Blog do Chico Maia

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Dilema do Galo na reta final do Brasileiro e preparação para o Mundial: verdade verdadeira do Duke

Boa demais da conta!

Hoje . . .

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. . . no Super Notícia.


Boas vindas a Portugal, França, Croácia e Uruguai ao Brasil 2014

Que jogos, hoje, pelas últimas vagas européias para a Copa de 2014!

No Suécia x Portugal, lembrei-me da avaliação feita domingo, pelo Mário Marra , no excelente programa do Carlos Eduardo Éboli, na CBN, de 9 ao meio dia.

Ele disse que apesar de o jogo ser em Estocolmo, via Portugal com maiores chances de vitória lá também porque a Suécia teria que atacar e com isso Cristiano Ronaldo jogaria mais avançado, solto, e teria oportunidades de marcar, e se ele marcasse, qualquer gol português poderia complicar demais os suecos.

Não deu outra: o craque ficou estrategicamente posicionado, quase que estacionado na defesa sueca, que não desgrudava dele.

No primeiro vacilo, lá estava o danado balançando as redes do time do Ibhra, que também jogou muito e fez dois gols, mas pouco para os três marcados pelo Cristiano.

Quando um time tem um craque de primeira grandeza e ele está com vontade, a diferença é enorme. Foi

o caso.

FRANCA

Jogaço!

E bom demais ter Portugal no Brasil em 2014! Nossa “pátria mãe” não poderia ficar fora desse mundial.

França e Ucrânia foi outro jogo sensacional. Muito mais nervoso porque os franceses tinham que marcar três gols e não tomar nenhum, e fizeram.

De cara, logo dois, sendo o segundo, de impedimento claro do Benzema. Ribery foi destaque, deu um chutaço, que o goleiro ucraniano não conseguiu segurar firme, proporcionando o primeiro gol.

De novo a França se beneficia de erro da arbitragem e consegue a classificação a duras penas para o mundial. Foi assim também contra a Irlanda nas eliminatórias da Copa de 2010.

Mas essa foi na raça, na camisa, inclusive com a presença do presidente da república nas tribunas do estádio Saint Denis.

Este jogo fez lembrar a situação do Atlético na Libertadores, em dois momentos, quando perdeu de 2 a 0 no jogo de ida para o N’ews Old Boys e Olímpia.

A maioria absoluta da imprensa dava como fatura liquidada e o Galo eliminado. E quem apostou nisso dançou, feio!

Erro de arbitragem dói muito, principalmente escandaloso como foi no segundo gol francês. Infelizmente faz parte e nenhum poder mexe na decisão daquele “ditador” dentro das quatro linhas.

Também gostei muito da garantia da presença da França no Brasil ano que vem, assim como da Croácia que passou pela Islândia e do Uruguai, que amanhã baterá o martelo contra a Jordânia, em Montevidéo.

CR9

Cristiano Ronaldo resolveu a parada para Portugal


Preconceito quase tirou Dirceu Lopes do Cruzeiro e Fábio corre risco de injustiça semelhante na seleção

O goleiro Fábio foi um dos entrevistados de destaque do programa “Bem, amigos!” do Sportv, ontem.

Além da excelente condição, que já dura uns cinco anos consecutivos, outro tema abordado com ele foi o permanente “esquecimento” dos sucessivos treinadores da seleção brasileira.

Aliás, a maioria de quem gosta de futebol pergunta: porque Fábio não é convocado?

Ele reclamou da falta de oportunidades e ainda aguarda que Felipão ou futuros ocupantes do cargo façam justiça de, pelo menos, lhe dar oportunidades.

Sem dúvida!

Impressiona a agilidade dele, mesmo na idade atual. Claro que não está velho, principalmente para um goleiro, mas seus reflexos e agilidade são bem típicos de goleiros muito jovens, com toda a elasticidade que, normalmente, só com vinte e poucos é possível.

Com 33 anos (completados dia 30 de setembro), Fábio está no auge da carreira.

Pelo que já conversei com colegas em coberturas de seleção brasileira, mais ligados às sucessivas comissões técnicas, duas marcas prejudicaram e prejudicam o goleiro cruzeirense, na cabeça dos comandantes da seleção: exagera na pregação religiosa e com isso seria um formador de “panelas” no grupo.

