Imagem: facebook.com/ArenaMRV
Em ótima entrevista do Thiago Reis, hoje, na Itatiaia, com o diretor da Arena MRV, Bruno Muzzi, detalhes inéditos dos trâmites burocráticos e do cronograma para o início das obras.
* “Diretor executivo da Arena MRV revela previsão para início e fim das obras”
Com o processo burocrático perto do fim, o sonho do Atlético em ter um estádio próprio caminha para sair do papel e literalmente virar concreto a partir do início do ano que vem. A informação foi dada pelo diretor executivo da Arena MRV, Bruno Muzzi, em entrevista exclusiva ao repórter da Itatiaia Thiago Reis veiculada neste domingo.
Bruno Muzzi, em foto do https://mysocialmate.co/u/arenamrv
A expectativa de Muzzi é que o início das obras seja entre novembro deste ano e fevereiro de 2020, a depender da autorização do poder público. “Estamos com 97% [finalizado] para conseguir essa licença de instalação e iniciar as obras. Avançamos muito, tivemos grandes vitórias, vitórias difíceis que, talvez, um ano atrás, a gente achasse que fosse intransponível”, afirmou.
Ouça a entrevista completa concedida por Bruno Muzzi
O projeto de lei para construir o estádio foi aprovado em primeiro turno na Câmara Municipal de Belo Horizonte e está previsto para ser votado em segundo em outubro, mesmo mês em que a licença ambiental deve ser dada pelo estado. Se passar, a proposta que está na Câmara irá para a prefeitura, que tem até 60 dias para dar um aval. A obra começa em seguida, em um período chuvoso do ano.
“A gente vai ter que planejar muito bem esse início. A velocidade, a produção da terraplanagem inicial. É um terreno complexo, tem uma grande área de corte, de aterro”, declarou. Muzzi relata que o estádio deve ficar pronto após dois anos e meio de trabalho. Isso significa que, se começar a ser erguido em fevereiro do ano que vem (a previsão mais pessimista), será inaugurado em agosto de 2022. “Eu acho que vai ser uma obra em que a gente pode ter questionamentos. Isso em qualquer obra acontece. A gente tem que tomar cuidados para andar muito certinho e nada fugir do planejado”, relatou.
Muzzi explica que o prefeito de Belo Horizonte, o ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, tem feito um papel adequado em relação ao estádio. “Ele tem que ser isento neste processo. Ele tem os técnicos e secretários para analisar isso, e eles têm que respeitar a legislação”, explicou.
Ao comentar as contrapartidas exigidas pelo poder público para a construção do estádio, o diretor considera que no Brasil há falta de incentivo para empreendimentos que serão positivos para a sociedade. “Se fosse em qualquer outro lugar do mundo, talvez tivesse um papel do estado, do município, para trazer benefícios para que um empreendimento desse porte, que gera uma série de benefícios, pudesse ir para o local.”
Trânsito e meio ambiente
Segundo o diretor, o maior impacto da Arena MRV será no trânsito, pois o estádio ficará entre a BR-040, a Via Expressa e o Anel Rodoviário, vias de congestionamento no horário de pico. E como há jogos que serão disputados em momentos em que naturalmente há grande circulação de veículos, a situação ficaria mais complicada.
Ele disse que diversas obras serão realizadas para melhorar o tráfego na região. “São 14 pontos de intervenção, entre passarelas, duplicação de viaduto, alça no Anel Rodoviário, na BR-040, alargamento da Via Expressa, acessos melhores. A gente promove uma qualidade de trânsito ali, mesmo no dia de jogo, impressionante. Obviamente, no dia de jogo fica denso, mas no dia a dia da cidade as medidas viárias virão de forma expressiva”, conta.
Em relação ao meio ambiente, ele acredita que tudo já está adequado. “A gente está super confortável com as soluções que a gente levou para a arena, seja preservação da nascente, outorga da canalização, supressão da vegetação. A gente adquiriu uma área grande ao lado [da arena] que vai ter 58 mil m² de preservação, mais uma área de preservação interna de 26 mil m². A gente está prevendo caixas de infiltração para manter as vazões, para que a gente não contribua com enchente”, diz.
O estádio
A Arena MRV será erguida no bairro Califórnia, região Noroeste de Belo Horizonte, terá capacidade para 47 mil torcedores e custará R$ 410 milhões, mas, de acordo com o Atlético, nenhum centavo sairá do futebol.
Em setembro do ano passado os conselheiros do clube aprovaram a venda de 50,1% do shopping Diamond Mall para a empresa Multiplan, o que irá gerar R$ 250 milhões para a obra. O restante do dinheiro será captado por meio da venda do naming rights (a MRV comprou os direitos por R$ 60 milhões) e da comercialização de cerca de 4.700 cadeiras cativas do estádio por R$ 100 milhões (60% do valor já foi garantido pelo banco BMG).
O terreno onde a arena será construída está avaliado em mais de R$ 50 milhões e foi doado pela família de Rubens Menin, presidente da MRV.
http://www.itatiaia.com.br/noticia/diretor-do-projeto-da-arena-mrv-revela-previs