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Os 52 e os 23 da seleção do Dorival Jr. para pegar Colômbia e Argentina

Imagem: x.com/CBF_Futebol

Dorival Junior divulgou a lista dos 23 jogadores que vão compor o grupo para os jogos contra a Colômbia e Argentina pelas eliminatórias da Copa de 2026, respectivamente dias 20 em Brasília e 26 em Buenos Aires.

Semana passada tinha soltado uma pré convocação com 52 nomes, uma coisa ridícula, sem necessidade nenhuma. Apenas para atender a interesses do submundo do futebol, visando valorizar o preço de jogadores no mercado internacional. Quem assistiu a entrevista do empresário Roberto Tibúrcio ao nosso podcast, Prateleira de Cima, ficou sabendo como as coisas funcionam. Quem não assistiu é só ir lá no YouTube e assistir. Vale demais a pena.

Sobre a lista atual, nada de anormal, e cada vez menos interesse dos torcedores na seleção, que só atrai as atenções durante a Copa do Mundo. 

Os convocados:

Goleiros: Alisson – Liverpool, Ederson – Manchester City e Bento – Al Nassr

Defensores: Danilo – Flamengo, Gabriel Magalhães – Arsenal, Arana – Atlético, Léo Ortiz – Flamengo, Murilo – Nottingham Forest, Vanderson – Mônaco, Wesley – Flamengo e Marquinhos – PSG.

Meias: André – Wolverhampton, Bruno Guimarães – Newcastle, Gerson – Flamengo, Joelinton – Newcastle, Matheus Cunha – Wolverhampton e Neymar – Santos.

Atacantes: Estêvão – Palmeiras, Raphinha – Barcelona, João Pedro – Brighton, Rodrygo – Real Madrid, Savinho – Manchester City e Vini Jr. – Real Madrid.

Para quem não viu a lista dos pré-convocados, aqui está:

Goleiros

•          Alisson – Liverpool (ING),       Bento – Al-Nassr (SAU), Ederson – Manchester City (ING), Hugo Souza – Corinthians, Lucas Perri – Lyon (FRA), e Weverton – Palmeiras.

Zagueiros: Alexsandro – Lille (FRA), Beraldo – Paris Saint-Germain (FRA), Danilo – Flamengo,      Fabrício Bruno – Cruzeiro,     Gabriel Magalhães – Arsenal (ING),   Léo Ortiz – Flamengo, Marquinhos – Paris Saint-Germain (FRA) e Murillo – Nottingham Forest (ING)

Laterais:          Dodô – Fiorentina (ITA), Abner – Lyon (FRA), Alex Sandro – Flamengo, Alex Telles – Botafogo,      Douglas Santos – Zenit (RUS), Arana – Atlético, Vanderson – Monaco (FRA) e         Wesley – Flamengo.

Meio campo: Alisson – São Paulo, André – Wolverhampton, (ING), Andreas Pereira – Fulham (ING), Andrey Santos – Strasbourg (FRA), Bruno Guimarães – Newcastle (ING), Éderson – Atalanta (ITA),       Gerson – Flamengo,   João Gomes – Wolverhampton (ING), Joelinton – Newcastle (ING),  Lucas Moura – São Paulo,      Lucas Paquetá – West Ham (ING),  Matheus Cunha – Wolverhampton (ING),     Neymar – Santos

e Oscar – São Paulo.

Atacantes:      Antony – Real Beti,s (ESP), Bruno Henrique – Flamengo,     Endrick – Real Madrid (ESP),  Estevão – Palmeiras,  Gabriel Martinelli – Arsenal (ING),     Galeno – Al-Ahli (SAU),      Igor Jesus – Botafogo,           Igor Paixão – Feyenoord (HOL),         João Pedro – Brighton (ING), Luiz Henrique – Zenit (RUS), Raphinha – Barcelona (ESP),            Rodrygo – Real Madrid (ESP), Samuel Lino – Atlético de Madrid (ESP),            Savinho – Manchester City (ING), Vinicius Jr. – Real Madrid (ESP) e Yuri Alberto – Corinthians.

