer gols em lances de corners ou faltas com bolas alçadas na área (este ano lembro do gol da virada de Léo).

Creio que o momento de trocar o treinador acontece quando os jogadores deixam de acreditar nas ideias do técnico, quando ele perde o vestiário, combinando isto tudo com futebol fraco e sem resultados. A opinião do Pedro Lourenço (Supermercados BH) após o jogo foi muito enfática. Expressou a tristeza de todos os cruzeirenses após a partida de hoje. (mais…)


Quem imaginaria que algum dia o Cruzeiro chegasse a esta situação? Brigando para não ser rebaixado para a Série C

Foto: Mourão Panda/América

Resultado do clássico põe América no G4 e mergulha o Cruzeiro em nova crise. Dentro de campo, vitória incontestável do Coelho, que mostrou a diferença entre os times na Série B. Fora, o maior patrocinador do Cruzeiro pede a cabeça do técnico e põe a diretoria do clube contra a parede. A semana será quente no mundo azul.

Nunca imaginei que fosse ver uma manchete como essa do site da Itatiaia:

* “América vence o Cruzeiro no Mineirão, entra no G4 da Série B e deixa o rival perto da degola”

O primeiro clássico da história entre Cruzeiro e América pela Série B do Brasileirão, disputado na noite deste sábado, no Mineirão, teve dois tempos completamente distintos. Na primeira etapa, o Coelho dominou todas as ações, jogou o Cruzeiro nas cordas, fez 2 a 0 e podia ter até ampliado. A história mudou no segundo tempo. O técnico Enderson Moreira trocou a experiência pela juventude, o time passou a dominar, diminuiu e chegou a ameaçar a vitória americana. Melhor para o time do técnico Lisca, que venceu por 2 x 1, e entrou no G4 da competição. Eduardo Bauermann e Matheusinho marcaram para o Coelho. Arthur Caíke fez o da Raposa.

https://www.itatiaia.com.br/noticia/america-vence-o-cruzeiro-no-mineirao-entra-no-g4-da-serie-b


Fase decisiva do Campeonato Mineiro e outros estaduais mostra o lado perverso do futebol

Estádio Antônio Guimarães de Almeida, em Tombos – Foto Raphael Lemos – Revista DeFatoonline

Com dois empates, ou, uma vitória e uma derrota, por saldo de gols igual o Tombense seria Campeão Mineiro, com a vantagem que lhe compete o regulamento. A duras penas perdeu o primeiro jogo para o Atlético, por 2 a 1, aos 52 do segundo tempo. Agora precisa vencer o segundo para ficar com o título. A primeira partida foi no Mineirão, casa do Galo, a segunda, no Independência, que é mais casa do Galo ainda. Que graça tem isso? Caso um dos jogos fosse em Tombos, a expectativa e atrativos da final do campeonato seriam muito maiores, com garantia de fortes emoções. Naquele estadinho de Tombos, ou mesmo num estádio de melhores condições em qualquer cidade do interior o árbitro daria 8 minutos de acréscimos?

Mas, não há interesse de quase ninguém em corrigir distorções como essas. Os clubes do interior, na maioria absoluta, foram dominados por empresários, agentes FIFA e grandes grupos financeiros. Acabou aquela história romântica de “time da cidade”. O negócio é o dinheiro que vai entrar, da venda de jogadores e dos direitos de transmissão pela TV.

Tem sido comum clubes do interior negociarem todos os jogos de semifinais e finais na capital, em Minas e em outros estados. Ficam com a renda da partida da qual são mandantes, recebem uma “gratificação” da TV e vamos que vamos. Entre os grandes clubes, autoridades e até imprensa, ninguém (ou quase ninguém) quer enfrentar estrada, aeroporto, gramado difícil, vestiário idem e principalmente a torcida do interior. Grande parte da imprensa, finge de égua, nem toca mais no assunto e deixa o pau quebrar. O conforto do Mineirão e Independência é bom demais. Não importa que a essência do futebol vá morrendo aos poucos, ou sendo assassinada, neste jogo de interesses localizados e de cumplicidade geral.

E vida que segue! 


Microfones não ganham jogos. Diferente nessa eliminação do Cruzeiro foi a fala do presidente Sérgio Santos Rodrigues.

Reclamando das condições do estádio, do gramado, da água, da luz, do vestiário, da arbitragem, do escorregão do zagueiro Leo, e mais disso, daquilo e aquilo outro, da tarde de quarta-feira em Maceió, no empate com o CRB. Só faltou reclamar que o esgoto da capital alagoana é jogado direto nas belíssimas praias da cidade. Seria a única coisa que teria razão.

Ora, ora, me senti nos anos 1980, quando era moda dirigentes do Cruzeiro, Atlético e outros grandes clubes reclamar dessas coisas, sendo verdade ou não, para justificar maus resultados ou times ruins que eles montavam.

Quando se propôs a disputar a eleição para ser presidente do clube, Sérgio Rodrigues sabia que a situação era complicadíssima, mas jurava que tinha soluções. Então, que pare de usar os microfones para dar desculpas e se concentre apenas em arrumar o time. Por enquanto, para conseguir uma das quatro vagas do acesso à Série A, depois, para permanecer nela e na sequência, voltar a brigar por títulos. O caminho é longo. Ele sabia disso quando quis encarar a missão.

