Além da baixa motivação, os campeonatos estaduais têm outro componente perverso para os maiores clubes: o título não vale muita coisa, mas a perda dele, costuma provocar crises, com direito a demissão do treinador, justamente no momento mais crucial do ano, às vésperas da primeira rodada do Brasileiro.
Nem nos estados onde mais de dois clubes brigam pelo título como Rio e São Paulo, os grandes escapam dessa “síndrome”.
A imprensa do Rio informa que Dorival Júnior, que estava invicto há 17 jogos com o Flamengo, ficou na corda bamba depois da derrota para o Botafogo domingo e pode ser demitido caso não vença o segundo turno carioca e fique fora da decisão.
Firmes no taco
Em Minas, tudo indica que os dois principais treinadores estão livres de degola dessa vez, em caso de chegar somente ao vice-campeonato. O trabalho de renovação do time do Cruzeiro, feito até agora pelo Marcelo Oliveira está agradando e o presidente Gilvan de Pinho Tavares, que bancou a contratação dele, contra a vontade de muitos, já mostrou que o seu estilo não é de trocar o técnico a cada insucesso.
No Atlético, além de Cuca ter se consolidado em função da sua competência, o pensamento principal é na Libertadores, inclusive, há quem defenda que seja usado um time misto no Mineiro, para preservar a integridade física dos titulares absolutos.
Cabeça à prêmio
Quem está na corda bamba é o Vinícius Eutrópio que ganhou “segunda época” da diretoria em reunião segunda-feira, mas ontem, enquanto essa coluna era redigida, falava-se novamente na degola dele, mas por outros motivos.
Não dá para entender como uma diretoria de gente que conhece futebol como Marcus Salum e Alexandre Faria, embarca em fórmula que já foi testada e levou bomba, como essa: treinador teórico, bom de fala, certamente uma ótima pessoa, porém, sem o devido cabedal para montar um time com as necessidades especiais que o Coelho tem.
Fórmula errada
Em 2007, o então presidente Antônio Baltazar, apostou em Leandro Machado, que tinha sido vice-campeão gaúcho com o 15 de Novembro de Campo Bom.
Depois de quatro jogos, uma vitória e três derrotas no campeonato, foi demitido e o Coelho não conseguiu se reorganizar, terminando na lanterna e caindo para a Segunda Divisão mineira.
Reserva de mercado
O seleto grupo de treinadores brasileiros, que alcançou o patamar almejado pela maioria (de nunca ficar desempregado e ganhar acima de R$ 100 mil mensais, vai se reunir dia 11), no Rio de Janeiro, para tentar criar um “código de ética”, visando impedir que colegas desempregados articulem para puxar os seus tapetes.
Modelo italiano
Os treinadores brasileiros querem implantar o modelo italiano, onde os técnicos criaram uma associação que fez acordo com os clubes, que quando os demitem, têm de pagar os salários até o fim da temporada, o demitido não pode trabalhar em outro clube neste período.
A iniciativa é do Vagner Mancini, ex-Cruzeiro, hoje no Náutico, que já confirmou a presença de colegas como Tite, Abel Braga, Dorival Júnior, Muricy Ramalho, Oswaldo de Oliveira, Falcão, Cuca e Caio Júnior. Outros estão sendo convidados para este encontro.