Blog do Chico Maia

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Depois da penúltima rodada o Cruzeiro continua nadando de braçada na Libertadores

Dedé em foto do Cruzeiro em grande momento da carreira, animando torcedores na Toca da Raposa

O Cerro, que estava na cola do Cruzeiro, perdeu pro Zamora; o Flamengo, que no papel, era um dos maiores favoritos ao título, patina e corre o risco de ficar fora das oitavas. Com nove pontos, decidirá sua vida em Montevidéu, contra o Peñarol, que também tem nove e precisa vencer para não correr o risco de ser eliminado, já que o terceiro colocado é o equatoriano LDU, sete pontos, que receberá em casa o boliviano San José, que tem 4 e estáa eliminado.

Outro “favoritaço” no papel era o Palmeiras, que também patina. Goleou esta noite o Melgar, fora de casa, e chegou aos 12 pontos, classificado, junto com o argentino San Lorenzo, que tem 10 pontos.

E o Grêmio? Até começar a Libertadores era o time queridinho da imprensa brasileira, por jogar “o melhor futebol no Brasil” atualmente. Quase foi eliminado nessa primeira fase mas reagiu, venceu o Libertad (12 pontos) em plena Assunção, chegou aos sete pontos, o mesmo que a Universidade Católica, do Chile, que entretanto jogará a última rodada em Porto Alegre contra o Grêmio.

No Grupo C ninguém incomoda o primeiro lugar geral do Cruzeiro. O Olímpia do Paraguai (nove) está classificado e vê a briga de Godoy Cruz e Concepción (seis) pela segunda vaga.

Único que pode incomodar pra valer o Cruzeiro é o Internacional que tem 12 pontos, contra o River que tem nove, Palestino quatro e o Alianzza de Lima (um).


Difícil acreditar, mas o Galo poderá terminar atrás do Zamora na Libertadores

O Zamora quebrou esta noite sequência de 17 derrotas seguidas na Libertadores da América

Pois é, o Zamora venceu em casa o Cerro Porteño por 2 a 1 e passou a ocupar o terceiro lugar do grupo E. Com isso, ajudou o Cruzeiro, que briga para ser o primeiro geral ao término da fase de grupos e decidirá em casa, contra o Galo, quem será o terceiro entre eles e seguir disputando, agora a Copa Sul-Americana. Não podemos nos esquecer que este venezuelano Zamora deu um trabalho danado para o Atlético no Mineirão, que teve de suar sangue para virar o jogo, depois de estar perdendo por 2 a 0.

Lembrei-me da infeliz frase do Leonardo Silva depois da derrota para o Nacional de Montevidéu, terça-feira: “É uma tempestadezinha, mas o nosso futuro é brihante”.

Diria o Mestre Rogério Perez: “Menos Léo; bem menos…”

Cerro e Nacional, classificados, ambos com 12 pontos, decidirão em Montevidéu quem será o primeiro. Zamora e Galo, com 3, decidirão quem deixará a lanterna com o outro, no Estádio Agustín Tovar “La Carolina”, em Barinas, dia 7, terça-feira, 19h15.


Rogério Ceni não foi procurado; velho capitão diz que é “tempestadezinha, futuro brilhante” e o novo diretor faz efusivos elogios ao grupo do Atlético

Em determinados momentos e situações é melhor ficar calado e manter distância de microfones ou redes sociais. O risco de falar bobagens e aumentar a crise é enorme.

Torcida desesperada, pau quebrando dentro e fora do Mineirão e o Leonardo Silva diz na entrevista coletiva: “É uma tempestadezinha, mas o nosso futuro é brihante”.

“Nosso” quem? Só se for dele e demais veteranos do time que ganham acima de R$ 300 mil e vivem da glória de 2013 até hoje.

Héverton Guimarães, da Band e 98FM twittou a respeito: “Coletiva de Leo Silva foi mais constrangedora que a atuação dele.”

E eu retwitei comentando: Aos 40 anos de idade o cansaço impede futebol de alto rendimento e até o raciocínio depois de 90 minutos com mais um vexame!”

Muita gente ficou espantada com a informação do diretor de futebol do Atlético, Rui Costa, de que não fez proposta alguma a Rogério Ceni. O meu espanto maior foi com o resto da entrevista dele, dizendo que tem certeza de que o trabalho no Atlético vem sendo bem feito e que ele se sente como se já estivesse há seis meses no clube; que está impressionado com a dedicação, empenho de todos os jogadores, comissão técnica e etecetera e tal.