Nenhum treinador assume isso publicamente, mas longe dos microfones, muitos falam abertamente, que têm este sentimento em relação a jogadores líderes religiosos.

Carlos Alberto Parreira, foi quem mais deu chances ao Fábio, e o convocou para a Copa das Confederações, na França em 2003, e Copa América, no Peru, em 2004. Ele ainda jogava no Vasco.

Com Dunga, passou em branco, e voltou a ser convocado em 2011 por Mano Menezes, para amistosos contra a Romênia, Holanda, Gana e Argentina (para este jogo, foi cortado, por contusão).

FABIO

Alguns jogadores entram para a história como injustiçados na seleção. Fábio corre este risco.

Preconceitos costumam provocar estragos caros. O Cruzeiro, por exemplo, quase foi vítima, junto com um dos maiores e mais importantes nomes da sua história e do futebol: Dirceu Lopes seria dispensado, quando lutava por uma vaga no meio campo que encantou o país no início dos anos 1960. O técnico Mário Celso de Abreu (Marão, falecido recentemente) queria dispensá-lo, mas foi impedido pelo então diretor de futebol Carmine Furletti. Na época, dizia-se que apesar de negro, o treinador não gostava de jogadores negros, e para o bem do futebol, o branco de origem italiana, Furletti evitou que um dos maiores camisas 10 da história fosse impedido de mostrar seu futebol ao mundo.

Essa história está no livro sobre a vida do Dirceu Lopes, que será lançado no início de 2014, escrito pelo ótimo jornalista Pedro Blank, que tem ido fundo na pesquisa sobre a vida do craque nascido em Pedro Leopoldo.

DIRCEU

Dirceu Lopes em seus melhores momentos no Cruzeiro


Escalar ou não escalar? Ir com tudo ou tirar o pé? Dilemas de Cuca e do Galo

Todo treinador no lugar do Cuca viveria o dilema que o comandante atleticano vive no momento: tem que escalar seus melhores jogadores neste fim de Brasileiro porque precisa treiná-los e entrosá-los. Mas corre o risco de perder peças importantes por contusão, para o Mundial de Clubes do Marrocos.

É o futebol e os problemas que os calendários das competições provocam.

E os jogadores vivem outro problema: mesmo quando se empenham muito, são acusados de “tirar o pé” quando o time perde.

Réver machucou o tornozelo praticamente sozinho no início do jogo contra a Portuguesa e só hoje o departamento médico terá condição de se manifestar com precisão sobre o prazo de recuperação do capitão do time.

REVER

Em foto do Superesportes, Réver desembarcou em Confins usando muletas


Gottardo no Tupi; questionamentos às contusões do Guilherme e à fórmula da segundona

O Tupi apresentou o ex-zagueiro Wilson Gotardo como seu treinador para o campeonato mineiro de 2014.

GOTTARDO

Grande liderança como jogador, o ex-capitão do Cruzeiro tem tudo para se dar bem na nova profissão, mas precisa assumir que quer ser treinador mesmo e não mais empresário de jogadores, atividade pela qual optou depois que parou de jogar.

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O mineiro Adauto, sempre presente com seus comentários no blog, quer ver dois clubes cearenses subindo para a Série A, e explica:

* “Como eu vivo no Ceará, prefiro que subam Ceará e Icasa, porque ai serão dois jogos do Galo que poderei estar presente. O América perdeu chances de ouro dentro do Independência e por isso nao merece subir. Muitos falam da Chapecoense, mas ninguém fala do Icasa, equipe de Juazeiro do Norte, da maravilhosa região do Cariri, terra do Padre Cícero. O Icasa possui orçamento inferior a algumas equipes que disputaram a série D. Impressionante o trabalho feito. E pensar que o Palmeiras com 80 milhões de reais da cota de TV venceu o campeonato faltando somente duas rodadas para o fim.”

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Sobre a segunda divisão mineira e as contusões do Guilherme, o Rodrigo Assis palpita e questiona:

* “Espero que o Araxá volte a primeirona de onde não deveria ter saído.

