Robson Conceição, o baiano ouro no judô, disse que se não houvesse este convênio já poderia estar morto, envolvido com a criminalidade.
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Os R$ 43 milhões que os ministérios da Defesa e do Esporte investem por ano no projeto de apoio a atletas olímpicos são uma mixaria perto, por exemplo, dos R$ 182 milhões devolvidos por um gerente da Petrobras, Pedro Barusco, apanhado pela Operação Lava Jato. Uma iniciativa que deu certo e que deveria ser estendida ao país inteiro, inclusive na formação dos atletas desde a idade mirim, através escolas e Praças de Esporte que ainda resistem Brasil afora. Dos 11 medalhistas na Olimpíada do Rio até agora, somente o prata na ginástica de solo Diego Hypolito e Isaquias Queiroz, prata na canoagem não disputam como representantes das nossas Forças Armadas. Os demais estão no projeto, que apoia 670 atletas com R$ 3.200 mensais, além de plano de saúde e odontológico. Criado em 2008 com dois objetivos: apoiar na preparação para aa Olimpíada de Pequim e reforçar a equipe das Forças Armadas nos Jogos Mundiais Militares, também no Rio em 2011.
A maioria dos atletas participantes deste projeto não tem rotina militar e nem frequenta os quartéis. Usam as ótimas instalações físicas depois de passar por um treinamento básico de 45 dias sobre a hierarquia, aprendem marchar e prestar continência. Porém, não são obrigados a fazer o gesto de continência nos pódios.
Este ano ela não prestou continência, mas no Pan, ano passado em Toronto, Rafaela Silva fez o gesto na conquista de medalha de bronze.
Sem rotina militar
Os outros medalhistas no Rio até agora são: Rafaela Silva (ouro/ judô), Thiago Braz (ouro/salto com vara), Robson Conceição(ouro/boxe), Felipe Wu (prata/tiro esportivo), Arthur Zanetti (prata/ginástica artística), Arthur Nory (bronze/ginástica artística),Poliana Okimoto (bronze/maratona aquática), Mayra Aguiar (bronze/ judô), Rafael Silva (bronze/ judô),
Obrigações
As únicas obrigações destes atletas são atender às convocações feitas pelas Forças Armadas para disputar competições que elas entendem como importantes e apresentar relatórios sobre os treinamentos aos quais se submetem. Os que batem continência quando estão no pódio o fazem por gratidão às Forças Armadas e pela gentil convivência que têm com os militares de carreira. Gesto de simpatia, que algumas pessoas andaram criticando nas redes sociais.
Mayra Aguiar na conquista de medalha de prata no Pan ano passado.
Primeira medalha
A ligação das Forças Armadas, principalmente do Exército, com o movimento olímpico é antiga.
Em 1920 o Tenente Guilherme Paraense conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil, no tiro, nos Jogos da Antuérpia. Em 1968 o Taifeiro da Força Aérea Nelson Prudêncio, foi prata no México, no salto triplo e bronze em Munique’1972. O Cabo do Exército João Carlos de Oliveira (João do Pulo) foi bronze no salto triplo em Montral’1976 e Moscou’1980.
Começo da parceria
O soldado do Exército Robson Caetano ganhou bronze nos 100 metros e revezamento em Seul’1988 e Atlanta’1996.
Em Sidney’2000 a parceria com o COB começou informalmente e Thiago Camilo, 3º Sargento do Exército, foi prata no judô. Em 2008, já na parceria oficial, ele voltou a ganhar medalha de prata em Pequim.