Obrigado ao Rodrigo Resende que levanta um dos temas que mais me incomodam no futebol mineiro que é o absurdo de se jogar os clássicos com torcida única. Nenhum argumento vai me convencer que esta palhaçada é necessária para garantir segurança de quem quer que seja. Em Minas a aceitação a essa medida foi quase que total. Aqui raramente se discute o que os eventuais ocupantes do poder, qualquer poder, determinam. Eles ditam e a “plebe ignara” diz amém e cumpre.
E assim, estamos vivendo há anos esta história ridícula de ver Mineirão e Independência com uma só torcida, mesmo com a demonstração histórica e cabal de que a Polícia Militar sempre deu conta de garantir estes espetáculos com as duas torcidas. Mas, outras instâncias, políticas e judiciárias, resolvem tomar “medidas de precaução” que enfeiam os clássicos e tolhem a todos nós de vermos e participarmos de festas fantásticas como eram estes jogos até os primeiros anos deste Século XXI. Na verdade querem é se eximir de responsabilidades e trabalho. Não cumprem com rigor o dever deles ou são incompetentes e preferem proibir a fazer com que as leis sejam executadas, principalmente no que se refere ao rigor com que marginais precisam ser tratados. No país da impunidade, Minas Gerais se destaca, porém, quem deveria punir se omite, beneficiados pelo silêncio e concordância de tantas “vacas de presépio”.
Felizmente, de vez em quando, aparece no país alguém com voz, poder e coragem para peitar essa gente. E quem sabe, com os exemplos de outros estados, nós aqui das montanhas não passamos a exigir os mesmos benefícios por nossas bandas?
Pois bem, vejam o que Rodrigo Resende, comentarista aqui do blog nos enviou hoje:
* “Chico, o MP do Rio entrou na polêmica de torcida única no Maracanã e a CBF voltou atrás. Está no blog do Juca Kfouri.
Destaco o seguinte trecho: “Nas considerações, o MP classifica a decisão anterior como injustificada, ressalta que a medida não resolverá as questões de segurança nos estádios, enfatiza que ela atrapalharia a beleza do espetáculo e diz que qualquer decisão contrária ao do órgão ‘atenta contra a própria razão de existir do futebol’”.
“O Ministério Público ainda destacou no documento que, caso a opção inicial prevalecesse, seria a primeira vez na história do Maracanã que um clássico seria realizado com a presença de apenas uma torcida”.
Está no blog do Juca Kfouri: http://blogdojuca.uol.com.br/2015/07/ministerio-publico-da-licao-a-cbf/
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Quando não havia a tecnologia e tantos outros recursos de segurança como hoje . . .
. . . as torcidas dividiam o Mineirão e faziam um dos espetáculos mais bonitos que existiam.
Hoje, parece que isso nunca existiu e que todos nós sonhamos que já foi a coisa mais comum do mundo.