Blog do Chico Maia

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Adidas veste a maioria das seleções, mas filé da final ficou com a Nike

A alemã Adidas patrocina 12 das 32 seleções da Copa da Rússia e a Umbro, que pertence a ela veste uma. Mas a Nike, na cola, com 10 seleções, ri por último e é parceira da França e Croácia, que fazem a grande final do domingo. De quebra, de uma delas sairá o melhor jogador da competição.

O francês Kylian Mbappé . . .

ou o croata Modric, em fotos da FIFA.com/Getty Image.

  1. Rússia (Adidas)
  2. Brasil (Nike)
  3. Irã (Adidas)
  4. Japão (Adidas)
  5. México (Adidas)
  6. Bélgica (Adidas)
  7. Coreia do Sul (Nike)
  8. Arábia Saudita (Nike)
  9. Alemanha (Adidas)
  10. Inglaterra (Nike)
  11. Espanha (Adidas)
  12. Nigéria (Nike)
  13. Costa Rica (New Ballance)
  14. Polônia (Nike)
  15. Egito (Adidas)
  16. Islândia (Errea)
  17. Sérvia (Puma)
  18. França (Nike)
  19. Portugal (Nike)
  20. Argentina (Adidas)
  21. Colômbia (Adidas)
  22. Uruguai (Puma)
  23. Panamá (New Ballance)
  24. Senegal (Puma)
  25. Marrocos (Adidas)
  26. Tunísia (Uhlsport)
  27. Suíça (Puma)
  28. Croácia (Nike)
  29. Suécia (Adidas)
  30. Dinamarca (Hummel)
  31. Austrália (Nike)
  32. Peru (Umbro)

A montagem e desmontagem do caro circo de patrocinadores da Copa

Quatro dias antes da abertura da Copa a principal via de acesso aos portões das autoridades e imprensa no estádio Luzhniki estava desse jeito, com a montagem dos gigantescos stands dos patrocinadores locais do Comitê Organizador.

Quem via pensava: será que vai dar tempo? Mas 24 horas antes, estava tudo pronto e funcionando, inclusive a loja de souvenir com produtos da Rússia 2018.

A estatal Gazprom (a “Petrobras” da Rússia), maior fornecedora de gás do mundo.

Wanda, parece nome de “puteiro”, mas é um conglomerado chinês, dos maiores grupos empresariais do mundo, com empreendimentos imobiliários, redes de lojas, hotéis de luxo e a maior cadeia de cinemas do mundo, detém 6% das telas de filmes comerciais na China, e em torno de 13% nos Estados Unidos.

A Coca-Cola foi o primeiro grande patrocinador a se unir à FIFA, no Brasil, na Copa de 1950, quando nem existia esta fórmula de patrocínio nas competições esportivas.


Para milhões de fumantes, milhares de “fumódromos” e lixeiras para quem gosta

Fuma-se muito na Rússia e assim como em quase todo o mundo a prática é proibida em ambientes fechados.

Para quebrar o galho dos fumantes inveterados há muitos “fumódromos” espalhados pelas cidades, em especial Moscou, como este, ao lado do Hotel Radisson.

Nos pontos de ônibus e praças, lixeiras forradas com areia, como essa, são disponibilizadas aos milhões de homens, mulheres e adolescentes fumantes.


Minas Gerais na Rússia: as traves da Copa são feitas com minério de Itabira. E como dói!

A coluna do Marcos Caldeira, d’O Trem Itabirano: 

*”(A Eurocopa do Mundo vista do meu sofá)”

A TRAVE DA COPA É FEITA DE MINÉRIO, DIZ VALE.

