Claro que o colombiano usou termos inadequados. De cabeça quente, exagerou no linguajar. E cabem várias interpretações; algumas inclusive, atenuantes para ele, tipo: essa ou dessa “merda”? Se referia ao treinador, ao futebol que ele jogou ou ao jogo em si?
Porém, também de cabeça quente, comandantes raramente tomam decisões cruciais. Esperam a poeira baixar, pelo menos umas horas, para darem veredictos. Escutam antes um bom advogado para saber das consequências. Depois de briga na justiça, o Atlético pagou R$ 5 milhões ao Ramon Menezes porque o então técnico Levir Culpi o chamou de “QI de alface” numa entrevista. Tiago Scuro ficou sabendo pelo rádio e antes da entrevista coletiva do Paulo Bento, pediu a palavra e desancou o Riascos, inclusive excluindo-o da delegação na volta a Belo Horizonte, o que é muito grave também, já que isso acarreta riscos ao atleta, patrimônio do clube.Jogadores de futebol, normalmente, são muito bem assessorados por procuradores e advogados experientes. Bem orientado, Riascos usou o Instagram para dar as suas justificativas, se defender e “jurar” que jamais quis ofender os companheiros ou ao clube. Boa peça para uma ação judicial por danos morais.
O presidente do Cruzeiro também é advogado experiente, além de ter um corpo jurídico de qualidade na sede do Barro Preto. Sentiu que, do jeito que estava sendo conduzida, essa pendenga poderia custar muito mais caro à Raposa. E desautorizou o Tiago Scuro, seu diretor de futebol.
A nova postura do clube está no blog do Rodrigo Mattos, do Uol:
* “Presidente do Cruzeiro discorda de punição a Riascos e quer revê-la”
O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, ficou insatisfeito com a exclusão do colombiano Riascos por declarações após o jogo e pretende rever a decisão tomada pela diretoria de futebol. Para o dirigente, o jogador não quis ofender o clube e pode ter havido um mal-entendido.
Riascos foi afastado do Cruzeiro após dar uma declaração usando a palavra “merda”. A frase do atleta foi interpretada como uma referência ao clube, e por isso considerada ofensiva. Assim, ficou decidido seu afastamento. Após a repercussão negativa, Riascos pediu desculpas e afirmou que não se referia ao clube.
“Não concordei com aquilo, não. Achei que não foi daquele jeito. As pessoas às vezes falam língua diferente e são mal interpretadas. Preciso conversar direito”, contou Gilvan. Questionado se a decisão mudaria, ele afirmou: “Lógico que pode. Ele é um ativo do Cruzeiro, investimos nele.”
O presidente do Cruzeiro lamentou que não tenha falado com a diretoria de futebol antes da decisão porque estava no Rio e não ligou para os dirigentes, mas ressaltou já ter se comunicado com o jurídico.
Logo após a punição, Vasco e Bahia já manifestaram interesse em contratar o jogador. Contudo, Gilvan disse que não tomará nenhuma decisão até resolver a questão da punição internamente.
http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2016/07/18/presidente-do-cruzeiro-discorda-de-punicao-a-riascos-e-quer-reve-la/