Com a antiga cúpula quase toda enjaulada ou banida do futebol os novos dirigentes que assumiram a Confederação Sul-Americana de futebol chegaram com discurso de inovação e modernização do futebol do continente. De cara incharam a Libertadores da América e sonhando transformá-la numa “Champions” agora a final será em jogo único em país previamente definido. Não levou em consideração as distâncias, as dificuldades de mobilidade e as condições financeiras da maioria de quem vive na América do Sul. Mas para quê público no estádios? Afinal, as redes de TV e os patrocinadores bancam tudo!
Aí chega a vez da Copa América, que a Conmebol quis transformar numa Eurocopa. Para injetar dinheiro no caixa, repete a velha prática da antiga cúpula de convidar Japão e Qatar para disputar a competição. Elabora uma fórmula “interessantíssima”, em que depois de depois de muitos jogos, de 12 participantes, oito se classificam. E num país de quase 15 milhões de desempregados, economia em recessão, põe o preço médio do ingresso em mais de 400 reais. Mas, público nas arquibancadas para quê? As TVs e o patrocinadores bancam tudo. O futebol é um mero detalhe. Torcedor que se dane!
O resumo da ópera, nas informações e comentários de jornalistas, jogadores e treinadores:
Frederico Ribeiro @Fredfrm, do Globoesporte.com: “Piores públicos do Mineirão: 108 pessoas para Villa 0x2 Valeriodoce em 1985.
Novo Mineirão: 2.106 pagantes para Equador 1×1 Japão na #CopaAmerica”
Vinicius Grissi @ViniciusGrissi, da 98FM: “Paraguai classificado com DOIS PONTOS em três jogos. Que competição…”
Renan Damasceno @renan_damasceno, Estado de Minas: “Hernán Gomez, técnico do Equador, sobre públicos da Copa América: “Eu fiquei surpreso que nem nos jogos do Brasil estava cheio. Vi que tinha pouco entusiasmo. É a minha 10ª Copa América e quando a gente vai para uma Copa América vemos propaganda, motivação e não vi isso aqui.”
Ainda o Renan Damasceno: “Mineirão registra 2.106 pagantes, superando o jogo de sábado, como o pior da Copa América.”
Sérgio Xavier Filho, Sportv @sxavierfilho: “América do Sul tem 10 países. Aí torramos duas semanas pra recomeçar a Copa América com… oito países?”
No portal da ESPN: “Messi, após classificação da Argentina: ‘Todos os campos que jogamos são muito ruins’”
Disse depois do jogo na Arena do Grêmio, em Porto Alegre: “Todos os gramados em que jogamos são muito ruins. É muito difícil jogar, sempre necessita de algo para parar a bola”.
Antes, a Argentina tinha empatado com o Paraguai no Mineirão e perdido a Colômbia na Fonte Nova, em Salvador.
No Globoesporte.com: “Os buracos da Copa América: gramados são alvos de crítica de Messi, James, Suárez & Cia.”
– … os gramados dos estádios não estão em bom estado. Mas tem que se adaptar a essas situações – afirmou o uruguaio Luis Suárez, após o jogo contra o Japão, na Arena do Grêmio.
– Estava um pouco ruim, e para uma Copa deveria estar melhor – declarou James Rodríguez, após a vitória colombiana contra a Argentina, em Salvador.
Por duas vezes, Lionel Scaloni, técnico da Argentina, reclamou dos gramados. A Argentina passou por Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
– Primeiro, gostaria de fazer um comentário: é lamentável o estado do campo, principalmente depois do segundo tempo. Imaginem na segunda e terceira partida que tivermos aqui… Deixou muito a desejar para ter uma boa partida de futebol – disse, depois da partida contra a Colômbia, na Fonte Nova…”
Até o técnico da Venezuela, o ex-goleiro da seleção, Dudamel, desceu a lenha, geral:
“– Quando se fala numa Copa América no Brasil, ou numa Copa do Mundo que não tivemos o privilégio de participar, imaginamos encontrar o melhor em tudo, assim como têm o melhor futebol. Encontrar os melhores cenários para poder desfrutar da Copa América no Brasil. Estamos muito surpresos, não somente com o gramado que estava igual para ambos, e poderia estar melhor, mas a logística de hotéis e demais coisas não corresponde a uma Copa América, e muito menos ao Brasil. É uma crítica construtiva que faço. E não é desculpa, mas uma manifestação porque estamos muito surpresos. Nós viemos para jogar – afirmou.
Procurado pelo GloboEsporte.com, o Comitê Organizador Local (COL) não respondeu até a publicação desta reportagem….”
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Pois é! Brasil e Conmebol, tudo a ver. E nada vai mudar.