VOU ALÉM: HÁ UM PEDACINHO DE ITABIRA NÃO SÓ

NA RÚSSIA, MAS EM CADA CIDADE DO MUNDO

Recebi da empresa Vale um vídeo institucional no qual lembra a presença de produtos trabalhados pela companhia nos estádios da Copa do Mundo, construídos com estruturas metálicas, e, sobretudo, na parte que mais gera emoção no futebol: as traves. Para ficar em torno do próprio umbigo, a mineradora economizou na análise. Dá para escavar um pouco mais o assunto e dizer que há pedacinhos de Itabira não apenas nos estádios da copa, mas em praticamente todas as cidades do mundo. O minério extraído no solo itabirano há 76 anos se transforma em utilidades para povos de todos os países: pregos, tesouras, camas hospitalares, talheres, ferragens de prédios, peças de automóveis, de computadores e de navios, alfinetes, armas e outras dezenas de milhares de produtos fabricados com ferro. No extinto bar Cinédia, os mais ébrios lembravam, ufanisticamente, que há pedaços de Itabira até na Lua, em restos de foguetes lá deixados por astronautas. Impossível mencionar essa grandeza sem evocar a épica dívida social e ambiental da Vale com Itabira, sua cidade-berço. Mineração é atividade destruidora demais, estraçalha tudo. Polui violentamente o ar, jogando veneno nos pulmões de todos; causa assoreamento de córregos; esgarça culturas ao apagar bairros inteiros em desocupações de áreas a minerar ou perto de minas em atividade; provoca migração desordenada, criando favelização e pressionando os serviços públicos; esteriliza solos; cria risco de catástrofes épicas, como a que desgraçou Mariana, aquela avant-première do apocalipse vista em 2016; estupra a paisagem, prejudicando a autoestima de um povo; suga a água mais fácil, obrigando o município a captar o líquido em lugares mais difíceis, o que encarece o produto ao consumidor, entre outros problemas graves e gravíssimos. Então, é melhor não minerar, perder os empregos, deixar a população sem os benefícios da atividade e fazer traves de pau? Claro que não! Não se defende a paralisação do setor, mas que os municípios minerados sejam recompensados com justiça. Estudos do Banco Mundial e da Comissão Econômica para a América Latina são unânimes neste ponto: a tributação sobre a mineração no Brasil é muito baixa, se comparada com a de outros países. Na Austrália, o royaltie do minério é de 7%; no Canadá, 9%. No Brasil, era de 2% sobre o faturamento líquido e só este ano passou para 3,5% sobre a arrecadação bruta.

CROÁCIA: OS QUADRICULADOS ALVIRRUBROS

QUEREM ENTRAR PARA O CLUBE DOS OITO (mais…)


Inglaterra abusou do direito de errar gols e a Croácia não, indo pra final inédita da Copa

Após um lance que parecia perdido, Mandzukic em puro oportunismo foi mais esperto que a zaga inglesa e extremamente feliz no chute que o ótimo não conseguiu pegar. Foto FIFA.com

Em 1965 Nelson Rodrigues escreveu a peça “Toda nudez será castigada”, sucesso teatral até nos dias de hoje. No início dos anos 1990, eu o parafraseei, durante o programa Minas Esporte, da Band, dizendo que “Toda arrogância será castigada”, transportando a expressão para o futebol.

Hoje a Inglaterra entrou nessa e pagou pela soberba. Teve um começo avassalador, fez 1 a 0 antes dos quatro minutos e continuou mandando no jogo. Desperdiçou três oportunidades ainda no primeiro tempo e se acomodou, talvez na presunção de que o segundo gol sairia “naturalmente”. Só que a Croácia além de ter bons jogadores passou a jogar com o coração e sangue nos olhos. E dessa forma virou o jogo na prorrogação e com toda a justiça está na final de domingo contra a França, numa decisão inédita e imprevisível. Única certeza é que será uma grande partida, assim como foi essa de hoje, que engrandece o futebol.


Café e cachaça: oportunidades de negócios desperdiçadas por Minas Gerais na Rússia

Nos supermercados e lojas especializadas em comidas e bebidas da Rússia a minha frustração que se repete em quase todo país que visito: ausência ou quase ausência de produtos brasileiros nas gôndolas, especialmente de riquezas que o nosso estado tem. Somos o maior produtor de café do Brasil, que é o maior produtor do mundo. Somos o maior produtor de cachaça do país, em quantidade e acima de tudo em qualidade.

Mas só dá café da Colômbia (2º maior produtor mundial), Guatemala (10º), Indonésia (4º), Honduras (7º), Etiópia (5º), India (6º) e outros.

Vinhos da Argentina e Chile, aparecem em igualdade de condições com os franceses, italianos, espanhóis, portugueses e da própria Rússia e região.

Run cubano e a mexicana tequila também são destaques nas prateleiras. Muito. Durante o Pan-americano de Guadalajara em 2011, assisti uma palestra promovida pela Associação Mexicana de Tequileiros, em que eles mostraram da produção de bebida ao sucesso mundial de vendas que é. O Estado de Jalisco, cuja Guadalajara é a capital, patenteou a Tequila. No mundo, só eles produzem e comercializam, oficialmente. Estão para o México assim como Minas Gerais está para o Brasil em termos de cachaça.

Um dos palestrantes conhece bem o mercado e a história da cachaça brasileira. Amigo de produtores mineiros. Diante dos meus questionamentos sobre a ausência da nossa “caninha” no mercado mundial, ele respondeu que falta organização e antes de tudo união dos nossos produtores para ocupar este espaço. Para eles não foi fácil chegar ao nível que estão já há algumas décadas, mas com muito esforço chegaram lá.

Na Rússia, só vi cachaça num cardápio de um bar cubano (excelente, diga-se) em São Petesburgo. Mas (tem sempre um “mas”, né!?), pasmem: 51.

Pra quem saboreia cachaça de verdade, “pelamordedeus”…

As bebidas servidas no O! Cuba

Este bar cubano em São Petesburgo, é uma das maiores atrações da vida noturna da cidade, numa região que faz lembrar a nossa Savassi.