x.com/CBF_Futebol


4 a 1 no Manaus. Parece que a promessa do Cuca será cumprida no Brasileiro: um Galo competitivo

Foto: x.com/Mineirao

Este time que o Cuca está montando tem algumas características que dão motivos para o atleticano acreditar que o Galo será realmente competitivo no Brasileiro que começa daqui alguns dias: é ofensivo, busca o gol o tempo todo, corre muito, do princípio ao fim, independentemente se o adversário é um Cruzeiro, um América, ou Tocantinópolis ou Manaus, como hoje, pela Copa do Brasil.

E Cuca tem escalado o que tem de melhor, para dar entrosamento e gerar confiança entre os próprios jogadores.

Com 15.815 pessoas no Mineirão, renda de R$655.610,65, o Atlético não deixou o Manaus respirar. Fez quatro, poderia ter feito mais três e tornou a partida fácil.

Tá, o adversário é fraco, mas foi colocado no seu devido lugar, o que costuma não acontecer na Copa do Brasil, cujo regulamento é traiçoeiro e qualquer vacilo pode ser fatal.

O time: Everson; Natanael, Lyanco, Júnior Alonso e Arana (Igor Gomes); Alan Franco, Gabriel Menino (Caio Paulista) e Scarpa (Rubens); Cuello (Bernard), Rony e Alisson (Deyverson). 

Alisson, prestigiado pelo Cuca, começou jogando e marcou o primeiro aos 18 minutos. Cuello ampliou aos 30, Rony marcou logo aos três do segundo tempo, e Deyverson finalizou aos 20 da etapa final.

Antes, aos sete também do segundo tempo, Renan diminuiu para o time amazonense.

Rony marcou o que seria o quinto, mas o bandeirinha deu impedimento. Se houve VAR, possivelmente seria validado. Incrível, uma competição que envolve tanto dinheiro, não ter VAR, se até o Campeonato Mineiro tem.


Que o Willian Bigode não abra redes sociais, pois até o Scarpa já deu lhe “boas vindas”!

Foto: Mourão Panda / América

Willian do Bigode foi apresentado ontem pelo América, com a cena registrada pelo Mourão Panda no comunicado oficial do Coelho: “Novo reforço do Coelhão, Willian Dubgod se apresentou nesta tarde de segunda-feira (3) no CT Lanna Drumond. O atleta passou por avaliações físicas e já está integrado ao restante do elenco!”

O americano Ed Diogo comentou aqui no blog: “Acredita Coelhão. Está com uma certa idade mas precisamos dele para ajudar os caras do nosso ataque que não fazem gol . Quem sabe ele consegue acordar o Renato Marques que depois daquele jogo contra o Santos no primeiro turno da B nunca mais foi o mesmo.”

É isso aí!

Importante mesmo é que ele esteja inteiro fisicamente e dê o retorno dentro de campo que o América precisa. E que tenha cabeça para aguentar as gozações de quem não esquece o imbróglio da transação financeira com o Gustavo Scarpa, dos tempos em que jogavam juntos no Palmeiras.

De preferência que nem abra redes sociais para não ficar açodado com manifestações até do próprio “ex-amigo”, que foi às redes dele para dar uma cutucada, como mostra o TNT Sports:

TNT Sports Brasil

“MINAS GERAIS VAI FICAR PEQUENA PRA ESSA DUPLA! 😅👀 Scarpa reagiu assim a contratação de Willian Dubgod pelo América-MG, rival do Atlético. A final do campeonato mineiro vai pegar fogo, hein! 😬


Ecos do Passado: um grande time do Democrata Jacaré em 1984, em dia de jogo em Alfenas

Da minha coluna na edição da última sexta-feira no jornal SETE DIAS, 28 de fevereiro

Este foi um dos melhores times do nosso Democrata das últimas décadas, 8º colocado no Campeonato Mineiro de 1984. Da esquerda pra direita Rubão, Serginho, Edson Vampiro, Batata, Sérgio Cunha e Zé Carlos; Valcir, Diney, Larry, Rogério e Rosemil. O repórter que entrevista o Zé Carlos (esq.) não sabemos quem é.

