Foto: Guilherme Frossard/Globoesporte.com
O prefeito Alexandre Kalil concedeu entrevista ao Guilherme Frossard para o Globoesporte.com que repercutiu nas primeiras horas do dia, por causa de vários temas abordados e reações de quem se sentiu atingido. A primeira delas foi do Consórcio Minas Arena, controlador do Mineirão, cujo twitter mandou bala @Mineirao: “Foi no túmulo que Ferreyra escorregou em um gol sem goleiro
Foi no túmulo que a bola de Giménez explodiu na trave
Foi no túmulo que a torcida viu duas viradas históricas
Foi no túmulo que, desde que reabri, quatro taças foram levantadas
EITA TÚMULO BOM!”
Ao tomar conhecimento, Kalil riu e disse: “Com aquele time, podia jogar até lá; num cemitério, na Praça Sete ou qualquer lugar, que ganharia do mesmo jeito”.
Só pra recordar: Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre, Leandro Donizetti, Tardelli e Ronaldinho; Bernard e Jô.Técnico: Cuca
A entrevista completa
* “Kalil chama Mineirão de “túmulo do Atlético” e evita avaliar gestão atual: “Esperar enfileirar canecos””
Ex-presidente do Galo conversa com o GloboEsporte.com, cita que “não é uma coisa ou outra” entre austeridade e títulos, explica – e sustenta – declaração de que “estádio é para rico”
Por Guilherme Frossard — de Belo Horizonte
De manhã, reuniões sequenciais com deputados, vereadores e empresários. À tarde, compromisso oficial com o lançamento de um projeto de segurança em postos de saúde de Belo Horizonte. Na “brecha” do almoço, nessa terça-feira, Alexandre Kalil, presidente mais vitorioso da história do Atlético-MG e atual prefeito da capital mineira, recebeu o GloboEsporte.com para uma entrevista exclusiva. O tema do papo foi o Galo, que completa 111 anos na próxima segunda. A agenda é cheia, o tempo livre é quase nulo, mas para Kalil é quase regra: sempre é hora de falar do Galo.
A entrevista de Alexandre Kalil foi no perfil Alexandre Kalil: sem papas na língua, como sempre. O ex-mandatário atleticano falou, por exemplo, sobre o sonho do Atlético-MG de construir seu estádio próprio – previsto para ser inaugurado no início da próxima década. Segundo ele, a casa nova tem tudo para ser a redenção do clube. Não só pela arena, mas também por “livrar” o Galo do Mineirão, definido, por Kalil, como “o túmulo do Atlético”.
– Eu acho que o estádio do Atlético significa uma redenção, sim. Vamos sair, definitivamente, do túmulo do Atlético, que é o Mineirão. E aí é uma coisa definitiva. O Mineirão emperrou o Atlético por 44 anos, e em três anos, quando saímos do Mineirão, ganhamos tudo que o Atlético tem até hoje. A saída do túmulo, do cemitério, é uma grande vitória para o Atlético. E isso vai vir com o estádio novo.
A (forte) opinião de Kalil vai na contramão da recente postura da atual diretoria atleticana de reaproximação com o Mineirão. O Galo tem voltado a mandar jogos no Gigante da Pampulha, e Sérgio Sette Câmara já deu declarações garantindo que é a tendência é que o estádio volte a ser “a casa” do clube enquanto o estádio próprio não sai do papel. Kalil, que garante estar completamente distante da vida política do Atlético-MG e das decisões internas, prefere, também por isso, não opinar. – Isso é uma decisão do presidente. Não cabe a mim comentar.
“Não ligo para saber de nada”
O distanciamento do Galo, de acordo com Kalil, é total. O prefeito é, agora, um mero torcedor. Daqueles que xingam, reclamam e, mesmo quando acham que está tudo errado, não ligam para o presidente – mesmo tendo, ao contrário do torcedor comum, essa possibilidade. Como torcedor, Kalil evita avaliar a gestão de Sérgio Sette Câmara, que está no seu segundo ano como mandatário alvinegro.
– Eu vou ser muito franco: não tenho a menor relação com o Atlético hoje. Não por briga, por nada. Primeiro, porque sou prefeito de Belo Horizonte. Segundo, que não vou ligar para o presidente para saber se é verdade que ele está contratando fulano. Se for verdade, vai chegar. Eu sei, fui presidente. Tudo que sei é através de vocês (imprensa). Não ligo para saber de nada. Eles não me ligam para perguntar nada. Tenho uma relação de torcedor, que é muito legal, porque ela não vem do dia que você sai do Atlético. Ela volta com o tempo de afastamento. E não tem nada melhor, depois que fui presidente, do que ser só torcedor. Poder xingar, gritar, reclamar, poder achar que está tudo errado ou tudo certo. Eu adquiri esse hábito de ser só torcedor com o tempo. E isso vai me afastando do Atlético cada vez mais – disse.
– Pra mim é muito difícil opinar (sobre a atual gestão), porque sou um ex-presidente. E não sou nenhum idiota de falar que não fui um presidente vitorioso. Acho que o resultado de uma presidência vem quando você desce a rampa da sede e vai embora. O exercício da presidência não admite um ex-presidente dar opinião sobre gestão. Temos que esperar ele descer da sede e enfileirar os canecos que ele vai deixar para nós, que é o que interessa para a torcida – completou.
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