Ora, ora, ninguém duvida que todos se empenham e correm muito no dia a dia. O problema é a falta de qualidade ou condição de grande parte dessa turma para vestir camisa do Galo.

Rui Costa foi contratado para mudar e melhorar o time, mas com o mesmo discurso dos seus antecessores não irá a lugar nenhum. Aliás, irá sim, de volta para casa mais rápido que o combinado.


Desfecho triste para show de erros dos últimos anos

No Brasil é raro o bom senso de autoridades de renunciar quando sentem que são incompetentes para a função na qual se encontram. Seja no futebol, na política ou em alguma empresa. Seria o caso da diretoria do Atlético neste momento, de renúncia coletiva.

Depois do um a zero do Nacional e a eliminação da Libertadores no Mineirão, muitos torcedores desabafaram com o Thiago Reis no quadro “Seu Nome seu bairro”, da Itatiaia, falando verdades tipo: diretoria errou na montagem das comissões técnicas e escolha do comando do futebol. E o maior erro foi apostar em ex-jogadores que não ganharam nada de importante com o clube. Boas pessoas, foram ídolos da torcida, mas sem o devido preparo para assumir os postos de comando que ocuparam. Consequentemente contrataram errado e deu no que deu. Decepções pós decepções.

A dessa noite foi apenas mais uma. Um Atlético sem rumo. Que o recém contratado executivo do futebol, Rui Costa, encontre o caminho e conserte o estrago que está feito no Galo.

O Renato Paiva‏  resumiu bem a situação de momento e as perspectivas para o Brasileiro que começa neste sábado @renatompaiva: “Avisa pro @camara_sette que austeridade é contratar pouco e com qualidade. Se juntar uns 15 desse elenco horrível daria pra contratar 5 bons. Que time horroroso!!! Agora, é lutar pelos 45 pontos. É até melhor não disputar a Sulamericana e concentrar nos 45 pontos. Elenco muito fraco!!”


Cruzeiro segue 100% na briga pelo primeiro lugar geral da fase de grupos da Libertadores

O Cruzeiro jogou para o gasto na Venezuela e venceu sem dificuldades o Deportivo Lara. O primeiro lugar do grupo já estava garantido, o objetivo é terminar a fase de grupos como o primeiro geral e garantir as vantagens do regulamento até o fim da disputa. Campanha impecável até agora com cinco vitórias em cinco jogos, 10 gols marcados e nenhum sofrido. Fred abriu o placar com um chutaço da entrada da área aos 30 minutos e Sassá, que o substituiu, aos 32 do segundo tempo, fizeram os 2 a 0. Thiago Neves foi o principal destaque; muito boa partida.

Triste é ver um belo estádio como este Metropolitano de Cabudare, vazio, resultado de punição da Conmebol por causa dos incidentes da torcida local contra o Corinthians ano passado. O Deportivo já tinha sido multado em 100 mil dólares e ainda teve de jogar com portões fechados.


Rogério Ceni é aposta de risco menor, com grandes chances de dar certo

Foto: Fabio Lima/O POVO

Hoje tem Galo na Libertadores mas o assunto predominante é o nome do treinador que vai comandar o time no Brasileiro. Tudo leva a crer que Rogério Ceni já está acertado. Com eles chegam Charles Hembert (auxiliar técnico), Nelson Simões (auxiliar técnico), Danilo Augusto (preparador físico) e Haroldo Lamounier (preparador de goleiros).

É uma aposta com chances maiores de acerto, pelo aprendizado que ele teve na experiência em hora errada como técnico do São Paulo. Período que certamente serviu para ensiná-lo a ser mais humildade. Tanto que se afastou dos holofotes da mídia nacional e aceitou o desafio de encarar o Fortaleza com todas as dificuldades que o clube sempre enfrentou. E se deu bem.

Neste contexto, gostei da opinião do Tonico Dias, aqui no blog, sobre a possibilidade dele no Galo:

Rogério Ceni era detestado por jogadores quando estava dentro de campo. Como ele praticamente saiu do campo para o banco tendo jogado com todo grupo que ele dirigiu no São Paulo, foi boicotado e caiu. Ficou 4 meses em período sabático e acertou com o Fortaleza. Desvinculou completamente sua imagem à do jogador que defendeu o clube paulista por 25 anos. Iniciou um trabalho do zero. Ajudou na organização do clube e montou o time que lhe rendeu dois títulos em um ano e cinco meses de trabalho. Rui Costa disse corretamente que ele é a primeira opção de qualquer clube do Brasil hoje. Particularmente eu vejo como acertada a aposta: Rogério Ceni técnico, Rodrigo Santana auxiliar técnico e Haroldo Lamounier preparador de goleiros. Galo não deve correr riscos com esta aposta…”


