* Temporada chegando ao fim é hora também de começar a avaliar conquistas, perdas, danos e perspectivas para a próxima. Indiscutível que quem se deu melhor foi o Atlético, que além do Campeonato Mineiro voltou a brigar na cabeça do Brasileiro e voltará a disputar a Libertadores da América.
Se não correu risco sério de rebaixamento dessa vez, desde 1964 o Cruzeiro não deixava de disputar uma final de alguma competição durante o ano. Este fim de 2012 está sendo um dos piores da sua história de conquistas; sem time; com uma comissão técnica desmotivada, pois sabe que não continuará; endividado; sem dinheiro, e o maior dos males: sem uma diretoria sincronizada.
Sim, porque o clube é gigante e neste caso, a falta de dinheiro é relativa, pois basta saber buscar bons parceiros comerciais e investidores que o problema se resolve. Aí é que reside o risco azul.
Não se sabe se foi praga rogada, apenas um vaticínio ou as duas coisas juntas, mas Zezé Perrela, o antecessor do Dr. Gilvan previu no início do ano: “Ao não vender o Montillo ele vai afastar os investidores que sempre fizeram bons negócios com o Cruzeiro”.
Impossível
Mas como vender o Montillo, se é o craque do time!? O que carrega o piano, que atrai a torcida, marca gols, dá assistências e junto com o goleiro Fábio, esperança maior de vitórias no ano?
E nisso o Dr. Gilvan acertou, pois como estaria o Cruzeiro na tabela hoje, sem ele?
Desagradou sim aos investidores, que queriam ter retorno financeiro, mas seria pior se o argentino fosse para o Corinthians ou São Paulo na época.
Refém
Diferentemente do Roberto Dinamite que culpa o antecessor Eurico Miranda por todos os males do Vasco, mesmo em seu segundo mandato, o Dr. Gilvan não pode culpar publicamente ao Perrella, de quem era vice e antigo aliado. Nem diminuir o tamanho da folha de pagamento do clube, já que também não pode mexer com a turma do antigo comandante, que mesmo no Senado, continua soberano no Conselho Deliberativo, onde tem a maioria absoluta.
Agregar
A única saída que o Dr. Gilvan tem é a busca de novos parceiros e investidores, já que tem uma marca forte nas mãos, umas das grandes torcidas do país e enorme potencial de barganha. Se não tem diretores com o perfil para atraí-los, que descubra um ou chame de volta o Antônio Claret Nametala que desempenhou muito bem essa função na “era Perrella”. Caso ele aceite, já que foi adversário nas eleições do ano passado.
Sem choro
O Atlético deixou escapar quatro pontos contra o Bahia; dois contra o Atlético-GO; dois contra a Ponte Preta; dois contra a Portuguesa; três contra o Náutico e domingo mais três contra o Coritiba; adversários que teoricamente ele teria que bater para manter-se na dianteira. Só aí foram 16 pontos, desses chamados “bobos”.
Mas isso não lhe tira o direito de reclamar dos graves erros de arbitragem contra si e as armações da CBF/STJD para mudar a data do jogo contra o Flamengo no turno e tirar Ronaldinho Gaúcho do jogo contra o Internacional.
Não se trata de choro, mas de exigir honestidade e transparência.
* Essas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã no jornal O Tempo, nas bancas!