Antes mesmo do jogo, TVs, rádios e jornais veiculavam anúncios da Bridgestone, que vai sortear idas de torcedores do Olímpia para Marrakech/Marrcos, para a disputa do título mundial contra o Bayern de Munique, em dezembro.
Independente disso, o Olimpia é um time perigoso em qualquer circunstância e não foi à toa que chegou a sete finais de Libertadores, vencendo três fora de casa. A primeira delas, verdadeira façanha, no La Bombonera, do Boca Juniors, ao empatar de 0 a 0 no jogo da volta. Na ida, em Assunção, fez 2 a 0, contando com um peru histórico do lendário Hugo Gatti; lance repetido à exaustão pelas TVs paraguaias durante estes dias.
Mas, também já quebrou a cara, vencendo em casa por 2 a 0 e perdendo na volta.
Em 1990, outra conquista fora de casa: venceu o Barcelona do Equador em Assunção, 2 a 0, e buscou um, 1 a 1, na volta, em Gauiaquil.
Em 2002, apesar de o adversário não ter a tradição dos anteriores, a missão foi tão difícil quanto, já que perdeu em Assunção por 1 a 0, começou perdendo em São Caetano, para o dono da casa, na volta; virou para 2 a 1 e ganhou nos pênaltis.
Também deixou escapar três, ao empatar em casa com o Peñarol, em 1969, e perder em Montevideo, 1 a 0; em 1989, para o Atlético Nacional da Colômbia, vencendo por 2 a 0 em casa, perdendo pelo mesmo placar em Bogotá, sendo derrotado nos pênaltis, por 5 a 4. A perda “menos difícil” foi em 1991 para o Colo-Colo, depois de um 0 a 0 em Assunção e derrota de 3 a 0, em Santiago.
Mudança
A tranqüilidade geral durante o dia e para se chegar ao Defensores del Chaco foram impressionantes. Sem problemas de trânsito, polícia e segurança privada procurando facilitar a vida de todos, com atenção especial aos brasileiros, e boas posições para a imprensa e torcida do Atlético dentro do estádio.
Para uma final de Libertadores, em Assunção, situação inusitada, já que no passado, era a cidade mais complicada para se jogar.
Porém. . .
Sempre tem um “porém”, né!?
Faltando poucos minutos para a bola rolar, a internet à disposição da impressa ficou lenta e depois pifou de vez. Só voltou a funcionar depois do segundo gol.
Torcedores e seguranças ficavam em pé, em frente a tribuna de imprensa, impedindo a visão do campo.
Vários atleticanos reclamaram que foram obrigados a soprar bafômetro nas imediações do estádio, resultando em 15 detidos.
É lei, e ninguém sabia.
Menos mal que diante a grita geral a detenção foi relaxada e os alvinegros puderam assistir ao jogo normalmente.
Para sair do Defensores Del Chaco, um perigo, entre olimpistas bêbados, tirando onda, procurando briga, e marginais, tentando arrumar uma grana de brasileiros que saíam sozinhos ou em pequeno número de pessoas. Polícia perto? Nem pensar.
O trânsito infernal. Mais de meia noite e uma farra dos diabos. Gente sobre o capô, mulheres com os corpos pra fora dos carros, provocações ao arquirival Cerro Porteño e tudo com o embalo de muito álcool.
Outros tempos
Dentro de campo, entretanto, só aquelas pedras jogadas quando o Ronaldinho foi cobrar um corner, no início do jogo. Dali em diante, nenhum problema que atrapalhasse o andamento do jogo.
A torcida deles não empurra o time o tempo todo, como a Newell’s, por exemplo.
Certamente a mudança de comportamento dos paraguaios, neste aspecto, foi em função das punições que receberam em 2008 e 2011, também pela Libertadores. Respectivamente em jogos do Cruzeiro e do Santos. A Raposa vencia o Cerro Porteño por 3 a 2, quando aos 24 minutos do segundo começou uma chuva de pedras no gramado, obrigando o árbitro a acabar com a partida.
Em 2001 o então técnico do Santos, Muricy Ramalho levou uma pedrada na cabeça, e a Fifa interditou o estádio.
A torcida do Atlético ficou em posição melhor que em Rosário, dentro do estádio
Assunção está um pouco mais limpa, mas não perde as suas características.
Mário Henrique “Caixa” nos braços da torcida no Defensores del Chaco. Desceu da cabine da Itatiaia para abraçar a galera.
Organização
A diferença da competência das associações dirigentes dos principais continentes do futebol mundial é inacreditável. Enquanto a UEFA trata a final da Champions League como uma Copa do Mundo, a própria Conmebol avacalha e desvaloriza a Libertadores, ao marcar para o mesmo dia, a final da Recopa Sul-americana.
E a CBF marca jogos da copa do Brasil para o mesmo horário da final da principal competição das Américas.
Monumento aos Heróis da Pátria, no centro da cidade.
Seguranças e suas escopetas guardam as portas do comércio e muitas residências, mostrando que a violência continua sendo um dos maiores problemas do país.
O atleticano gente boa João Marcelo dando entrevista a uma rede paraguaia, bem cedo, no hotel do Atlético.
O repórter pensou que ele fosse dirigente e gastou 10 minutos, numa “exclusiva”. A mãe dele, D. Guará, ficará feliz de ver o prestígio dele na TV em terras paraguaias.