Futebol de verdade e méritos da França para estar em mais uma final de Copa

A alegria francesa em foto do Getty Imagens/FIFA.com

Muita gente diz que a Copa começa pra valer a partir das oitavas de final, quando não pode haver empate e se houver há prorrogação e, se for o caso, decisão por pênaltis. Realmente os jogos são bem melhores. Abertos, times ousados, jogadores arriscando mais, treinadores mudando formações e táticas, o tudo ou nada entrando em ação quando a necessidade se faz presente.

França e Bélgica fizeram um grande jogo com merecida vitória francesa. Fez 1 a 0, continuou dominando as ações e só tomou um pequeno sufoco nos momentos finais, quando os belgas tinham que arriscar tudo.

Amanhã Didier Deschamps e cia. assistem de camarote Inglaterra e Croácia darem tudo, se desgastando ao máximo, para ver quem ira para a final no domingo.


Pela primeira vez voluntários receberam até hospedagem do país organizador da Copa

A russa Varvara (Bárbara), que foi voluntária ano passado na Copa das Confederações, fala bem o português e tem namorado brasileiro, de São Paulo.

Entre 170 mil candidatos a voluntários, a FIFA e o Comitê Organizador selecionaram 17 mil para atuar nos estádios, centros de imprensa, fan fest e locais de treinamentos das seleções. O mesmo tanto foi chamado para assistência a turistas e imprensa não credenciada em todas as cidades sedes. Super gentis, verdadeiros anjos da guarda de todo estrangeiro nas terras ruas.

Processo de triagem feito pelas autoridades de segurança tão rigoroso quanto ao da imprensa. Voluntários de 112 países, porém 93% da Rússia.

Interessante é que 64% são mulheres, como a brasileira Mathilde Maria, do Rio, que já foi voluntária antes em Copas e Jogos Olímpicos. Segundo ela nenhum outro país ofereceu tão boas condições aos voluntários estrangeiros como os russos. Hospedagem, por exemplo. Foi a primeira vez que um país organizador deu esse apoio. Até então, que se virassem. Só recebiam três “mudas” de roupas e dois vales alimentação diários.

A Rússia hospedou os voluntários em hotéis três estrelas, muito bem localizados, três vales alimentação e passe livre no metrô (cartão da foto), igual ao da imprensa, além dos uniformes.


A Rússia está realizando uma Copa que beira a perfeição

Estou de volta a Minas Gerais, muito satisfeito com tudo que vi e vivi na Rússia, que até agora está realizando uma Copa perto da perfeição, em termos de receptividade e organização. Tomara que termine assim, no próximo domingo. Até lá, vou postar aqui fotos que fiz durante a viagem, antes da abertura e durante a competição. Nada melhor que imagens para contar histórias.

O tratamento à imprensa, excelente, nos estádios e fora deles. As tribunas de trabalho bem semelhantes às copas anteriores, com visão perfeita do gramado, pontos de energia elétrica e internet à vontade. Cada bloco, tipo “baias”, preparado para seis jornalistas, três cada lado.

O processo de solicitação de credenciamento da imprensa foi aberto no dia dois de dezembro do ano passado, no dia seguinte ao sorteio. Até o dia quatro de janeiro deste ano os pedidos eram feitos via CBF, que fez uma primeira triagem. Até 31 de janeiro o contato podia ser feito diretamente com  a FIFA.

Depois disso, os nomes aprovados foram repassados para as autoridades de segurança russas que passaram nome por nome por um “pente fino”. Fomos 16 mil credenciados, para mais de 20 mil solicitações. Quase cinco mil que não obtiveram credenciamento da FIFA trabalharam em centros de imprensa montados pelas cidades sedes, também com muito boa estrutura, mas sem acesso liberado a estádios e locais de treinamento das seleções.

Fotos do estádio Luznhiki.


A supremacia europeia no futebol mundial e a decadência óbvia da América do Sul

Boa parte da imprensa está “alarmada” com o fato de os europeus dominarem completamente a cena das últimas Copas e que pela quarta vez consecutiva uma seleção do velho continente ser campeão. Ora, ora. queriam o quê? Eles, cada vez mais organizados e por consequência endinheirados. A América do Sul com a esculhambação costumeira, cheia de ladrões e incompetentes no comando das entidades nacionais e Conmebol. Um punhado  na cadeia, outros que não podem pisar num aeroporto internacional, outros eliminados do esporte e por aí vai.

Lamentei a eliminação da Rússia, mas há de se reconhecer que a Croácia é melhor e que era esperada a classificação dela no tempo normal e não na prorrogação ou pênaltis. O time russo cresceu com a força da torcida durante a competição e ontem fez uma belíssima partida neste 1 a 1 com os croatas, que têm mais talentos individuais.

No outro jogo das quartas, gostei do retorno da Inglaterra à prateleira de cima do futebol mundial. Demorou. Time muito bem treinado e se jogar contra a Croácia o que vem jogando deverá decidir o título contra a França ou Bélgica. Aí será uma parada torta. Não sei quem é melhor. Certamente será um jogão.

A Croácia em ótimo momento.