Ganhei esta foto, na época, quando trabalhava ainda na Rádio Capital, num jogo no Mineirão, de um fotógrafo que imaginava que fosse o Democrata Pantera, de Governador Valadares. Quando eu disse a ele, que se tratava do Jacaré, da minha cidade, ele agradeceu a informação e me presenteou com ela.

Quarta-feira, preparando esta coluna e mexendo em meus arquivos de fotos impressas, a encontrei. Recorri ao presidente Renato Paiva e ao ex-zagueiro Serginho, capitão deste time, para que me ajudassem a lembrar de alguns nomes e detalhes.

Renato era criança nessa época e pediu socorro ao Diney, meia-atacante do time. Serginho retornou imediatamente, memória de ouro, com apenas um equívoco: assim como eu, pensou que tivesse sido um jogo em Passos, contra o Esportivo, porém, foi em Alfenas, já que o Esportivo não era da primeira divisão em 1984 e sim o Alfenense, que inclusive foi rebaixado naquele ano, junto com a Caldense. O estádio era o Francisco Leite Vilela, o “Gigante da Avenida”, cujo proprietário é o América, rival local do Alfenense.

Serginho lembrou que o técnico era o saudoso Arizona, que comandou o Democrata de 1981 a 1985. Nesta foto, infelizmente três que já nos deixaram: o Larry em 2007, o Edson Vampiro em 2009 e o Rogério, um dos maiores cobradores de falta que já vi, em 2011. O presidente era o Geraldo Negocinho, que nos deixou em dezembro de 2013.

A classificação final de 1984: Cruzeiro, campeão, seguido por Atlético, América, Villa Nova, Democrata (GV), Tupi, Guarani, Democrata (SL), Uberlândia, Valeriodoce, Nacional de Uberaba, Uberaba, Alfenense e Caldense.

E vejam os senhores como é a comunicação nestes tempos malucos da velocidade e repercussão da internet: na quarta-feira, à noite, eu começava a escrever esta coluna e recebi do Renato Alexandre, nosso editor, essa foto com a escalação, correta, e um erro na legenda, que informava que o repórter era o “Chico Maia”.

Retornei a ele: __ Uai, onde você arrumou essa foto?

__ Copiei de uma publicação do Dinei, filho de Bordel.
__ Ah, tá! Ele postou isso ontem, né?
Mandei pro Renato Paiva e pro Serginho, pra eles a identificarem pra mim. Renato mandou pro Dinei, que certamente mandou pra ele.

Ou seja, vale a velha frase: “escreveu, não leu, gato comeu”. Publicou em primeira mão, uma foto que nunca foi publicada em lugar nenhum, hehehe.  

Na publicação dele, no Instagram Sidney Pereira Lima, só tem este equívoco quanto ao repórter, que não sou eu, e peço se alguém souber, que nos envie o nome, por favor.

Também não me lembro o nome do fotógrafo que me presentou com ela e peço ajuda para descobrir, a fim de agradecer mais uma vez e homenageá-lo, lembrando o valor de uma foto para a história de milhares de pessoas e instituições.

Serginho lembrou também que o Diney parou de jogar em 1985 e se tornou treinador, posteriormente, inclusive do Democrata. Mas que o “seu” Arizona foi sucedido pelo Mário Celso de Abreu “Marão”, depois o Vicente Lage “109”, Dawson Laviola, Mussula e por aí vai.

Enquanto o presidente foi o Geraldo Negocinho ele manteve grande parte da turma que subiu o time em 1981, especialmente no comando do futebol, como o “seu” Paulo Oliveira, vice de futebol, “seu” Jaime Pereira, Nelsão Reis, Edson Carmelito (supervisor), Zito, representante na FMF. Na sucessão do Geraldo Negocinho, veio o Mathusalém Cursino.