Chico como você é jornalista tem mais acesso a alguns dados, gostaria de pedir que tentasse levantar um dado. Desde que foi contratado, quantas partidas o Guilherme jogou e quantas ele ficou de fora. Acredito que ele não tenha participado nem de 50% dos jogos do período. Grato”

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Também sobre a segunda divisão, o Paulo Roberto Malta contesta a fórmula de disputa:

* “É um absurdo um campeonato deficitário, que não tem nenhum benefício financeiro da TV, ser realizado desta forma, uma primeira fase que não vale para nada, em turno e returno, com os clubes do interior, em total decadência financeira, arcar com tantas despesas.
depois o hexagonal ainda em turno e returno, uma loucura.
Fico pasmo como os presidentes de clubes não tem ninguém para pensar em uma fórmula racional, eles mesmos estão acabando com os seus clubes, lamentável.”


Segunda divisão mineira 2014 começa dia dois de fevereiro

Realizada ontem a reunião do Conselho Arbitral da segunda divisão mineira na sede da Federação Mineira de Futebol.

Nosso Democrata Jacaré está confirmado na disputa e deverá eleger como presidente nos próximos dias, Emilio de Vasconcelos, que já se movimenta na busca de patrocínios e parcerias para montar um bom time no ano do centenário do clube setelagoano.

Detalhes da reunião de ontem no site da Associação Amigos do Democrata:

“A competição será iniciada no dia 02 de feveireiro e tem previsão de término para o mês de abril. Na etapa inicial, os 12 competidores ficarão divididos em duas chaves sendo na Chave A: Democrata de Sete Lagoas, América de Teófilo Otoni, Tricordiano, Democrata de Governador Valadares, Betim e Social. Chave B: Araxá, Mamoré, Patrocinense, Uberlândia e os dois classificados oriundos da Terceirona. Nesta etapa, as agremiações de cada chave jogarão entre si em turno e returno. As três melhores classificadas em cada grupo disputarão o Hexagonal Final, onde os dois melhores colocados terão vaga garantida na elite do futebol mineiro em 2015.”

DFC

O Democrata foi representado por Luiz Fernando de Castro e Daniel Calazans (centro), acompanhados pelo presidente do Conselho Deliberativo, Angelo Gonçalves (esquerda), e a conselheira Suzana Vasconcelos.

Leia mais no:

http://www.amigosdodemocrata.com.br/shownotice.php?id=733


Montes Claros e Uberaba duelam para emplacar seus clubes na segunda divisão 2014

O mais interessante da atual disputa da terceira divisão mineira (que a FMF chama de segunda) é que Montes Claros está quase classificando seus dois representantes para a segunda (que a FMF chama de módulo II) de 2014.

Ontem o Nacional de Uberaba conseguiu entrar na briga com os fortes concorrentes do norte do estado.

Confira detalhes da competição no excelente blog do juiz-forano Vitor Lima Gualberto, que fala tudo da segundona mineira:

* “Naça vence a Unitri e volta à zona de classificação”

Empurrado pela grande torcida que marcou presença no Estádio Uberabão, na noite desta segunda-feira (18), o Nacional Futebol Clube recebeu a Associação Uberlandense Unitri e venceu por 3 a 0, voltando à zona de classificação ao Módulo II 2014.

Jogando em casa e pressionado a vencer, o Naça não deixou a vitória escapar. O primeiro tempo foi morno, mas a segunda etapa reservou fortes emoções. Logo aos nove minutos, o zagueiro da equipe uberlandense, Thiago Paiva, foi expulso.

Com um jogador a mais, os donos da casa foram para cima da Unitir. Aos 15 minutos, o lateral-esquerdo Assis teve espaço e, em um belo chute de fora da área, abriu o placar para a equipe uberabense. Três minutos mais tarde, foi a vez do artilheiro do Nacional, Jonatan Reis, ampliar. Após batida cruzada, Reis fez o segundo do Naça.

segundona2013f2r6

Leia mais no:

http://segundonamineira.blogspot.com.br/2013/11/naca-vence-unitri-e-volta-zona-de.html


Campeonato estadual com forma de disputa igual a Copa, pode ser uma boa

Taí uma idéia que resolveria grande parte dos problemas do nosso futebol.

Ao invés de termos primeira, segunda e terceira divisões em Minas, teríamos uma só, no formato da Copa do Mundo, com 32 participantes.

Durante a maior parte do ano os atuais integrantes da segunda e terceira, chamadas de Módulo II e segunda divisão, disputariam uma eliminatória em todo o estado, para classificar 28, que se juntariam aos quatro primeiros do campeonato anterior.

