As fotos foram feitas por mim, no Estádio Monumental em Santiago, durante a Copa América 2015, no Chile, que teve como campeão o próprio Chile, dirigido por Jorge Sampaoli, vice a Argentina. O Brasil ficou em quinto lugar, eliminado pelo Paraguai, nos pênaltis, nas quartas de final.
Com a bola parada os grandes veículos de comunicação poderiam discutir em suas “mesas redondas” e resenhas idéias para novos rumos do nosso futebol. Salários fora da realidade, a existência de entidades e competições que só encarem o esporte, calendários malucos, falta de transparência na gestão de clubes e federações nacionais e Sul-Americana, legislação arcaica, enfim. Ainda que nada mudasse de imediato, mas a simples discussão e apresentação de idéias já seria um começo, ou na pior das hipóteses, um calo pra incomodar a cartolagem. A programação das TVs ficaria mais atrativa e prestaria um enorme serviço ao futebol brasileiro.
Temas como estes abordados pelo Breno Miranda, a quem agradeço, hoje, aqui no blog:
* “… Eu tentei não comentar, porém não resisti e faço algumas observações sobre a administração dos “Recursos (Des)Humanos” do Galo.
Existe uma disciplina, ofertada na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE/UFMG) chamada Teoria da Informação e das Decisões. Nesta disciplina trata-se de assuntos relacionados à decisão de investidores, de administradores e dos donos de empresas. Mas o que tem isto haver com o futebol?
Bom, existe um tema que trata da remuneração dos “Agentes” (Gerentes, CEOs, Administradores e etc.) que são contratados para tomar decisões no lugar dos “Principais” (Os donos do negócio!). Neste tema, chega-se à conclusão de que não adianta pagar uma remuneração fixa para os Agentes, pois estes, ao perceberem que não há perda de qualidade do seu bem estar e tão pouco o aumento da sua satisfação nada fazem para melhorar. Sendo as pessoas racionais, ninguém irá fazer nenhum esforço adicional para que haja mais lucro, melhor performance da empresa ou que a mesma avance um pouco mais.
Uma das soluções propostas para solução deste impasse é a oferta de um contrato, desenhado pelo Principal, para que motive o Agente a tomar as melhores decisões na gestão da empresa. Portanto, o Agente ao aceitar o contrato, tem metas a serem compridas e bonificações por estas metas alcançadas.
Vejo que isto se aplica ao Galo e aos jogadores. Infelizmente é de difícil aplicação mas não impossível, porém a crise do COVID-19 pode abrir uma porta para uma mudança estrutural no futebol nacional.
Nada contra o jogador, ao bater suas metas, receber um alto salário, o que não pode é ficar com um imbróglio como os dos jogadores Maicon Bolt, Ricardo Oliveira, Mansur e Di Santo só para lembrar de alguns.
Percebemos que as altas dívidas dos times implica que todo o fluxo de caixa gerado é destinado para o pagamento da folha salarial. Logo, é extremamente difícil demitir um jogador por baixo rendimento e cobrá-lo um melhor desempenho.
Portanto, é mais fácil administrar a folha quando a motivação de cada um dos jogadores está em plena disputa para atingimento de suas metas pessoais. Caso alguém não dê certo no time, por vários fatores, não aleija os cofres. Se, como exercício de imaginação, o Sr. Maicon Bolt, tivesse um contrato ganhando um mínimo de R$50mil (ou qualquer outro valor!) como piso, e o restante como bonificação como meta cumprida, o Atlético não teria que pagá-lo a cifra astronômica por não cumprir o contrato em sua totalidade.
Chegou a hora de gestores capacitados, daqueles formados em centros acadêmicos, cuidarem das finanças do clube. Mesmo que sejam sociedades sem fins lucrativos, o clube têm que dar lucro. Pois como se já não bastasse as benesses fiscais, recebidas com uma carga de impostos menor do que setores como o elétrico, por exemplo, o clube deixa de pagar impostos prejudicando a sociedade como um todo por ter prejuízos como eliminações e dispensas não planejadas.
Um forte abraço e muito sucesso.”
* Breno Miranda