Feliz retorno a Minas ao Willian Bigode, agora no América

Imagem: americafc.com.br

Foi muito importante ao Santos no retorno do Peixe à Série A ano passado. Está com 38 anos de idade, mas sempre se cuidou bem, profissional sério. Deverá ser útil demais ao Coelhão na sua luta por uma das quatro vagas do acesso para 2026.

Que tenha paciência com as zoações de torcedores nas redes sociais por causa da enrascada financeira a que incentivou o Gustavo Scarpa entrar, e se estrepar. É a vida, é o jogo!

No mais, sucesso a ele, bem vindo sempre a Minas Gerais.

Comunicado do América, logo depois da assinatura do contrato, ontem:

“O América acertou a contratação do atacante Willian Dubgod, jogador de 38 anos, que assinou contrato definitivo até o final do Campeonato Brasileiro com o Coelho. Seu último clube foi o Santos, equipe pela qual o atleta foi vice-campeão paulista e campeão da Série B, na temporada de 2024.

Multicampeão em sua carreira, o novo atacante do América chega ao clube depois de ter passado em times como Guarani, Figueirense, Athletico, Corinthians, Palmeiras, Cruzeiro, Metalist da Ucrânia e Fluminense. 

Entre os vários títulos na carreira, Willian Dubgod já venceu uma Copa do Brasil, sendo também tricampeão da Libertadores e tetracampeão brasileiro, além de já ter conquistado estaduais como o Paulista, Mineiro e o Carioca.”


Tem mineiro no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: Ainda Estou Aqui! “Esse filme deveria ser visto por todos”

Selton Mello, Walter Salles e Fernanda Torres, vencedores com “Ainda Estou Aqui”. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mineiro, de Passos (Sudoeste de Minas, 350 Km de Belo Horizonte, pela MG-050), com a mineiridade de sempre, Selton Mello, entrevistado ontem, momentos antes da cerimônia em Los Angeles, pela @GloboNews, respondeu:

“Certamente vou tietar todo mundo, porque eu nasci em Passos, interior de Minas Gerais, e isso não é normal para mim, não. Mas sabe o que é mais legal? Eu nem preciso fazer muito esforço, porque o filme é amado, então agora são essas pessoas que estão chegando para mim e falando ‘você é quem faz o Rubens Paiva? Eu amei o filme’, e eu assim: ‘O que, Ralph Fiennes? Você falando isso para mim?’”, diz o ator Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva em “Ainda estou aqui”, direto do tapete vermelho do Dolby Theatre, em Los Angeles, antes do início da cerimônia do Oscar…”

Viva Passos, viva Minas Gerais, sucesso sempre ao Selton Mello, que só de chegar a este tapete vermelho já era um vencedor.

E faço minhas as palavras do economista, jornalista Ricardo Amorim, ex-apresentador do programa Manhattan Connection:

@Ricamconsult

“Pela primeira vez, deu Brasil no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, com Ainda Estou Aqui! Merecidíssimo. Repito abaixo o que publiquei quando assisti ao filme, em novembro passado: “Esse filme deveria ser visto por todos. Um povo que desconhece ou se esquece de sua História está fadado a repeti-la. Abundam, cada vez mais, no Brasil e no mundo, líderes políticos que dividem o povo por ideologia, transformam em inimigo quem não os apoia incondicionalmente – mesmo quem defende completa ou parcialmente a mesma ideologia, mas aponta seus erros.

Nesse processo, aproveitam-se dos defeitos, fragilidades e baixíssima popularidade de outros pilares democráticos – em particular Justiça e Congresso – e os desmoralizam e enfraquecem de vez. No início aos poucos e, depois, de sopetão, subjugam as instituições democráticas e as dobram a sua própria vontade. Em função dos defeitos reais dessas instituições, e assustados pelos excessos do grupo ideológico contrário ao seu, muitos lhes apoiam com estusiamo.