Certamente não teríamos públicos de dois, três e quatro pagantes como temos visto na atual terceira divisão mineira.

A motivação seria outra, envolvendo todo o estado e até mais times, de mais regiões.

O esboço dessa idéia para os estaduais está nessa reportagem sobre o movimento “Bom Senso F. Clube”, da Gazetanet:

ESTADUAIS

* “‘Patinhos feios’ do calendário do futebol brasileiro, os Campeonatos Estaduais têm apenas um formato ideal para os integrantes do Bom Senso F.C. De acordo com o jornal Folha de S Paulo, o grupo de jogadores acredita que os torneios devem ser curtos, disputados em um formato idêntico ao da Copa do Mundo. Assim, 32 equipes seriam divididas em oito grupos de quatro, e as duas primeiras se classificariam para as oitavas de final. Daí até a final, jogos únicos de mata-mata decidiriam o campeão em jogo único. O novo modelo deixaria as disputas de início de ano com somente sete datas.

Ainda com tal regulamento, um time que chegasse a todas as finais de campeonatos possíveis entraria em campo em, no máximo, 72 oportunidades, número considerado ideal pelo movimento dos atletas que pedem melhorias no futebol nacional – em 2014, uma equipe poderá jogar 83 vezes. Além disto, haveria menos semanas com jogos nas quartas e quintas-feiras, e, assim como na Europa, os clubes não jogariam partidas nas datas Fifa – quando há confronto entre seleções.

O Campeonato Brasileiro das Séries A e B permaneceriam com o mesmo formato – disputados por 20 clubes -, mas os da C e D mudariam. Eles ‘abrigariam’ todos os demais times profissionais do Brasil, impedindo a sua inatividade ao fim dos Estaduais – argumento usado pela CBF para manter a ‘longevidade’ dos torneios disputados no início de ano. Em 2013, a entidade organizou as quatro séries com 99 clubes, e os demais tiveram que jogar torneios regionais deficitários ou simplesmente ficar parados durante quase todo o segundo semestre.

Já modificada para 2013, a Copa do Brasil permaneceria sendo disputada no ano todo, mas por todos os mais de 650 times do País. Os menores jogariam as etapas eliminatórias preliminares, e os maiores entrariam apenas nas fases finais. Tal modelo é adotado por ligas como a inglesa, por exemplo, no qual as equipes mais tradicionais iniciam as disputas uma rodada antes das oitavas de final.

Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, o projeto de calendário ainda não foi fechado pelo Bom Senso, porque o grupo tenta provar aos clubes que o dinheiro perdido com menos jogos nos Estaduais seriam recuperados no restante da temporada. Um das estratégias seria apresentar a proposta diretamente à TV Globo, detentora dos direitos de transmissões do futebol no Brasil. Segundo o diário, o movimento entende que, se a emissora aceitar, a CBF será obrigada a ceder.”

* http://www.gazetaesportiva.net/noticia/2013/11/atletico-mg/bom-senso-quer-estaduais-com-mesmo-formato-da-copa-do-mundo-diz-jornal.html


A interessantíssima história de Paulo Baier, o "Paulo César" dos tempos de Atlético e América

Muito boa reportagem do O Globo ontem com o Paulo Baier, que em seus tempos de Atlético e América era “Paulo César”.

Ele conta fatos importantes da carreira e alguns dos motivos dessa força toda e muitos gols, aos 39 anos de idade.

Começou jogando no time da cidade dele, Ijuí/RS e já renovou contrato com o Atlético-PR para a temporada 2014.

Confira:

  • São Luiz (RS): 1995-1997
  • Criciúma (SC): 1997-1998
  • Atlético (MG): 1998
  • Vasco (RJ): 1999
  • Botafogo (RJ): 1999
  • América (MG): 2000
  • Atlético (MG): 2001
  • Pelotas (RS): 2002
  • Criciúma (SC): 2002-2003
  • Goiás (GO): 2004-2005
  • Palmeiras (SP): 2006-2007
  • Goiás (GO): 2007-2008
  • Sport (PE): 2009
  • Atlético (PR): 2009-2012

PCB

  • * “De César a Baier, uma carreira reinventada depois dos 30”
  • Como o correto lateral virou meia artilheiro“De César a Baier, uma carreira reinventada depois dos 30”
  • Paulo Baier foi capaz de resistir ao tempo e brilhar em alto nível

Pouca gente lembra, mas Paulo Baier jogou no futebol carioca por Vasco e Botafogo no começo de carreira. Pergunte a ele por que não teve o mesmo sucesso atual. Ou, ainda, por que seu futebol cresceu, de fato, quase aos 30 anos de idade. A primeira reação surpreenderá:

— Naquela época, meu nome ainda era Paulo César.

