Senhoras e senhores,
sem educação e cultura, nenhum país progride.
A economia pode bombar, ser a quinta, sexta ou até a primeira do mundo, mas com uma população analfabeta, semi-alfabetizada ou analfabeta funcional (que sabe ler e escrever, mas consegue entender), sem chance.
O país vira um “depósito de gente”, onde todo tipo de crime ou contravenção vira coisa normal; com ilhas de desenvolvimento humano e social.
É para onde o Brasil está caminhando.
Vivemos um faroeste, onde se vive na base do salve-se quem puder!
Corrupção, vantagem a qualquer custo, é mato!
O governo endinheirado com o que nos toma em impostos, mas só investe naquilo que dá votos. Este e quase todos os governos, federal e estaduais!
Investimento em educação e cultura, a nossa salvação, pouco ou nada.
Dia desses ouvi um colega de rádio, falar no noticiário do América que o técnico Vinícius Eutrópio estava trabalhando “sobre pressão”.
Vixe!
Seria em cima de uma panela?
Por uma infeliz coincidência, no fim de semana seguinte, fazendo uma boa caminhada por uma estrada de terra, entre Prudente de Morais e Sete Lagoas, deparei-me com esta placa, dentro da propriedade de uma famosa instituição federal que tem unidade na região:
Pensei: será que desaprendi o pouco que eu sabia de português? Jornalista falando errado? Uma empresa de segurança que vence licitação do governo federal, escrevendo errado?
Ou o errado sou eu?
Aí me lembrei dos noticiários sobre as provas do ENEM e sosseguei! É o ensino brasileiro que foi pro brejo mesmo!
`Pô! Nossa língua é danada sim, cheia de cascas de banana, quase todo mundo erra, mas há erros inaceitáveis e estes estão tomando conta.
Passam a impressão para as novas gerações que o errado é que é certo, como diria o Kafunga.
Dá vontade de ligar o “foda-se”, mas, não tem jeito.
A nossa capacidade de indignação não pode cessar, nunca!
Aí pego o Globo de segunda-feira, página da “Educação”, e vejam o que li:
* “‘Egnorancia’ no ensino superior”
- Formandos cometem erros graves no Enade 2012
- Inep diz que há rigor na correção
- Não é apenas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que os estudantes cometem erros absurdos de ortografia. No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), alunos que estão se formando no ensino superior cometem desvios tão ou mais graves como “egnorancia”, “precarea” e “bule” (bullying).
- Esses e outros exemplos foram repassados por uma corretora do Enade 2012, que avaliou concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia. A professora entregou o material pessoalmente ao GLOBO, mas, por ter assinado contrato de sigilo com o Ministério da Educação (MEC), não pode ser identificada. A docente procurou o jornal depois de ler, também no GLOBO, a reportagem, publicada no dia 18 de março, mostrando que redações que receberam nota 1.000 no Enem tinham erros como “trousse”, “enchergar” e “rasoável”.
- A questão pedia que, a partir da análise de charges e da definição de violência formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o candidato redigisse um texto sobre a violência atual, contemplando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).
- Um formando escreveu: “A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas”. Outro estudante respondeu: “Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral”.
- Um terceiro redigiu: “As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma”. Em outra resposta, constava: “Esperamos que com a oportunidade de farias formação academica possa futuramente acabar ou diminuir este comportamnento do sr humano”.
- — Os critérios são benevolentes, mandam não pesar a mão para manter média 5. Precisa se dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando. Mas não está. As faculdades formam profissionais analfabetos funcionais. Esse é o final do filme — diz a corretora.
- Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) rebate com veemência as críticas, afirmando que “são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para ‘aliviar’ nas correções”. De acordo com o órgão, responsável pela aplicação da prova, “isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou em qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/MEC”. O comunicado esclarece ainda quaisquer erros tão grosseiros como os citados nesta reportagem certamente teriam “baixíssima avaliação”.
- Segundo o Inep, as correções do Enade 2012 são feitas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e membros com titulação de doutorado ou mestrado, vinculados há, pelo menos, cinco anos a instituições de ensino superior. “São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções”, diz a nota.
- Pós-doutor em Linguística Aplicada e professor da UFRJ e da Uerj, Jerônimo Rodrigues de Moraes Neto considera gravíssimo o exercício de qualquer profissão sem o conhecimento da língua portuguesa:
- — As profissões nas quais esses alunos se formam não geram à sociedade os resultados a que se destinam. Advogado que não entende cliente não consegue, na petição, se fazer entender pelo juiz. Não tem condições de interpor recursos.
- Este ano, apenas 10,3% dos 114.763 participantes que prestaram o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aprovados. É o pior resultado desde que passou a ser aplicado no formato unificado, em 2010. E, como mostrou pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, erros de português são o principal motivo de reprovação em processos seletivos de estágio. No estudo, que avaliou 7.219 alunos de níveis superior e médio, 28,8% perderam oportunidades por isso.
http://oglobo.globo.com/mundo/egnorancia-no-ensino-superior-8114392