Foto feita pelo Cosme Rímoli, no Estádio Ellis Park, em Johanesburgo em 2010, momentos antes de Brasil x Coreia do Norte
Um dos grandes craques do futebol mundial completa hoje 71 anos de idade. Não tive o privilégio de vê-lo jogar presencialmente. Vi em vídeos, e isso basta. Mas tive a honra de trabalhar com ele, na Band, e de vez em quando o prazer de por conversa em dia. Grande figura!
O site Trivela/Uol fez uma homenagem a ele, com 13 minutos de jogadas que mostram o quanto ele era genial com ou sem a bola nos pés. Procurava jogar simples, um, dois ou três toques e alguns dribles “desmoralizantes”. Aspas na palavra, porque ele não gosta de nada que possa parecer a humilhação a alguém. Digamos então dribles “desconcertantes”. Tostão é “sistemático”.
Veja as cenas e depois leiam algumas histórias que já escrevi sobre Tostão. Aqui no blog e em colunas no O Tempo e Super Notícia:
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07 de julho de 2014
Na Copa de 1994, durante um treino da seleção brasileira em Detroit, antes do jogo contra a Suécia, estávamos eu e o Tostão na lanchonete do estádio quando um senhor bem desgastado pelo tempo, mancando, abordou o nosso já colega de imprensa. Olhou a credencial pendurada no pescoço e disse:
__“Eduardo Andrade, ‘Tostao?’
Diante da afirmativa do próprio, o senhor continuou:
__ Dê-me a honra de apertar a mão do maior jogador que vi jogar na Copa de 1970!
Com a timidez que sempre o caracterizou, Tostão agradeceu e quando o senhor começou a se afastar tive a curiosidade de perguntar de onde ele era: “Sou argentino, mas vivo há muitos anos na Espanha”. Tostão agradeceu de novo e perguntou o nome dele: “Alfredo; Alfredo Di Stéfano!”
Aí foi a vez do Tostão, se emocionar e manifestar a honra de estar conhecendo um dos maiores mitos da história do futebol.
Di Stéfano morreu aos 88 anos. Tinha fama de “ranzinza”, mas além dessa passagem com o Tostão, a história registra outro gesto de humildade dele que só grandes seres humanos são capazes.
Grato ao que o futebol lhe deu na vida, mandou erguer um monumento à bola no jardim da sua casa em Madri, com a inscrição “Gracias, vieja”.