Com séquitos de apoiadores dispostos a não apenas tolerar e negar, mas até mesmo apoiar seus excessos, esse grupo almeja poder absoluto para implementar o que prega. É assim que surgem ideologias extremas e ditaduras de esquerda e de direita – como o comunismo, facismo e nazismo, na década de 30, ou as ditaduras militares, na América do Sul, na década de 60.

Uma vez implementada a ditadura, rapidamente, migra-se do sonho ingênuo de muitos de que uma liderança iluminada consertaria o país à dura realidade de corrupção generalizada, abusos de poder e perseguições políticas, mas aí já é tarde. Para piorar, a reversão dessa situação costuma levar décadas, arruinando a vida de uma ou mais gerações.

Por isso, esse filme é fundamental; uma verdadeira obra-prima, muito dolorida de assistir, mas importantíssima. Isso tudo sem nem falar na atuação maravilhosa da Fernanda Torres, a fotografia marcante e linda, e a direção sempre impecável do Walter Salles. Enfim, o Brasil não poderia estar melhor representado no Oscar.”


Contusõe$ e negócio$: Scarpa, Hulk, Ronaldinho Gaúcho, Kafunga, SAF$ e um pouco da história

Foto: Pedro Souza/Atlético

Scarpa se machucou durante o treino, mas tudo indica que não é nada grave. Importantíssimo para o time. Mas a situação que preocupa mesmo é a do Hulk. Não pela contusão desta semana, mas para o futuro do Atlético, que vale refletir. Há quatro anos ele carrega o time. Profissional 100%, dentro e fora de campo, desses que entram definitivamente para a história, não só do Galo, mas do futebol mineiro e brasileiro. Hulk foi um “achado” do presidente

Infelizmente, como diz o filósofo diamantinense Waldívio Marcos de Almeida, “o tempo é praga, e arregaça com o sujeito”. Verdade verdadeira. Hulk tem 38 anos e está em plena forma graças aos cuidados que sempre tomou. O problema é que o corpo tem limites e a data de validade chega, principalmente em certas profissionais, como a de jogador de futebol.

Todo time, para brigar na parte de cima de qualquer tabela de classificação, precisa de um jogador acima da média. Há quatro anos Hulk é este jogador. Substituiu Ronaldinho Gaúcho, o fora de série antecessor dele no Galo. Antes dele, os presidentes Daniel Nepomuceno e Sérgio Sette Câmara até tentaram, com Robinho e Fred, que não deram o retorno esperado.

Ronaldinho com Alexandre Kalil na Sala de Imprensa Roberto Abras, na Cidade do Galo, em foto do Bruno Cantini/Atlético

Não é fácil conseguir “negócios de ocasião” como o Atlético conseguiu em sua história recente como Ronaldinho e Hulk.

No caso do paraibano, méritos do então técnico Jorge Sampaoli e do diretor de futebol Rodrigo Caetano, que tiveram a ideia, e da diretoria, comandada pelo Sérgio Coelho, que acatou, em janeiro de 2021, com negociações iniciadas ainda em 2020. Hulk e Nacho Fernandez, que também foi muito importante no ótimo time de 2021.

Até os anos 1980 o Galo tinha fábrica de grandes jogadores e alguns gênios, como Reinaldo e Cerezo. Mas a mão de obra qualificada dessas fábricas também é cada vez mais difícil de se conseguir. Não se acha mais o “seus” Zé das Camisas, Barbatana, Telê Santana e alguns outros.

Cito Telê, porque ele trabalhava em sintonia absoluta com a base. Assistia treinos, levava a rapaziada para treinar com os profissionais, trocava ideias com as comissões técnicas quase que diariamente, com os olheiros e dava palpites.

Não foi à toa que o presidente Nelson Campos o tirou do comando do juvenil do Fluminense para comandar o profissional do Galo que foi campeão brasileiro em 1971. Por isso, o dirigente precisa ser competente e ter visão. O Atlético e outros grandes clubes brasileiros sobrevivem e crescem porque têm e ou tiveram comandantes brilhantes e apaixonados pelo clube.

