Senhoras e senhores,
vejam que interessante estes números e comparações apresentados pelo Renato Maurício Prado na coluna dele, dia 15, no O Globo:
* “Gastança inútil”
O Campeonato Brasileiro desse ano está derrubando mais um dos dogmas do futebol: o de que as maiores receitas, invariavelmente, levam à formação dos melhores times e, consequentemente, às melhores colocações.
O campeão Cruzeiro foi 13o em faturamento em 2012; o Atlético Paranaense, o oitavo e Goiás e Vitória nem aparecem na lista das receitas mais polpudas.
Detalhe: o Corinthians, o primeiro do ranking da grana, embolsou quase o triplo do que amealhou o Trem Azul: R$ 358 milhões x R$ 120 milhões. E, no entanto…
Mas gestão eficiente, como se sabe, é artigo raríssimo nos nossos clubes de futebol. Principalmente nos mais ricos.
Exemplos gritantes desses desvarios financeiros são os salários dos chamados “supertécnicos” (sempre entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão/mês). É incrível como mantêm intactos seus prestígios, apesar dos seguidos fracassos! Ganham mais que a maioria de seus pares na Europa — só perdem para estrelas como Mourinho, Guardiola, Capello etc.
A absurda remuneração dos “professores” encontra paralelo entre os chamados jogadores “de ponta” — quase todos, veteranos que voltam do exterior porque por lá não têm mais mercado.
Dá pra admitir, por exemplo, que o Flu tenha se comprometido a pagar salários de R$ 1,1 milhão por mês a Conca, para que ele volte, em 2014, três anos mais velho do que quando saiu? E alguém duvida de que tal contratação implicará, obrigatoriamente, em equiparação salarial para Fred (que já embolsa algo entre R$ 800 e 900 mil mensais)?
Pois é… Quanto ganharão Marcelo Oliveira, Vágner Mancini e Enderson Moreira, técnicos bem menos badalados que deram banho nos “famosos”?
E Ederson (Atlético Paranaense), Gilberto (Portuguesa), William (Ponte Preta), Hernane (Flamengo), Walter (Goiás) e Dinei (Vitoria)? São eles os principais artilheiros do torneio!

Somados, aposto, não recebem nem metade dos ganhos de Alexandre Pato — outro dos flagrantes casos de insanidade do nosso futebol. Custou R$ 40 milhões, fora os salários mensais!
Fato é que nossos maiores clubes, mesmo imersos em dívidas gigantescas, parecem se esmerar para desperdiçar fortunas. Por isso podem ser superados por rivais com muito menos dinheiro mas planejamento e administrações mais eficientes.
O ranking da grana
Eis as maiores receitas do futebol brasileiro,em 2012, segundo estudo feito pela BDO, empresa de consultoria e auditoria que atua na área esportiva e se baseou nos balanços das 24 equipes da série A:
(1) Corinthians: R$ 358,5 milhões
(2) São Paulo: 282,8
(3) Inter: 252,8
(4) Palmeiras: 241,1
(5) Flamengo: 212
(6) Santos: 197,8
(7) Atlético PR: 187
(8) Atlético MG: 162,9
(9) Fluminense: 151,1
(10) Vasco: 139,4
(11) Botafogo: 122,8
(13) Cruzeiro: 120,3.
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Autuori: seis jogos pelo Vasco e 17 pelo São Paulo. Pontos disputados, 69; conquistados, 22. Aproveitamento: 32% (39% no Vasco e 29% no São Paulo).

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Abel: nove jogos pelo Fluminense. Pontos disputados, 27; conquistados, nove. Aproveitamento: 33%.
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Dorival: 29 jogos pelo Vasco. Pontos disputados, 87; conquistados, 34. Aproveitamento: 39%.
Mano: 21 jogos pelo Flamengo. Pontos disputados, 63; conquistados, 25. Aproveitamento: 40%.

Luxemburgo: seis jogos pelo Grêmio e 26 pelo Flu. Pontos disputados, 96; conquistados, 38; Aproveitamento: 40% (44% no Grêmio e 38% no Flu).
A conclusão é que com estas pontuações todos estariam rebaixados, ou brigando pra não cair, pois “descem” apenas quatro. E todos são chamados de “profexô”! Pelo desempenho, mereceriam também o salário de professores que se paga neste país!”
* http://oglobo.globo.com/esportes/rmp/posts/2013/11/15/gastanca-inutil-515278.asp