A falta de fiscalização nas cidades e estradas é o principal motivo de tantas irregularidades e irresponsabilidades no trânsito, que provocam tantos acidentes e tantas mortes no Brasil.
Aqui não se investe em pessoal e equipamentos que são utilizados há muitos anos nos países evoluídos, que têm baixos índices de criminalidade neste setor.
Quando foi anunciado que em 2014 todas as auto-escolas seriam obrigadas a comprar simuladores de direção, muita gente pensou: “Aí tem! Alguém do setor público vai levar alguma vantagem por fora nessa história!”
Foto: jornal Sete Dias
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Lembram do tal “kit-primeiros socorros”, que todo motorista era obrigado a ter no carro?
Sábado a Folha de S. Paulo publicou esta informação que ajuda a esclarecer muita coisa:
* “Ex-assessor do Denatran dividirá mercado anual de R$ 200 milhões”
Além de manutenção, empresa lucrará com venda de simuladores de direção para autoescolas
Órgão de trânsito diz que investigará conflito de interesse na atuação de ex-funcionário que virou sócio de empresa
Uma das quatro empresas que irão dividir o mercado milionário de simuladores de direção para a formação dos motoristas brasileiros tem como sócio um ex-assessor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) que trabalhou no órgão quando essa exigência já era discutida.
Ligado ao Ministério das Cidades, o Denatran é responsável pela homologação das fabricantes desse item que se tornou obrigatório a partir deste ano para treinar os interessados em tirar a CNH (carteira de habilitação).
Uma das homologadas é a mineira Real Simuladores, criada em 2006 e que desde o início de 2013 tem como sócio Gil Pierre Herck, ex-assessor especial do Denatran.
Herck atuou no departamento em 2011, quando a obrigatoriedade dos equipamentos estava em debate.
Oficialmente, o trabalho de Herck no Denatran durou uma semana, mas ele próprio afirma que atuou no órgão por cerca de três meses.
Herck pediu demissão do Denatran quando reportagem da “IstoÉ” afirmou que ele vinha atuando no órgão como lobista. Segundo a revista, o empresário tem ligação com a Associação Nacional das Empresas de Perícias e Inspeção Veicular. À Folha Herck classificou a denúncia como “uma grande besteira”.
Procurado pela reportagem, o Denatran diz que investigará conflito de interesse de Herck no caso dos simuladores (leia nesta página).
MÁQUINAS E TAXAS
As outras três fabricantes homologadas são comandadas por empresários ligados ao setor, com contratos anteriores com órgãos de trânsito.
São os casos da Prosimulador (SP), que fornece sistemas para despachantes ao Detran paulista, Indra Esteio (PR) e Real Drive (RS).
A obrigatoriedade dos simuladores foi instituída em junho de 2013 por resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Mas, por pressão das autoescolas, entrou em vigor só neste ano.
Os centros de formação de motoristas dizem que há pouco tempo para garantir a entrega dos simuladores e reivindicam novo adiamento.
O Denatran afirma que os quatro fornecedores são suficientes para a demanda e que as autoescolas podem compartilhar equipamentos.
Outras duas empresas buscam certificação, mas ainda estão nos trâmites iniciais.
Cada máquina custa, em média, R$ 40 mil. Caso cada uma das 11,5 mil escolas compre o simulador, a receita gerada para os fabricantes será de R$ 480 milhões.
A informação completa no:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/151257-ex-assessor-do-denatran-dividira-mercado-anual-de-r-200-milhoes.shtml

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