Não foi à toa que Elias Kalil em seu discurso ao assumir a presidência do Atlético, encheu a bola do seu antecessor, derrotado por ele na eleição, Walmir Pereira, reconhecendo o grande trabalho que ele fez à frente do clube. E manteve o técnico, o mineiro de Salinas, Procópio Cardoso, porque ele era excelente.

Buscou Éder, no Grêmio; Chicão no São Paulo (contra a maioria da torcida na época), Palhinha no Corinthians (velho algoz do Galo com a camisa do Cruzeiro), Nelinho no Cruzeiro, e montou o melhor Atlético que eu vi pessoalmente, um dos melhores da história do futebol.

Dessa safra de dirigentes, em Minas e no Brasil, muitos quebraram em seus negócios particulares, por colocar dinheiro e se dedicar integralmente aos clubes. Até chegar essa onda SAF, que parece ser irreversível.

Nada contra as SAFs, muito pelo contrário. O que incomoda é essa postura arrogante, plantada, de que qualquer crítica aos donos é “ingratidão” da torcida ou “perseguição” de setores da imprensa. Como se estes clubes gigantes tivessem nascido a partir da chegada delas.

No Cruzeiro, Ronaldo teve a audácia de dizer que se não tivesse comprado o clube teria fechado as portas. Saiu no lucro e deixou “viúvas” na torcida dizendo que quem criticava qualquer erro dele era “ingrato”.

Atualmente aquele tipo de dirigente é cada vez mais raro.

Em outros tempos, valia a máxima do mestre Kafunga: “no futebol, quem tem, põe; quem não tem, tira!”.

Agora, quem tem, põe, e depois tira, com juros, correção, dividendos, patrimônio e etecetera e tal.

E viva o futebol, viva o Brasiiiiilllll

Foto: Instagram/RonaldinhoGaúcho

João Leite, Cerezo, Osmar, Orlando, Luizinho e Jorge Valença; Pedrinho, Chicão, Reinaldo, Palhinha e Éder, o timaço de 1980. (Foto: reprodução/Atlético)


Elenco do Cruzeiro melhor que o do Flamengo, segundo o Fabrício Bruno. Talvez, segundo ele mesmo

Zagueiro Fabrício Bruno em foto do Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Imediatamente após todo mau resultado ou fracasso, dirigentes, treinadores e jogadores que exercem papel de liderança costumam exagerar nas tintas e falar mais do que deviam.

Na ânsia de preservar o grupo e juntar os cacos, depois da eliminação pelo América, o zagueiro Fabrício Bruno soltou essa:  

– Vou ser muito sincero, transparente e direto como sempre fui em toda minha carreira. Talvez eu nunca tenha pego um elenco tão bom quanto esse. 

Cê besta! Ele veio simplesmente do Flamengo, que, do goleiro ao ponta esquerda, mais o banco de reservas é o melhor do país e do continente.

Ainda bem que o Fabrício usou a palavra “talvez”, uma ressalva que serve pra resguardá-lo das óbvias cobranças que ele enfrentaria ao falar isso.

O elenco do Cruzeiro não é ruim, mas muito longe de ser o melhor do país. É um dos mais caros, mas aí é outra história. O próprio Fabrício Bruno foi um dos investimentos mais altos feitos pela Raposa para esta temporada: R$ 44 milhões, fora as premiações. De acordo com levantamento da Rádio Itatiaia, publicado também pela CNN, “A contratação de Fabrício Bruno supera os valores negociados até mesmo do lateral-esquerdo Sorín, que corrigido pelo IPCA, foi negociado em 2000 por R$ 43,24 milhões. Outro reforço badalado para a zaga que foi ‘deixado para trás’ foi Dedé. Em 2013, a Raposa contratou o ‘Mito’ por R$ 14 milhões, o equivalente a R$ 21,70 milhões em 2025…”

O grande problema neste início de temporada é que o time está enfrentando as consequências dos erros que começaram com a demissão do Fernando Seabra, absolutamente fora de hora e desnecessária.

