__ Que olho roxo é este Valeika?
__ Tomei um soco de um pivete que tentou roubar minha mochila com todo o meu equipamento.
Assim começou minha conversa com o Fernando Valeika de Barros, respeitado jornalista, que já trabalhou nos maiores jornais e revistas do país, um dos mais experientes em coberturas internacionais. Já foi até correspondente de guerras.
Nos encontramos na ótima sala de imprensa do Estádio de Marrakech, horas antes do jogo do Galo.
O único incidente de violência de que tivemos notícia neste Mundial de Clubes no Marrocos. Foi em Agadir.
Valeika chegava ao hotel, depois de cobrir uma entrevista coletiva de Pep Guardiola, técnico do Bayern de Munique, e reagiu à abordagem de dois vagabundos. Acertou um, tomou soco de outro e foi salvo por um marroquino que o ajudou a por os marginais para correr.
O Marrocos foi bem na organização do Mundial e merece uma boa nota. Só não leva 10 porque a internet deixou muita gente na mão durante alguns dias e não havia transporte público de qualidade nem razoável para quem foi ao estádio. A volta foi um sufoco total.
Sem transporte
Vi atleticanos, avô e neto, retornando a pé para o centro da cidade, sendo assediados e ameaçados por pivetes que queriam lhes tomar as camisas e pertences. Foram salvos por policiais que surgiram do nada e chegaram descendo o cassetete sem dó. Aliás, os marginais temem muito a polícia marroquina, que não economiza o porrete.
Um desses pivetes tentou subir para tentar surfar no ônibus da imprensa e foi “descido” com duas porradas; uma na cabeça, que o derrubou e outra, já caído, no joelho, certamente para não dar mais trabalho naquela noite. Funciona!
Peitou a Fifa
Certamente o país vai tirar muito proveito financeiro deste investimento, principalmente com o turismo. Ao contrário dos governos brasileiros (municipais as 12 sedes, estaduais e federal) o Marrocos não aceitou atender todas as exigências da Fifa e gastou muito menos que a entidade queria que gastasse.
Foi tudo com muita simplicidade, sem ostentação ou gastos desnecessários.
Sem privilégios
O Marrocos não deu transporte público de graça para nenhum estrangeiro ir aos estádios; aliás, nem transporte direito havia.
A imprensa também não teve certas regalias, comuns em eventos da Fifa, como ônibus especiais e de graça para deslocamentos longos ou curtos.
Os marroquinos disponibilizaram ônibus para os jornalistas de Agadir a Marrakech, 250 Km, porém, quem quis, teve de pagar DH 200 (R$ 60).
Certíssimo! Bem diferente do Brasil, na Copa das Confederações 2013 e na Copa 2014.
Menos mal
Difícil achar motivação para disputa de terceiro lugar em qualquer esporte, futebol principalmente, no caso de brasileiros.
O Atlético ainda passou aperto contra este chinês Guangzhou, em jogo que foi até bom para um “esfria sol”.
Quase a metade dos atleticanos não voltou ao estádio para este jogo; muitos foram passear no próprio Marrocos, Europa ou conseguiram antecipar a volta.
Ano novo
Agora é recomeçar o trabalho para 2014. O futuro treinador certamente já disse à diretoria com quem não quer ficar e esta, por sua vez, já está tentando viabilizar a aquisição de jogadores indicados por ele. O certo é que o Atlético tem uma base, que é muito boa, e vai tentar renovar com a maioria.

Em foto do Super FC, Ronaldinho, que mesmo expulso saiu aplaudido pela torcida marroquina, que vaiou o árbitro pela expulsão.