Assim como quase todo atleticano fiquei muito irritado com o jogo de ontem, o pior do Atlético sob o comando do Sampaoli. Mas longe de mim qualquer pessimismo em relação ao trabalho que está apenas começando ou quanto às possibilidades do time neste Brasileiro. Trata-se do melhor técnico que o Galo contratou, depois da “Era Cuca”. Ele é da prateleira de cima, dos melhores do futebol mundial. Mas a cobrança por resultados é imediata, proporcional ao perfil dele e ao prestígio de que desfruta. Está iniciando o trabalho, fazendo testes dos mais variados possíveis, na escalação e táticos, jogo a jogo, com carências no elenco em várias posições. Falta um criador no meio e um comandante de ataque. Para furar bloqueios como o do Botafogo, por exemplo, só com alguma assistência genial ou um gol com a ação do “Sobrenatural de Almeida”, só possíveis, quando há jogadores em campo, nessas posições, acima da média.
Também na lateral direita ele tem problema. Guga é fraco e ainda não se sabe como o Mariano retornou do futebol turco, já que ainda está em recuperação física. Na esquerda, Arana é excelente, mas não tem um reserva à altura.
Sampaoli cobra reforços semanalmente. Alexandre Mattos é um diretor de futebol competente e bem relacionado, corre atrás para atendê-lo. O temperamento do treinador é difícil e ao contrário de seus colegas brasileiros, não dá a mínima para o que a imprensa, dirigentes ou torcedores falam ou pensam sobre ele. Sampaoli deixa claro isso no livro dele, publicado no Chile, em 2015, durante a Copa América daquele ano. O titulo da obra (foto que ilustra este post) já diz tudo: “No escucho y sigo” (Eu não escuto e eu vou em frente).
Que os atleticanos mais apaixonados tenham consciência disso e não caiam nessa, de “teorias conspiratórias”, de que o comentarista fulano ou beltrano está criticando o argentino para “desestabilizar” o trabalho dele e prejudicar o Atlético. Se ele tiver que chutar o balde e “cascar fora” quando lhe der na telha, não precisa de nenhum argumento infantil desse tipo.
Concordo com o que escreveu o jornalista Martins y Miguel, retwittado pelo Custodio Pereira Neto, da Cariogalo, depois do jogo horroroso contra o Inter: @CustodioTodinho “Eu diria que o desafio é Sampaoli começar e terminar 2021, o que apenas Cuca conseguiu nos últimos 30 anos. Isso mostrará que, FINALMENTE, entendeu-se a lógica do futebol, como diria Jürgen Kloop: – Esteja certo sobre o cara que você está contratando e dê a ele (reforços e) tempo twitter.com/martinsymiguel…”.
Nessa mesma toada, concordo também com o que escreveu o Dr. Lásaro Cândido da Cunha, vice-presidente do Galo, sobre a grita geral alvinegra por um “10”: @lasaroccunha “Desculpe-me a franqueza: em 112 anos tivemos um camisa 10 clássico e espetacular (R10-R49).Tivemos outros ótimos, mas não propriamente um “10”. No modelo de jogo proposto, há q se ter calma e tempo. Ontem foi doído, mas ruim mesmo foi o resultado de 4a feira. Vida q segue..GALO!”.
Sampaoli corre atrás de uma uma solução. Descobriu o lugar certo do Nathan jogar, e estava dando certo. Um jogador que muitos atleticanos (eu inclusive), achava que deveria ter sido incluido na mesma barca de dispensas do Di Santo, Ricardo Oliveira e etecetera. Mas Nathan se machucou e agora o Galo busca outras opções. Treinadores acima da média conseguem encontrar, caso do Sampaoli, e com o dinheiro que o Rubens Menin está colocando, já já encontrarão o nome certo.