Depois, outro erro: a contratação de Fernando Diniz, maior produto inventado pela imprensa do Rio e São Paulo, que foi colocado em enorme parte do imaginário nacional com o um treinador “revolucionário”, “avançado”, “acima da média”. Uma conversa fiada que foi comprada por dirigentes que não conhecem a fundo o futebol, inclusive os da CBF, que o levaram ao comando da seleção brasileira. E ele fracassou lá, assim como fracassou no Cruzeiro.

Pra completar a sequência de equívocos, quando a saída dele era dada como certa no fim do Brasileiro, a diretoria o mantém. Ele, fragilizado no cargo, aceita que o time viaje para os Estados Unidos para jogos fora de hora e sem propósito, quando deveria estar concentrado numa pré-temporada de verdade e producente, nas ótimas instalações da Toca da Raposa.

Tardiamente a diretoria o demitiu sem ter alguém pra substitui-lo imediatamente. Depois do interinato do Wesley Carvalho, chega o português Leonardo Jardim para tentar consertar tudo e recomeçar, às vésperas do Campeonato Brasileiro.

Se vai dar certo, só o tempo dirá.

Alexandre Matos, como o chefe do futebol cruzeirense, deu entrevista assumindo a culpa, obviamente preservando o dono, Pedrinho, e o emprego. Pois quem conhece o Pedrinho sabe que, se tem uma coisa que ele não abre mão, é de mandar, e de participar diretamente de tudo.


Argentinos em festa no Engenhão, com outra surra do Racing no Botafogo e título da Recopa

Superó por 2-0 (Zaracho y Zuculini) a Botafogo en Brasil y se quedó con la (@ConmebolRecopa)

Em Buenos Aires foi também 2 a 0.

No Rio, outro passeio do time cujo presidente é o ex-jogador Diego Milito, irmão do Gabriel Milito, ex-técnico do Galo.

E imaginar que hoje poderiam estar jogando Atlético e Cruzeiro, hein!? Mas ambos atropelados nas finais da Sul-americana e da Libertadores. Cruzeiro dançou para o Racing e o Atlético para o Botafogo.

E a torcida botafoguense pediu a cabeça do técnico interino Caçapa (Foto: Vítor Silva/BFR).

O português Renato Paiva foi contratado para a vaga.


A decepção americana em Cascavel e a incógnita quanto ao time que vai decidir contra o Atlético

Foto: Mourão Panda/América

William Batista (foto) não precisa provar que é um dos treinadores mais promissores do futebol brasileiro, porque já o é. Mas, nas justificativas para a derrota de 1 a 0 para o Cascável, mais parecia o veterano Tite, com as chatices e embromações dele para tentar explicar coisas simples.

Na coletiva pós-eliminação da Copa do Brasil, Batista falou em “variáveis” entre os regulamentos das competições, do gramado, em que o adversário está mais acostumado, entrou com o papo de gramado sintético, de táticas, estratégias, tomadas de decisão e etecetera e tal.

Entrevista tão decepcionante quanto a eliminação. Que reveja essa postura em suas futuras falas, porque ele pode perfeitamente se manter na simplicidade que tem marcado a sua bela e crescente carreira.

Como disse o americano Felipe Ursine, da Interede, “poderia ter resumido tudo dizendo que o time foi mal mesmo e pronto”.

E que a Copa do Brasil é difícil, traiçoeira, em que até os clubes mais endinheirados do país passam apertos e costumam ser eliminados na primeira ou segunda fase.

Agora resta saber se essa derrota vai injetar ânimo e gana no time para ganhar a final do Mineiro contra o Atlético, ou se vai bater um complexo de inferioridade que o tornará presa fácil do Galo nos dois jogos.

E, com diz o Fernando Rocha, do Diário do Aço, de Ipatinga, “fecha o pano”.

O resto é perfumaria!  

Como todo o time, Figueiredo também decepcionou em Cascavel (Foto: x/América)