Nessa foto do site do Cruzeiro está o Raniel, o dono do jogo desta tarde, com dois gols e muito boa atuação.
Ewerton “Maradona” foi um foguete que não estourou no Atlético nos anos 1990 e agora está com 36 anos de idade. De cara foi vítima de algum idiota que pôs este complemento de nome nele, por causa da semelhança do cabelo com o astro argentino. Mas amanhã o Roger Bernardo, 33, outra “novidade” poderá arrebentar e ajudar o Villa Nova a vencer e Nova Lima o Tupynambás, e quem sabe, até ser vendido depois do campeonato e ajudar a resolver os problemas financeiros do Leão do Bonfim. Afinal, o Villa sempre revelava grandes volantes e e principalmente zagueiros para o país.
Doce ilusão! Mas, num passado não muito distante, era assim. A cada início de estadual havia uma expectativa quanto a qual clube do interior revelaria os melhores ou o melhor jogador e qual deles seria a “sombra” a incomodar os da capital. Valeriodoce de Itabira, Villa Nova, Caldense, Uberaba, Uberlândia, meu Democrata de Sete Lagoas e Democrata de Governador Valadares sempre se destacavam.
Veio a Lei Pelé e acabou com isso, entregando o filet do futebol profissional aos atravessadores. Como nenhuma tragédia vem desacompanhada e depois da queda vem o coice, no fim dos anos 1980 a TV entrou de sola no mercado. Competente e organizadíssima, tomou conta, fomentando e se aproveitando da desunião e burrice da maioria dos clubes. Nem falemos dos interesses inconfessáveis de incontáveis cartolas, provavelmente maioria, que negociavam e continuam negociando à parte. Outros, por vaidade, no sonho de entrar para a história, gastavam e gastam mais que podiam e podem, endividando o clube de forma comprometedora. A TV, muito solidária e “amiga” se prontifica a “ajudar” antecipando cotas dos anos seguintes para renovações antecipadas dos contratos de direitos de transmissão. Nessa “filantropia” tornou quase todos os clubes reféns de suas verbas. Quando alguma TV concorrente ao menos pensa entrar no jogo, encontra como primeira barreira as amarras dos clubes com a poderosa que lhes antecipou dinheiro e os têm debaixo do balaio. Presidente ou qualquer diretor de clube vai embora, o problema fica, ninguém é responsabilizado e os sucessores que se danem.
De tempos em tempos tudo na vida precisa ser reavaliado e reajustado, mas no futebol é diferente. Com exclusividade a TV dona dos direitos faz o que quer. Como a moita verde no pasto seco continua verdinha, não há interesse em mudanças, mesmo quando o torcedor está cansado da mesmice, de saco cheio. Importante é que o faturamento publicitário está gordo, o cartola desonesto satisfeito, mesmo se o seu clube esteja se ferrando.
Muitas vezes os patrocinadores do campeonato são os mesmos da TV e dos veículos de comunicação mais poderosos. Com isso, raramente alguém fala que os clubes do interior recebem uma cota ínfima em relação aos da capital e a cada ano morre um tradicional. Os empresários, donos da maioria dos jogadores, fundam clubes ou fazem dos tradicionais, barrigas de aluguel, enquanto for do interesse. Quando deixa de ser, vão-se embora e deixam o moribundo para ser enterrado pela cidade e seus torcedores.
E vamos que vamos! Neste primeiro jogo do Mineiro’2019 fiquei atento ao problema de saúde do grande radialista e amigo Alberto Rodrigues, que felizmente não teve nada de grave, e fiquei sabendo que foi 3 a 1 para o Cruzeiro com dois gols do Raniel e um do Robinho.
Do Guarani e de Divinópolis os repórteres devem ter dito que o estádio Farião foi “reformado” com uma boa caiação dos muros, vestiários pintados, que o gramado estava até bom, apesar de “um pouco duro” e que havia muita gente nos morros vizinhos assistindo a partida, de graça. Igual eu falava no início dos anos 1980 quando era repórter de campo da saudosa e queridíssima Rádio Capital.