Amigos,
o tempo passa depressa e este blog já começa a se tornar fonte de pesquisa.
Em comentários aqui mesmo alguns leitores lembraram que este foi o último fim de semana da Feira de Artesanato do Mineirinho, que já durava 11 anos.
Acredito que as autoridades encontrarão um novo local interessante para não deixar aos feirantes na mão.
Porém, aceitar todas as exigências da Fifa, sem ao menos questionar, é até sacanagem.
Na África do Sul o Comitê Local da Copa deu um sonoro “não” para incontáveis exigências do senhor Blatter e Cia.
Ao lado do estádio Ellis Park, por exemplo, separado por uma rua, havia e há um mercado popular, maior que o Shopping Oi, por exemplo, como mostra esta foto:
Portal 2014
Quem disse que os sul-africanos acabaram com ele porque a dona Fifa mandou?
Tudo continuou e continua funcionando, com as lojas, barracas de comes e bebes e a vida seguindo normalmente.
Em foto do Estadão, vista aérea do Ellis Park e a localização do estádio, do bairro de Hillbrow
A propósito do Ellis Park, vejam o que escrevi no blog no dia 12 de junho de 2010, às 14h8, em plena Copa do Mundo:
“Mineirão hoje é melhor que o Ellis Park”
* “Fui ver Argentina 1 x 0 Nigéria, no Ellis Park, o mesmo estádio da abertura e final da Copa das Confederações ano passado, onde o Brasil foi campeão. Famoso pelos jogos de rugby, construído em 1928, foi palco da final do Mundial da modalidade em 1995, quando a África do Sul foi campeã. A história está no filme “Invictus”, de Clint Eastwood.
Reformado para a Copa, tem agora capacidade para 61 mil pagantes.
É o melhor exemplo do exagero nos gastos exigidos pela Fifa. Não que a sua reforma tenha custado milhões, muito pelo contrário. O governo sul-africano não cumpriu todas as exigências da entidade maior do futebol e ficou por isso mesmo. Simplesmente porque não havia necessidade. Assim como não haveria necessidade de tanto gasto em nossos estádios para a Copa de 2014 no Brasil.
Digo, com 100% de certeza, que hoje, o Mineirão, por exemplo, é melhor que o Ellis Park para receber um jogo, como o da estreia de Argentina e Nigéria ontem. Bastaria um “banho de loja”, como os que foram dados nas eliminatórias das Copas de 2006 e 2010, quando recebemos Brasil e Argentina.
O Ellis Park não tem estacionamento, o transporte coletivo para se chegar a ele é precaríssimo, quase inexistente e está localizado quase no centro de Johanesburgo, vizinho de uma das regiões mais violentas e perigosas da cidade, Hillbrow.
As fortunas que estão previstas para ser gastas em estádios para 2014, deveriam ser destinadas para o legado que verdadeiramente interessa às populações das cidades sedes, com um sistema público de transporte decente, por exemplo.
Mas, defender obras mais baratas no Brasil é virar chacota para os políticos!
* Esta e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no O Tempo, nas bancas!”