O homem que virou símbolo do surpreendente Atlético-PR, rival do Flamengo na final da Copa do Brasil, divide sua vida em duas partes. Antes e depois de ter mudado de posição, mudado de estilo de jogo, mudado de nome. A transformação incluiu conselhos de treinadores, lições do ídolo Zico e até uma consulta à numerologia. O lateral-direito Paulo César virou o meia-artilheiro Paulo Baier que, na última quarta-feira, chegou a 100 gols na história do Campeonato Brasileiro por pontos corridos. Um recorde.

Se alguém dissesse a Paulo César que Paulo Baier viraria artilheiro, ele não acreditaria. Nem que mudaria de nome. Muito menos que pelo Atlético-PR, o 11º clube da carreira, seria um dos destaques do futebol brasileiro.

— Quando eu cheguei ao Criciúma (aos 28 anos) já tinha um Paulo César lá. Começaram a me chamar de Paulo César Baier, que é o meu nome completo. Mas ficou muito longo. Surgiu o Paulo Baier. Gostei, pareceu mais forte. Já no Palmeiras (em 2006, aos 32 anos) fizeram um estudo, teve numerologia. E o resultado foi que o nome era melhor para mim. Então eu disse: “tá ótimo”. E Paulo Baier só tem um — diz.

Um ídolo: Zico

Na época, ele vivia uma transformação. Ainda era, oficialmente, um lateral-direito. Mas seu potencial ofensivo o transformara num polivalente. Após 43 gols pelo Criciúma, fez mais 22 no Goiás, entre 2004 e 2005. Tornou-se um jogador visto em todas as posições do meio-campo e do ataque. No Palmeiras, em 2006, aos 32 anos, foi escalado por Emerson Leão como segundo volante. De volta ao Goiás, Bonamigo o fez optar. Jamais voltaria à lateral. Além deles, destaca Geninho, Tite e Mancini como incentivadores. E diz que tirou exemplos do ídolo de infância.

— Mesmo no interior do Rio Grande do Sul, meu ídolo era o Zico. Tirei muitas lições dele. Ele batia falta como ninguém, característica que eu tenho. Sem falar no caráter, na liderança — diz Paulo Baier, que pensa em passar as lições adiante e não descarta virar treinador. — No início da carreira, meu empresário só fazia contratos curtos. Isso me prejudicou demais, eu mudava muito de time. Depois tudo mudou. Não procuro pensar muito no futuro, mas de repente posso ficar no Atlético-PR após parar, ajudando a meninada, orientando.

Ao responder como imagina que será lembrado após a carreira, novamente divide sua trajetória em duas partes.

— Vão ter que falar, primeiro, do lateral Paulo César, que iniciou tudo. Depois, do Paulo Baier, um meia fazedor de gol. O fundamental é que sou um trabalhador, um cara que preza a amizade – afirma. – Pior que é verdade, nunca acreditaria que eu estaria entre os artilheiros num país que teve Zico, Roberto, Reinaldo. Saí de Ijuí, vivi dificuldades, nunca imaginei que isso tudo aconteceria. Acho que é um prêmio pelo trabalho, por amar o futebol.

Na periferia de Ijuí, no interior do Rio Grande do Sul, o menino gremista conheceu de perto as dificuldades da vida. Os pais davam duro em plantações de soja para evitar que a infância humilde fosse marcada por necessidades. O exemplo ajudou a formar o caráter, a resistência ao tempo e às dificuldades. Características que, somadas ao amor ao futebol a que Paulo Baier se refere, explicam por que ele tenha chegado em alto nível aos 39 anos de idade.

— A vida é isso: você aprende a lutar contra os obstáculos. Se você for ver, 96% dos jogadores vêm de família humilde. Eu dou valor a cada dia, a tudo que o futebol me dá. Tenho motivação para jogar, treinar, ficar concentrado. Vou terminar a carreira com 40 anos, jogando bem, fazendo gol, dando assistência. Acho uma marca legal. Acho que eu, Juninho Pernambucano e Alex estamos abrindo portas, dando exemplo. Está acabando o preconceito — acredita.

