A convite do jornalista Paulo Camargos, da FSB Comunicações, fui conhecer pessoalmente o presidente da Minas Arena, Ricardo Salles de Oliveira Barra, e voltar ao novo Mineirão, depois do clássico de reabertura, com as suas últimas novidades, em detalhes.
Jovens estrangeiras chegam para visita ao novo estádio
Cheguei às 10 horas e saí às 12h30, depois de percorrer todas as instalações, inclusive o Museu, recentemente aberto ao público.
Perguntei tudo o que tem sido alvo das minhas críticas e tive respostas convincentes.
Alguns problemas já foram solucionados, outros estão sendo e algumas situações não têm mais jeito de voltar a ser como eram, pois tudo mudou, e o estádio agora é privado e não pertence mais ao poder público.
A Minas Arena assume algumas culpas, divide outras com o governo e parceiros, e outras têm que seguir as normas vigentes no país.
Obrigado ao Paulo Camargos que fez esta foto minha com o presidente Ricardo Barra, à beira do gramado
Faço hoje um resumo da conversa e em próximas colunas e posts nos aprofundaremos em temas específicos.
Reabertura
Ainda havia obras e limpeza a serem feitas, por isso o gramado e a parte mais baixa das cadeiras foram inundadas pela chuva torrencial que caiu na véspera. Mas mesmo assim, horas depois a água já tinha escoado.
Faltou água nos bares porque o concessionário calculou mal a quantidade a estocar; nas torneiras porque o estádio ainda estava em obras.
Acesso para cadeirantes
As obras determinadas pelo Ministério Público estão sendo executadas; dentro do prazo acordado.
Acesso limitado a setores públicos do estádio ao Juizado Especial e à imprensa
Foi um mal entendido no clássico, mas já resolvido, com o devido pedido de desculpas à Juíza titular daquele dia; a imprensa já pode credenciar dois profissionais por empresa para circular onde quiser.
Vestiário pequeno dos árbitros: segue padrão FIFA
Lentidão na confecção de ingressos para o jogo Cruzeiro x Tombense, que fez milhares de pessoas voltarem para casa:
o Cruzeiro foi quem pediu que fossem abertas apenas 13 bilheterias e pediu também que fosse exigida a identidade de cada comprador que não fosse sócio torcedor. Problema que não deverá mais ocorrer no próximo jogo.
O América acertou que jogará lá, partidas com previsão de público acima de 20 mil; contra o Cruzeiro, por exemplo, deverá ser no Mineirão. Com renda toda do Coelho, o mandante.
Ricardo Barra acredita que vai acabar dando acordo para o Atlético jogar algumas lá também.
Pipoqueiro do concessionário do espaço no Mineirão: Kalil está de olho; o Galo quer participar até dessa grana
O tropeiro
Cozinheiras tradicionais estão sendo consultadas, porém, o “zuiúdo”, aquele ovo característico, está esbarrando nas exigências da Vigilância Sanitária, e o “bifão” de porco, esbarra nas determinações da segurança, pois, como cortá-lo e consumi-lo? Facas são proibidas e garfos podem ser usados como armas, mesmo de plástico. Soluções estão sendo buscadas através de negociações com os órgãos competentes.
Não aproveitamento do know how da equipe da ADEMG
Rampa de acesso ao pavimento superior, que não existia antes, e o visual para o CEU, Pampulha e Mineirinho
Trata-se de um outro estádio; nada a ver neste aspecto com o antigo, que geraria problemas a qualquer gestor e funcionários neste início de operações.
Ele já conversou muito sobre isso com o Ricardo Raso, atual comandante da ADEMG.
A esplanada fechada ao público
Não está mais e desde a semana passada, de 7 às 21 horas, o acesso é livre, e muita gente já está fazendo caminhadas lá, passeios de bicicleta e praticando skate.
Skatistas que usavam a esplanada, hoje, no horário em que estive lá
A falta de árvores
Questão de meses, até que as que foram plantadas cresçam; enquanto isso, serão colocadas tendas para o público escapar do sol.
Preços de produtos e estacionamento
Muitos foram reajustados para baixo, outros seguem as leis do mercado, pois estamos numa democracia; a Minas Arena é uma empresa privada e não estatal ou filantrópica.
Do antigo Mineirão só sobrou a “casca”, mas a intenção era construir um totalmente novo, que esbarrou na proibição do IEPHA e demais órgãos de proteção ao patrimônio histórico.
Diariamente trabalham lá, 70 funcionários da Minas Arena, mais 30 dos concessionários.
Em dias de jogos, a quantidade mais que triplica. No clássico, por exemplo, foram 1.200 pessoas trabalhando.
A primeira loja aberta foi a do Cruzeiro, que vende tudo que está lá nos dias de jogos e já tem muito bom movimento nos dias normais.
Semana passada a rede de alimentação Spoleto abriu a sua loja e o movimento é crescente.
Quando todas as lojas e demais espaços estiverem locados, o Mineirão vai se tornar um enorme shopping.
Uma rede de supermercados está negociando um espaço de 1.500 m2, quase ao lado do Museu.
Serão construídos outros espaços de diversão na área externa; o primeiro será um kartódromo.
Com o novo gramado rebaixado, o banco dos treinadores e reservas ficou no mesmo nível dos jogadores em campo, muito melhor para se ver o jogo.
O show do Elton John foi um sucesso e a tecnologia de última geração permitiu a instalação e desmontagem do palco e toda a estrutura em tempo recorde, sem causar um mínimo de dano ao gramado.
Lá dentro serão shows grandes como este; na área externa, para até 20 mil pessoas.
Apenas a primeira fase do Museu do Futebol está pronta, mas qualquer um que entra lá se emociona com o que vê. Serão 1.500 m2 de área; por enquanto, menos de 500 metros estão sendo ocupados.
Logo na entrada do Museu, me emocionei com a surpresa de ver, com destaque, a bandeira do nosso Democrata Jacaré. Quase todos os clubes que jogavam no Mineirão davam bandeiras e flâmulas de presente ao estádio. Agora estão expostas lá.
Recepcionistas e guias bilíngues, bem preparadas e muito gentis com os 400 visitantes diários que têm visitado o espaço.
A entrada só no Museu custa R$ 8,00; mesmo preço da visita à área interna do estádio. Adquirindo os dois, sai por R$ 14,00.
Não há como não se emocionar ao ver tantas imagens e objetos que marcaram a história do futebol mineiro e mundial . . .
. . . como essa visita do Pelé às obras do antigo Mineirão, em 1964 . . .
. . . a marca em bronze dos pés do Bugleaux, autor do primeiro gol, pela seleção mineira contra o River Plante . . .
. . . a bola usada na inacreditável vitória dos Estados Unidos sobre a Inglaterra no estádio Independência na Copa de 1950 . . .
. . . essa antiga roleta e ao fundo os produtos que eram vendidos pelos ambulantes nas arquibancadas . . .
ou essa maquete do novo Mineirão.
Os dias e horários das visitas ao Museu.