Um ano atrás o América eliminava o Cruzeiro da decisão do Campeonato Mineiro. Era a coroação do grande trabalho de recuperação do clube, levado a cabo por um modelo que prometia se tornar exemplo para todo o futebol brasileiro, o Conselho Gestor.
Oito “presidentes”, cada um especializado em uma área. Tiraram o clube do atoleiro, a pior crise da sua história, resgatando-o da Segunda Divisão estadual, recolocando-o na Série A nacional.
Mesmo caindo para a B do Brasileiro, a credibilidade se manteve porque havia uma base sólida no futebol e a diretoria continuava a mesma.
Crédito
Essa ideia foi reforçada com o vice-campeonato mineiro e o ótimo início do Brasileiro da B em 2012. Mas a queda de produção no nacional provocou desvio de rota, difícil de entender e uma série de decisões equivocadas, que culminaram com a contratação de uma aposta de treinador abaixo do nível do clube (Vinícius Eutrópio) e uma sequência de erros, que acabou com o time base do ano passado e desperdício de jogadores formados pelo próprio clube.
O resultado foi a caricatura de time nestes 4 a 1 tomados do Cruzeiro no clássico, em derrota acachapante, sem direito a qualquer tipo de reclamação.
Menos mal
Um temor que havia antes dos jogos de ontem era o risco de violência entre torcedores depois das partidas no Mineirão e Independência. Enviei a coluna antes do “rescaldo” do noticiário policial, mas, com qualquer saldo, essa preocupação tinha foco errado. A lei tem que ser respeitada e cumprida em qualquer circunstância. Todo tipo de recuo contra uma possível ação marginal significa dar espaço aos bandidos, que precisam ser reprimidos e condenados em todos os aspectos.
Afinação
Cada recuo da autoridade é espaço aberto aos absurdos que temos visto em todo o país, seja no futebol, seja no cotidiano de qualquer um de nós. Hoje, opta-se pelas proibições descabidas, de uma cerveja nos estádios a mudanças nas datas e horários dos jogos, por medo dos bandidos, e ao enfrentamento.
A sociedade brasileira, acomodada e passiva, aceita, e vai sendo acuada dentro de suas casas e condomínios, cercados por grades, cercas elétricas e câmeras, cada dia menos eficazes contra os marginais.
Fora das quatro linhas
Um dos mais influentes conselheiros do Atlético, Marcelo Patrus pede que seja registrado: “Alexandre Kalil agiu como um estadista, antes, durante e principalmente depois da confusão armada pelos jogadores do Arsenal após a goleada de 5 a 2 no Independência”.
E que as consequências positivas dessa postura, certamente virão na sequência, dentro e fora de campo.
Mestre Cuca
A maior curiosidade do Atlético x Boa se referia à rara formação adotada por Cuca com três volantes: Pierre, Leandro Donizete e Josué, que usou a camisa 10. Pode ser necessária na sequência da Libertadores e demais competições do time este ano. Mesmo contra o fraco Boa, pelo estadual, foi importante para observações do treinador e preparação do espírito da torcida, acostumada a ver o time com formação totalmente ofensiva.
Prioridade
Tecnicamente o clássico entre América e Cruzeiro seria igual ou pior no Independência, onde o gramado é um dos melhores do país e beneficia a quem tem melhor time.
Mas financeiramente, segundo o site Superesportes o Coelho fez ótimo negóc io:
“O América não conseguiu segurar a força do Cruzeiro no Mineirão e foi goleado por 4 a 1. Porém, a tarde de domingo não foi só de notícias ruins para o clube. Como mandante da partida, o Coelho combinou de ficar com 60% da renda. Calculado apenas o valor bruto, a arrecadação americana é de R$ 885.455. Contudo, os valores terão dedução das taxas do estádio.
A parte bruta celeste corresponde a R$ 590.304. Essa foi a primeira partida do América no ‘Novo Mineirão’. O clube acertou com a administradora do estádio de realizar os clássicos e jogos importantes no Gigante da Pampulha. Em outros jogos do Estadual, o valor arrecado com os ingressos foi bem abaixo dessa quantia. Em quatro jogos como mandante no Independência, o Coelho somou R$ 75.818 com venda de ingressos, média de R$ 18.954 por partida. No clássico contra o Atlético, o mando foi do Galo.
O público pagante nesta rodada também foi recorde em um jogo do América. O estádio contou com 31.011 presentes, sendo 29.808 pagantes. Como foi mandante, toda a contagem será computada a favor do Coelho, apesar da maioria ser de cruzeirenses. Antes disso, a média americana com a torcida era de 915 pagantes por jogo.
Na última rodada da fase de classificação, o time alviverde fará mais uma partida em casa. O América recebe o Tombense, em jogo que pode selar o avanço ou saída das semifinais. Antes disso, o Coelho tem confronto decisivo com o Villa Nova, em Nova Lima. Atualmente, a equipe está fora do G-4 do Campeonato Mineiro.”
http://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/america-mg/2013/04/07/noticia_america_mg,247183/america-e-goleado-pelo-cruzeiro-mas-enche-os-cofres-com-bilheteria-do-jogo.shtml#.UWHwkD-3nsk.twitter