Coluna Bola Área, do Fernando Rocha, que vai circular amanhã no Diário do Aço, de Ipatinga:
* “… Fecha tuas empresas, o Instituto na Praia Grande e vai curtir a vida nas praias do Mediterrâneo”.
Este foi o “nobre” conselho do empresário Wagner Ribeiro, ao pai de Neymar, envolvido num escândalo acusado de sonegar milhões de reais em impostos aqui no Brasil. Como assim? Esse cara de pau deveria ter sido chamado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal..
- Muita frescura nessa decisão da CBF de banir os jogos das 11hs aos domingos para “preservar” a integridade física dos jogadores. Por que as autoridades não se preocupam no mesmo tom com a saúde dos atletas, quando se joga na altitude acima de 2 até 4 mil metros ou mais, e falta o ar para respirar.
- Milton Mendes, o quarto técnico que mais tempo estava à frente de uma equipe neste Brasileirão foi demitido na semana passada. Só perdia para Tite (Corinthians), Levir Culpi (Galo) e Gilson Kleina (Avaí). A demissão veio após uma sequência de maus resultados e não agradou a maioria dos torcedores do “Furacão”, que acharam sua saída precipitada.
Final feliz
Foi destaque na mídia o final feliz da novela de renovação do contrato do goleiro-capitão Fábio, que aos 35 anos ainda ficará mais três temporadas no Cruzeiro, clube onde se tornou o recordista em número de jogos, além de um grande ídolo da torcida.
Segundo o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, Fábio vai ganhar não só o maior salário do atual plantel celeste mas de todo o país na sua posição, algo em torno de R$ 500 mil entre salários e luvas.
Vou repetir o que já escrevi sobre isso: não sou contra a renovação do contrato de Fábio, só acho que é muita grana para um goleiro, que por sinal ultimamente tem falhado bastante, angariando certa desconfiança de uma parte da torcida.
Considero-o um bom goleiro, longe de ser “excepcional” ou “fora de série”. Neste último patamar só craques da mesma linhagem de um Cruyff, Ronaldinho Gaúcho, Zico, Reinaldo, Ronaldo Fenômeno, Beckenbauer, Didi e outros; ou do presente, Lionel Messí, Neymar e Cristiano Ronaldo.
Sinceramente, hoje não vejo nenhum goleiro neste nível superior, onde dos que vi jogar só três chegaram na minha opinião: Manga (ex-Botafogo/Internacional e Seleção Brasileira), Sepp Maier (Bayern/Seleção Alemã), Ladislau Mazurkiewicz (Peñarol, Atlético e Seleção do Uruguai).
Quanto ao Fábio, a torcida do Cruzeiro gosta dele, pois é inegável sua identificação com o clube, mas em meio a uma das maiores crises econômicas da nossa história, não faz mesmo sentido pagar salários fora da realidade, sobretudo a um goleiro, cuja reposição é muito mais fácil e evitaria onerar ainda mais as finanças do clube.
Hora da partida
Tem certas coisas na vida da gente que só nós mesmos é que devemos decidir, e em que não cabe a participação de terceiros.
A interferência alheia, por maior que seja o grau de intimidade entre um e outro, na maioria das vezes acaba atrapalhando.
Escolher a hora de se separar ou encerrar um casamento; ou se aposentar, de encerrar uma atividade, uma carreira, pode ser um momento tão importante ao de nascer ou morrer.
No caso de um jogador de futebol, simplesmente parar de jogar, largar a bola pra lá, deixar a rotina das viagens de avião, hotéis de luxo, assédio da imprensa, das marias-chuteiras, pode ser igual à morte. “O jogador de futebol morre duas vezes. A primeira, quando pára de jogar.” Paulo Roberto Falcão.
Ainda não sei ( ou não sabemos) se este é, neste momento, o caso de Ronaldinho Gaúcho. Inegável que foi um super-craque, excepcional jogador do futebol, prodígio de habilidade, de técnica, de talento, de criatividade.
Tudo isso, durante vários anos, a partir do começo deste século, quando foi campeão mundial na seleção brasileira em 2002, com 22 anos; eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, em 2004 e 2005, além de uma esplêndida passagem pelo Barcelona, etc, coisa e tal.
Por conta disso considero natural que haja uma expectativa enorme de vê-lo fazer algo parecido com o que fazia antes. Particularmente, não acreditava que Ronaldinho fosse nos fazer lembrar, no campo, o jogador que tinha sido no passado, como fez em 2013, conduzindo o Galo ao título da Libertadores.
Por último, no Fluminense, como fracassou redondamente, concordo com quem considere a sua breve passagem uma “frustração”, uma aposta que não deu certo.
Talvez sua demora em se aposentar seja um erro, mas é ele que deve decidir, só ele, e não é difícil perceber que a idéia passa por sua cabeça. Parar ou não parar? Eis a questão. A decisão não é fácil.
- Domingoe a atração é o Novo Esporte, que joga às 10hs da manhã no Ipatingão com o Valério de Itabira, pelo hexagonal final da “terceirona” do Campeonato Mineiro. Os dois clubes estão empatados nas últimas colocações com apenas um ponto ganho e só a vitória interessa, tornando a partida ainda mais dramática. O calor acima de 40º vai dificultar para os dois lados, mas o “Quero-Quero” terá de superar todas as adversidades e vencer se quiser ainda sonhar em subir para Módulo II em 2016.
- Fernando Rocha