Foto do grande americano Cristiano Quintino, a quem agradeço mais uma vez, e desejo todo o sucesso no jogo de hoje e sempre.
Foi dia 20 de novembro de 2010. Eu estava voltando do Rio, onde participei do Redação Sportv no dia anterior.Não só vi, como me juntei ao “comboio” na MG-424 e na Arena do Jacaré para ver o América vencer o Sport Recife e ficar a um ponto da Série A, o que ocorreu no jogo seguinte, contra a Ponte Preta.
Foi uma tarde inesquecível, possivelmente como será hoje também. Transcrevo aqui o que escrevi aqui no blog, e dedico à toda a torcida americana, em especial aos mais assíduos aqui neste espaço, como o Márcio Amorim, Dr. Paulo Lasmar e o conterrâneo Cacá Tomazzi, que lá em Miami, acompanha noticiário até de treinos do Coelhão:
*O dia em que a torcida do América fez a diferença
20 de novembro de 2010 às 21:22
A festa só não foi completa porque faltou um único ponto para que a ascensão fosse garantida matematicamente hoje mesmo.
Ou, que o Ipatinga empatasse com a Portuguesa no Canindé.
Mas, lá foi 2 x 1 para a Lusa, que pôs fim à agonia do Tigre, rebaixado para a Série C, depois de uma reação que quase salvou o clube do Vale do Aço. Lamentável!
Do aeroporto de Confins segui para a Arena do Jacaré, passando por Matozinhos. Parei no conhecido restaurante Panela de Pedra e vi cenas inéditas envolvendo o América. Parecia um filme: a estrada tomada por centenas de carros, ônibus e micro ônibus, com bandeiras e camisas do Coelho sendo balançadas, buzinaços e saudações como só se vê em dias de grandes decisões e de clubes de massa.
Os clientes se acotovelavam na varanda do restaurante e muitos perguntavam o que estava acontecendo. Daí a pouco famílias inteiras, de três gerações começaram parar e entrar no restaurante, para lanchar, almoçar ou esperar alguém. E todos com camisas do América. Avós, filhos e netos se confraternizando e manifestando confiança em um grande jogo contra o Sport Recife e uma possível classificação nesta tarde.
Por volta de 15h30 o restaurante ficou vazio, pois a americanada partira para a minha cidade, que nunca imaginou viver o que está vivendo, de ser a “capital” do futebol mineiro.
Que honra, e que belas cenas.
Já vi as torcidas do Galo e do Cruzeiro fazendo festa nesta estrada, MG-424, e na BR-040, porém, a caminho do Mineirão em dias de decisões que entraram para a história.
Mas no sentido contrário e ainda por cima com a torcida do América, na mesma proporção, jamais imaginei que um dia veria.
Pensei que saindo 40 minutos antes da bola rolar, pegaria um trânsito tranqüilo, porque todos já estariam no estádio.
Quebrei a cara e dessa vez não fiquei irritado. Muito pelo contrário!
A festa continuou e a procissão de carros lotados de americanos e suas bandeiras continuava, agora comigo na fila.
Passamos por Matozinhos, Prudente de Morais, e dá-lhe buzinas e gritos de “Vamos subir Coelhão!”.
Nas proximidades da Arena um quase caos no trânsito, repetindo o que ocorre nos grandes jogos do Atlético e do Cruzeiro; e a bola já rolava lá dentro.
Quem diria! O América proporcionando engarrafamento e estacionamento lotado; gente nervosa, ansiosa, parando o carro em qualquer lugar para acabar de chegar a pé!
Eu vi; fui testemunha e isso me fez perder o gol do Fábio Júnior. Quando consegui chegar às cabines do estádio já estava 1 x 0.
Olhei para as arquibancadas e quase não acreditei: um mar verde e branco. Mal dava para ver que as cadeiras da Arena são das cores do Democrata: vermelho e branco, pois a torcida do América tomou conta de tudo.
Foi emocionante e a grande prova que o Coelho tem uma grande torcida, mas que depois de tantas desilusões parou de ir em massa aos estádios.
Mas, diante dessa iminente ressurreição do futebol do clube, deu o seu recado: pode voltar e crescer, desde que o time faça a sua parte.
Na Arena, faixas e cartazes de apoio ao time, à comissão técnica e à diretoria. Me surpreendi também com a quantidade de crianças, jovens e mulheres.
Surpresa minha, de toda a imprensa presente e até da diretoria americana, na cabine ao lado da que eu estava. O Senador Eduardo Azeredo assistiu junto com os dirigentes, também curtindo esses momentos inesquecíveis, que podem marcar um novo tempo para o futebol mineiro.
O América precisa subir e caso isso ocorra este mesmo povão que foi vê-lo vencer hoje, vai se multiplicar e apoiá-lo na Série A do ano que vem.
Quase 14 mil pagantes e nenhuma confusão. Só alegria entre os americanos.
No gramado, foi um dos melhores jogos que vi este ano, porém, de matar qualquer um do coração. Inclusive o pai do zagueiro Micão passou mal e foi levado de ambulância para o Hospital de Sete Lagoas. Felizmente, nada grave.
Jogo aberto, com o Sport kamikaze depois que tomou o segundo gol.
Não sei quem perdeu mais oportunidades, mas foram muitas, com bolas na trave à vontade, dos dois lados.
Um sufoco, mas valeu demais da conta!
Como diz o Bruno Azevedo: “Acredita América”!
https://blog.chicomaia.com.br/?s=Am%C3%A9rica+vence+sport+recife+na+arena+do+jacar%C3%A9