As “entranhas” são tucanas paulistas, mas em Minas e todo o Brasil também funciona assim, e em todos os partidos
Senhoras e senhores,
aproveitemos a pausa do Campeonato Brasileiro para tentar entender um pouco o Brasil e como funciona a política, que rege as vidas de todos nós. Sai da cena principal o petismo e começa a guerra de bastidores de quem está louco para pegar o “osso”, cuja carne nunca acaba, porque é oriunda dos impostos que pagamos.
Nesta reportagem da revista Piauí, de agosto, a construção da candidatura do empresário João Doria Junior à prefeitura de São Paulo. As entranhas tucanas paulistas são expostas em detalhes, mas é a realidade de todos os partidos políticos brasileiros, uns mais, outros menos. E quando chegam ao poder aprontam horrores, que a população só fica sabendo quando eles brigam entre eles e começam a entregar uns aos outros. No frigir dos ovos, cada um defende o seu interesse pessoal e de seus parentes e chegados. O interesse público? Se coincidir com o interesse privado, tudo bem. Se não, que se exploda. Essa história é em São Paulo, mas se repete em todos os estados brasileiros.
A reportagem é longa, mas vale a pena investir um tempo e ler até o fim, ainda que seja em partes. Durante e ao fim da leitura, veem vários sentimentos: asco, raiva, preguiça e até alguma esperança: com muita informação à maioria do eleitorado, daqui uns 200 anos o país pode dar certo.
Este ano tem eleição municipal e os eleitos de outubro serão os maiores cabos eleitorais de 2018. É preciso ficar atento a todos eles, para tentar votar melhor.
* “A GUERRA DO CASHMERE”
Como João Doria Júnior se tornou candidato a prefeito e implodiu o PSDB de São Paulo
EDIÇÃO 119 | AGOSTO DE 2016 _questões da política
JULIA DUAILIBI
O motor da van já estava ligado, e os adesivos espalhados pela lataria preta diziam ACELERA, nas cores azul e amarela. O automóvel, porém, continuava parado na frente de um casarão no Jardim Europa, bairro residencial onde vive parte da elite paulistana. Seis assessores do apresentador de tevê, publicitário, empresário e – agora – candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria Júnior, o aguardavam dentro do veículo que os levaria a compromissos de campanha. “Na frente, é a first. A dog class é lá atrás”, explicou Paulo Mathias, ex-presidente da juventude tucana em São Paulo, sobre a distribuição dos lugares. Às dez da manhã, João Doria Júnior deu um bom-dia geral, sentou-se na first class, ao lado do motorista, trocou algumas palavras sobre o caminho e grudou os olhos no celular. A van acelerou. (mais…)