Duas fases no Atlético-PR

Seja ou não por preconceito, o caso é que o Atlético-PR, onde Paulo Baier é ídolo da torcida, chegou a decretar o fim da carreira dele. Ou, ao menos, da passagem pelo clube. Diante dos apelos da torcida e do próprio jogador, reviu a posição e decidiu renovar o contrato para mais uma temporada. O meia jogará a Libertadores de 2014. Mas já poderia ter-se aposentado. O peculiar planejamento do Atlético-PR para 2013 incluiu uma pré-temporada que durou quase todo o primeiro semestre. O time titular não entrou em campo no Estadual. Quando começou o Brasileiro, o técnico Ricardo Drubscky decidiu que Baier seria reserva. Ele não jogou as seis primeiras rodadas. Com o time cambaleante, Drubscky foi demitido.

— Eu poderia ter decidido me aposentar no fim do ano se aquela situação permanecesse — afirma.

Com Vágner Mancini de treinador , Paulo Baier virou uma espécie de fenômeno, uma exceção à regra feita de lesões dos veteranos do Campeonato Brasileiro. Ajudou a predisposição de Paulo Baier a trocar treinos por musculação, a vida regrada e o pequeno número de jogos no ano.

— Estou jogando até hoje por me cuidar, por ter uma capacidade aeróbica boa. Tenho uma boa leitura do campo, consigo ver bem o jogo. Isso me dá vantagem. Ajuda a não me desgastar tanto. Tenho que estar bem fisicamente. Hoje, como meia, você só enfrenta volantes fortes. Se não estiver bem, nem toca na bola. Saio da marcação na experiência — afirma o meia.

Baier se reinventou na carreira, se reinventou na temporada. O mesmo fez o Atlético-PR. Para a própria diretoria, o time não pretendia mais do que se manter na Série A, já que boa parte dos recursos do clube foram direcionados para a reforma da Arena da Baixada, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Hoje, o time é o vice-líder do Brasileiro e está na final da Copa do Brasil com o Flamengo, que começa a ser disputada quarta-feira em Curitiba.

— Se dissesse que a gente imaginava isso seria mentira. A gente tem que ser realista e honesto. Quando o Mancini chegou, a gente estava em penúltimo lugar. Tem horas que o jogador compra a ideia do técnico. É uma ciosa que às vazes dá certo, às vezes não. Hoje, estamos na final e não adianta falar que tinha time melhor do que Atlético-PR e Flamengo. Eliminamos Palmeiras, Internacional e Grêmio — argumenta.

Encontrar o Flamengo não intimida quem já viveu tantas coisas no futebol.

— Vão ser dois jogos iguais. São 50% para cada lado. Este Atlético-PR é um time motivado, em que todo mundo tem disposição, vontade. Eu e Luiz Alberto somos os únicos experientes, mas é uma garotada de cabeça boa, com muita vontade de vencer na vida — elogia Paulo Baier.
* http://oglobo.globo.com/esportes/campeonato-brasileiro-2013/de-cesar-baier-uma-carreira-reinventada-depois-dos-30-10797620#ixzz2kzTc9DxF


Jogos para o gasto e resultados merecidos no Brasileiro

Ainda curtindo a ressaca do título o Cruzeiro jogou para o gasto, em Uberlândia, contra uma Ponte Preta desesperada lutando contra o rebaixamento.

Mas foi um bom jogo, com muita correria e quatro gols que valeram o ingresso.

Everton Ribeiro foi o destaque individual.

jpFoto: Globoesporte.com

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Mais tarde, o Atlético foi uma caricatura do time que vinha fazendo bons jogos nesta últimas rodadas do Brasileiro, em jogo muito ruim contra a Portuguesa, no Canindé.

Logo aos 30 segundos de bola rolando Réver sentiu o tornozelo e teve de sair. Em princípio, uma entorse, que não preocupou muito ao médico Rodrigo Lasmar, que fará exames mais detalhados amanhã.

Vitória merecida da Portuguesa que se afastou bastante do rebaixamento.

FERNANDINHO

Nem Fernandinho (foto do Superesportes), nem Tardelli e ninguém do Atlético se destacou nestes 2 a 0 para a Portuguesa.