Enderson Moreira ou qualquer outro treinador precisa de jogadores pra montar um time minimamente competitivo. Que dê pelo menos para o gasto.


Tombense foi bravo, mas qualidade do elenco e condição física do Atlético falaram mais alto

Com 47% dos votos da enquete do Atlético via twitter, Marquinhos foi eleito pela torcida como o melhor em campo. Seguido por Sasha, 21,5%, Keno 20,4% e Réver 10,2%. Para mim, o goleiro Rafael seria o primeiro o segundo. Mais uma vez, pegou muito.

Foi um bom jogo e prevaleceu a melhor condição física do Atlético, que virou a partida aos 52 do segundo tempo. O Tombense se fechou muito bem, explorou os contra ataques e conseguiu abrir o placar no pênalti cobrado com perfeição pelo Rubens, aos 17 minutos. Mas o empate saiu aos 19, depois de um chutaço do Junior Alonso, soltada e bola do goleiro Felipe, que fez ótima partida e aproveitamento do rebote do Sasha.

No segundo tempo o Atlético voltou com Marquinhos no lugar do Savarino e aumentou a pressão. O Tombense foi um time que não se apavorou em momento algum e não apelou para o jogo violento, mesmo quando demonstrou cansaço e não conseguia acompanhar os jogadores do Galo. Mais uma vez Rafael foi muito acionado e fez grandes defesas.

O jogo caminhava para o empate até que Keno chutou forte, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro. Vantagem  invertida pelo Atlético, que jogará pelo empate, domingo, às 16 horas no Independência.


Quatro treinadores uruguaios já foram campeões com o Atlético em Minas. Sampaoli poderá ser o primeiro argentino

Em imagem da TV Galo, Walter Oliveira, entre Éder e Belmiro, foi o xerife da zaga do Atlético, até 1984. Em 1985 foi campeão mineiro como treinador. Em 2019 visitou o Atlético, no hotel em Montevidéu, antes do jogo contra o Nacional pela Libertadores da América.

Tudo bem que o “jogo é jogado, lambari é pescado” e toda a arrogância será castigada”, mas de sã consciência, em “condições normais de temperatura e pressão” é difícil imaginar o Tombense campeão em cima do Galo, mesmo tendo a vantagem dos empates. Pelo menos se um dos jogos fosse em Tombos, as chances seriam maiores, mas no Mineirão e Independência, complicado demais para o time comandado pelo Eugênio Souza. Mesmo sem a torcida alvinegra fungando cangote do adversário. Há de ser considerado que o Tombense é um clube bem organizado, tem bons jogadores e é tutelado por um dos empresários mais poderosos do futebol brasileiro, que é o Eduardo Uran. Mas, as zebras andam cada dia mais escassas no futebol.

Também vale lembrar que o técnico Eugênio é dos melhores do interior mineiro. Foi um bom zagueiro do Cruzeiro nos anos 1980. Jogou no time que quebrou a sequência de seis títulos estaduais seguidos do Galo, em 1984. Na batalha das estratégias ele vai enfrentar o argentino Jorge Sampaoli.

Cruzeiro em 1984, em dia de clássico contra o Atlético. A partir da esquerda, Ailton, Eugênio, Ademar, Joãozinho, Douglas e Vitor; Quirino, Eduardo Lobinho, Tostão II, Carlos Alberto Seixas e Luiz Cosme.

Alexandre Simões (Hoje em Dia), o jornalista que mais valoriza a história do nosso futebol, buscou nos arquivos dele o histórico dos técnicos que já conquistaram o título mineiro. Só uruguaios até hoje. Confira:

* “Jorge Sampaoli busca lugar na lista dos treinadores estrangeiros campeões mineiros pelo Atlético”

@oalexsimoes

A decisão do Campeonato Mineiro entre Atlético e Tombense começa nesta quarta-feira (26), às 21h30, no Mineirão, com os dois treinadores buscando fazer história coletiva e individualmente. E isso transforma o argentino Jorge Sampaoli e o mineiro Eugênio Souza em personagens da final do Módulo I.

Na Era Mineirão, apenas dois técnicos estrangeiros venceram o Estadual, ambos pelo Galo. A última vez foi em 1999, com o time do uruguaio Darío Pereyra superando o América na final. Antes, o ex-zagueiro Olivera tinha levantado a taça em 1985, em cima do Cruzeiro, logo depois de abandonar a carreira de atleta.

Antes, nos anos 1940 e 1950, o Atlético já tinha vencido o Estadual sob a direção de gringos. Félix Magno comandou o time no bicampeonato de 1946 e 1947. Ricardo Díez, o maior treinador estrangeiro da história alvinegra, ganhou o Estadual em 1950, 1954 e 1955. Os dois eram uruguaios.

Não é só a escrita dos gringos campeões mineiros que Sampaoli pode quebrar. Depois de assumir o Atlético apenas na nona rodada da fase classificatória, o argentino pode fazer com que o Estadual seja vencido por um clube que trocou de comando durante a competição depois de 16 anos.

Desde 2004, quando Paulo César Gusmão assumiu a vaga de Vanderlei Luxemburgo no Cruzeiro, o campeão mineiro não tinha troca de treinador durante a campanha. (mais…)