Atlético bem que poderia simplificar a contratação de treinador definitivo e acabar logo com essa novela

Rodrigo Santana entre Reinaldo (esq.) e Éverton, na Cidade do Galo

No post anterior o Fernando Rocha elogiou a longevidade do Mano Menezes no comando do Cruzeiro, três anos, enquanto o Galo trocou de técnico sete vezes em igual período. É claro que o ideal seria o clube permanecer com o mesmo comandante durante o maior tempo possível, mas isso só é possível se houver acerto na escolha do contratado. Trazer o Mano para Minas foi um dos maiores acertos do então presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares. Excelente treinador, um injustiçado na seleção brasileira, onde fazia bom trabalho e foi demitido erradamente. No encontrou no Flamengo e no Corinthians as condições de trabalho que encontrou na Toca da Raposa.

Deu certo. Arrumou a casa, mesmo com um elenco fraco. Tirou o time do risco do rebaixamento. Discretamente, dispensou vários jogadores, recuperou alguns e pediu a contratação de outros. Foi ganhar dinheiro na China, não deu certo lá e retornou à Toca da Raposa, onde a coisa estava novamente ruim e ele consertou de novo. Se acertou com Mano, o Dr. Gilvan apostou errado duas vezes antes: no estagiário e ex-jogador Deivid, e no experiente e famoso português Paulo Bento. Passou um aperto danado para consertar as mancadas, além de gastar uma fortuna nessa empreitada mal sucedida de buscar o ex-técnico da seleção de Portugal.

Acertar o técnico é fundamental. Se os resultados não vêm a mudança é obrigatória, não tem jeito. E se errar de novo, tem que trocar novamente, até acertar. Aí é questão de competência de quem contrata. O Atlético errou com a demissão do Levir Culpi quando o Daniel Nepomuceno estava assumindo e contratou errado sucessivamente, inclusive ao buscar de volta o próprio Levir, que quatro anos depois, estava fora do prumo.

Mas isso só foi visto agora, depois que a coisa desandou. Diretoria e quase toda a imprensa (eu inclusive), erraram na avaliação do sucessor do estagiário Thiago Larghi.

Agora, fala-se em Rogério Ceni e outros. Na minha opinião, Ceni será uma aposta cara. O Galo deveria investir a fortuna que gastará com Ceni ou outro desses que estão empregados, na aquisição de dois bons jogadores, reforços de verdade, e apostar no próprio Rodrigo Santana, que não é um estagiário. Apesar de apenas 37 anos já rodou bastante e mostrou serviço nestes jogos decisivos contra o Cruzeiro. Mas, o presidente Sette Câmara é quem sabe onde dói o calo. Na hora “h” a cuíca ronca é no lobo dele.


Democrata Jacaré e Ipatinga escapam do rebaixamento, a longevidade no cargo de Mano Menezes e o futuro do campeonato mineiro

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Nosso Democrata de Sete Lagoas conseguiu se safar e ano que vem deverá entrar mais forte na concorrência para retornar à primeira divisão estadual. O Ipatinga também, mas teve renúncia de presidente lá. É o time do Fernando Rocha, que escreveu sobre estes e outros assuntos na coluna dele que circula amanhã no Diário do Aço, de Ipatinga:

* “Méritos próprios”

Um detalhe interessante, que talvez explique de forma simplificada, o título de bicampeão estadual conquistado pelo Cruzeiro no último domingo: neste período de três anos do técnico Mano Menezes à frente do time celeste, o Atlético trocou de treinador sete vezes.

Basta olhar com um pouco atenção e boa vontade, para constatar que não se trata de mera coincidência,  o fato de clubes com trabalhos mais longos, seja no exterior, mas sobretudo aqui no Brasil, conseguirem resultados mais expressivos que seus adversários.

Sob o comando de Mano Menezes o Cruzeiro é  bicampeão seguido na Copa do Brasil e, agora,  também bicampeão mineiro, se tornando um caso raro no Brasil de equipe com estilo de jogo definido.

Existem outros times igualmente fortes no futebol brasileiro? Claro que sim: pela ordem, Palmeiras, Flamengo, São Paulo, Athlético-PR, o Galo, Corínthians, mas todos situados um degrau abaixo de Cruzeiro e Grêmio, os únicos times cujos treinadores não sofrem a todo momento ameaças de perder o emprego.

