Imagem distribuída pela assessoria de imprensa do Mineirão via twitter na promoção do clássico de amanhã
Acabei de ler a coluna do Fernando Rocha, no Diário do Aço de Ipatinga que circulará amanhã, mas que tenho o privilégio de ler antes, já que recebo direto da fonte. Divido este privilégio com os senhores:
* “Hora da verdade”
Repetindo a temporada de 2012, o América eliminou o Cruzeiro na semi-final, e decide hoje o título do Campeonato Mineiro com o Atlético, no Mineirão lotado, por uma maioria quase absoluta de atleticanos, mas com a vantagem do empate, por ter vencido o primeiro jogo (2 x 1) domingo passado no Independência.
Numa decisão não se pode esperar um jogo de altíssimo nível técnico, até porque nesse aspecto nossos principais clubes andam devendo, mas não tenho dúvida que Galo e Coelho farão uma partida emocionante, de muita raça e empenho dos jogadores.
O América se motivou ainda , após a vitória sobre o Galo no primeiro jogo, o que deu aos seus jogadores, e à sua pequena porém seleta torcida, a confiança e certeza de que é possível conquistar o título.
No lado alvinegro há uma crença de que na hora da decisão, do “vamo ver”, a sua mística vitoriosa falará mais alto, tendo como referencia a eliminação do São Paulo na Libertadores de 2013, depois de uma derrota 1 x 0) no Morumbí, em jogo pelo Brasileiro, que não tinha tanta importância.
Na época, R-10 humilhou o poderoso “tricolor paulista” dentro e fora de campo, ao dizer “quando está valendo, está valendo”, e logo em seguida nos jogos de mata-mata da Libertadores, fez gols e deu assistências para os companheiros marcarem, eliminando o time paulista com duas vitórias seguidas, 2 x 1 no Morumbi de virada e 4 x 1 no Independência.
Antes do primeiro jogo com o Racing, na Argentina, o técnico Diego Aguirre disse que a fase de testes havia terminado, e que agora havia chegado o momento da equipe atleticana mostrar a sua cara, o seu valor, nas diversas decisões que teria pela frente.
O primeiro obstáculo, os argentinos, com muito suor e sacrifício bem ao estilo do Galo, foi vencido, então veremos hoje contra o América, o que será escrito nessa página da história de mais um Campeonato Mineiro.
- Embora tenha conseguido a classificação, o Cruzeiro proporcionou outra humilhação à sua torcida, na vitória obtida na bacia das almas sobre os reservas do modesto Campinense paraibano. Apesar do horário, 21:30hs, fase ruim, etc, coisa e tal, mais de 10 mil cruzeirenses foram ao Mineirão na última quinta-feira, pagaram ingresso e viram um time que em nada lembra as tradições do clube. O 3 x 2 apertado teve sabor de derrota e não foram poucas as vaias e protestos com toda razão contra a diretoria e os jogadores.
- Tomara que à esta altura o novo técnico já tenha sido contratado e anunciado. Nesta terça-feira o Cruzeiro volta a campo pela Copa do Brasil, desta vez no norte do Paraná, contra o Londrina, que em tese é uma equipe melhor que o time reserva do Campinense. Se a diretoria continuar pensando como clube pequeno, periga cair para um representante da quarta divisão nacional, o que seria algo deplorável.
- O presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, não quis saber de suspense e anunciou com antecedência, que o segundo jogo com o São Paulo será no Independência. O anúncio antecipado tem o lado psicológico, pois as lembranças positivas dos confrontos de 2013 com os paulistas, certamente trarão fluidos positivos aos jogadores, comissão técnica e à torcida alvinegra, além de servir para amedrontar o adversário.
- Mas sem essa de “maldição” ou dizer que os paulistas “tremem” quando jogam no Horto, pois está mais do que provado que torcida ou estádio sozinhos, não ganham jogos ou decisões no futebol. O que determina o vencedor são os nervos, a concentração e a competência dos jogadores, além do trabalho realizado pelo treinador e demais integrantes das comissões técnicas. O grande Nelson Rodrigues dizia que “uma simples dor de cotovelo faz um craque errar até mesmo um reles arremesso lateral”.
- O exemplo mais recente é o Corínthians do midiático Tite, decantado em prosa e verso pela imprensa do eixo Rio-SP, como o melhor técnico do Brasil e quiçá do mundo, ungido como se fosse Pep Guardiola, Alex Ferguson, Diego Simeone e outros menos votados. Apesar do apoio de 40 mil fanáticos torcedores na “Arena Itaquera”, onde pelo seu tamanho a pressão em cima dos adversários é maior que no Independencia, o “Timão” acabou eliminado pelo Nacional do Uruguai, onde brilha um ex-zagueiro cruzeirense, Victorino, o rei do chinelinho na Toca II. Resumo da ópera: não adianta treinador bom se a recíproca do elenco não for verdadeira.
- Então, muitos críticos, entre os quais me incluo, costumam dizer que seria melhor o Atlético jogar no Mineirão e por aí afora. Claro, mais gente poderia ir ao estádio torcer e empurrar o time, mas não existe nada que prove ser esta mudança de local decisiva para um eventual triunfo da equipe. Nos anos 60 do século passado, Antonio Franco de Oliveira (1906-1976), mais conhecido como Neném Prancha, roupeiro, massagista, olheiro e técnico de vários clubes do futebol carioca, por suas frases e tiradas folclóricas, ganhou do mestre Armando Nogueira o apelido de “Filósofo do Futebol”. É de Nenem Prancha a seguinte frase: “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.” (Fecha o pano!)
* Fernando Rocha é um principais radialistas e jornalistas de Minas, com atuação no interior do estado.