Luiz Carlos Alves, um dos jornalistas de história das mais brilhantes da imprensa brasileira, escreveu na página dele no facebook:
* “Os que acompanham esta página sabem que raríssimas vezes postei aqui algo sobre o futebol. Quando o fiz foi para homenagear ex-jogadores e sua arte, como recentemente na reprodução de um golaço de Everton, um vídeo a mim enviado pelo Roberto Tibúrcio. Não tenho ido além disso porque não mais estou no dia a dia da bola, embora, depois da aposentadoria, continue acompanhando os noticiários. Tenho recusado ótimos convites para voltar aos microfones e às câmeras, mas meu trabalho como assessor de comunicação de uma grande empresa me satisfaz, mantém a minha lucidez e boas relações interpessoais. No entanto, diante da celeuma provocada pela entrevista do Benecy Queiroz ao programa “Meio de Campo”, do Orlando Augusto (não vi, mas recebi o tal trecho hoje cedo), me lembro que eu não acreditava em compra de juízes, de jogadores adversários, de times inteiros. Aí, ao longo da minha carreira, vieram dezenas de casos que me fizeram crer na existência desse lado ruím do esporte, e não apenas do futebol. Os doppings; a máfia da loteria esportiva; a vergonhosa atuação de Armando Marques contra o Cruzeiro em 1974, tirando o título do time mineiro; a criminosa atuação de José Roberto Wrigth a favor do Flamengo no Serra Dourada, contra o Atlético; o pústula Armando Marques, quando na direção da arbitragem da CBF, dando instruções a um árbitro para não ver certos lances; a vitória da Argentina sobre o Peru por 6 gols, os que precisava na Copa de 78; essas últimas corrupções de todos os tamanhos na Fifa, enfim, dezenas de casos. Ainda bem que o lado bom do esporte prevaleceu. A entrevista do Benecy repercute intensamente porque os meios de comunicação hoje são muito mais numerosos, mais fortes e instantâneos devido à internet, principalmente. Em 13 de dezembro de 1978 a revista Veja publicou um matéria em que fui citado por ter ouvido, do lado de fora do vestiário do Cruzeiro, uma ordem para que Joãozinho ao voltar para o segundo tempo do jogo, caísse na área, porque o árbitro daria pênalti. O árbitro estaria comprado? A Veja, leitura obrigatória à época, quase um milhão de exemplares semanais, publicou. Errou apenas quanto ao tempo de jogo, 40 segundos e não, 40 minutos; e à origem da informação: vestiário e não túnel do Cruzeiro. A repercussão foi enorme, mas ninguém investigado ou punido.
Casos que este sempre repórter viveu.”
https://www.facebook.com/luizcarlosalves13/posts/959522524138357
Capa da Veja citada pelo Luiz Carlos Alves