Sem abrir mão de suas convicções, Mano Menezes e Renato Gaúcho deram às suas equipes padrão de jogo, a bem da verdade sem muito brilho, ousadia, pragmatismo excessivo às vezes, mas inegávelmente com ótimos resultados.

Passou no teste

Tem um ditado popular aqui nos nossos grotões que explica muito da vida e o que ocorre às vezes no futebol: “Se o cavalo passar arreado monte nele”.

O jovem Rodrigo Santana, 37 anos, estava quase no ostracismo, dirigindo o time Sub-20 do Atlético, quando o cavalo passou arreado, após a demissão de Levir Culpi.

Santana não conseguiu operar o milagre de conquistar o título, pois encontrou pela frente um adversário muito superior, mas deu conta do recado, ao dar em pouco mais de dez dias um padrão tático mínimo ao time, o que  o seu antecessor não conseguiu em sete meses de trabalho. (mais…)


Um título incontestável e o VAR que enxerga o que quer, no jogo que quiser

O assunto predominante deveria ser o futebol jogado pelos dois times e os méritos da conquista do Cruzeiro. Com 11 vitórias e cinco empates, sem nenhuma derrota, como não reconhecer o trabalho do Mano Menezes, toda a comissão técnica e todo o time?

Melhor ataque, 36 gols, e a melhor defesa, com apenas nove gols contra.

Mas o VAR dividiu as atenções e continua sendo discutido pelos dois jogos. Também não se discute que ele chegou para ficar. Porém, o objetivo de sua implantação no futebol não foi e não será atingido. Não acabou com as dúvidas, não evita injustiças e nem é garantia de lisura das decisões da arbitragem. Ou seja: o futebol vai continuar susceptível a manobras de bastidores. A não ser que se implante um VAR do VAR. Ou um VAR para o VAR.

Essa final do Mineiro servirá como bom exemplo para as futuras discussões: no primeiro jogo os operadores do VAR erraram feio, em sintonia com o árbitro carioca Wagner Nascimento Magalhães e bandeiras. Trabalharam pessimamente: deixaram de marcar pênalti, enxergaram corner que não existiu, originando gol, e anularam um gol que continuou gerando discussões. O Atlético foi o maior prejudicado.

No segundo jogo o VAR e a arbitragem de campo trabalharam bem, do jeito que tem que ser. Ainda que para isso a partida tenha sido paralisada várias vezes, irritando os torcedores, quebrando o ritmo da partida. Vi comentaristas reclamando do apitador paulista Leandro Bizzio Marinho, chamando-o de inseguro, vacilante e etecetera e tal. Ora, ora, se o objetivo é evitar erros e injustiças, tem que ser assim mesmo. Tanto que foi acionado, reviu o lance do Leonardo Silva e marcou o pênalti que deu o título ao Cruzeiro.

Serei eternamente contra essa orientação da Fifa de interpretar como infração mesmo sem a certeza da intenção do presumido infrator, mas a maioria dos árbitros acata o que ela dita. Como neste lance e na anulação do gol do Fred na primeira partida. Mas, interpretação é interpretação e segue o jogo.

O problema do VAR é outro. Da forma como está sendo aplicado ele é manipulável. Pode trabalhar com perfeição numa partida, como nesse 1 a 1 do Independência, ou ficar sob suspeição, como nos 2 a 1 do Mineirão.


Normalmente o clássico é vencido por quem controla melhor os nervos

Foto Ramon Bitencourt/O Tempo

O placar e quem ficará com o título, imprevisíveis. O Cruzeiro tem mais time, é favorito e joga pelo empate. Mas é clássico, em que tudo acontece, historicamente. Além do mais o jogo é no Independência, onde o Galo mais vence do que perde. Mas perde.

Única certeza é que este jogo mexe com todo mundo que gosta de futebol e que o controle emocional é decisivo dentro de campo. Bem interessante essa reportagem no SuperFC, do Bernardo Lacerda e Thiago Nogueira sobre a eficiência dos jogadores dos dois times em números. Também nisso o Cruzeiro está em vantagem. Confira:

* “Galo x Cruzeiro: Quem leva a melhor no confronto entre jogadores?

O Super FC fez um comparativo entre os titulares dos dois clubes que fazem a decisão do Campeonato Mineiro

Foto Ramon Bitencourt / O Tempo

https://www.otempo.com.br/superfc/galo-x-cruzeiro-quem-leva-a-melhor-no-confronto-entre-jogadores-veja-1.2170665