Enquanto aguardava o voo de Lisboa para Londres, lia os comentários no blog, e-mail e jornais de Minas e do Brasil.
O conterrâneo Orlando Augusto, de Conceição do Mato Dentro, um dos nomes de prestígio do nosso jornalismo, também músico de alta qualidade, está comunicando que fará novo show lá em Conceição:
“Prezado Chico Maia,
mais uma vez voce vai ficar me devendo. Vou ficar rico se voce continuar a viajar tanto e deixar de ir aos meus shows. Neste final de semana, estaremos mais uma vez no Café com Rosas da nossa amiga Rosinha com um super show de blues. Vamos eu, o baixista Edilson e americano Steven Line, nascido em São Francisco na Califórnia cidade que tanto conhemos pois hospedamos la na Copa do mundo de 1994.
Não sabia que o povo de Conceição gostava tanto deste ritmo criado pelos negros americanos, pois no show de junho a casa ficou lotada nas duas noites em que nos apresentamos e desta vez promete lotar novamente. Na proxima aprentação voce estará presente.
Um excelente trabalho para voce aí em Londres e nos mande grandes matérias como sempre.
Um abraço Orlando Augusto”
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Li também a coluna do Juca Kfouri, na Folha de S. Paulo de ontem.
Ele chegou a Londres anteontem e ficou impressionado com as facilidades na chegada.
O Juca é muito econômico em elogios a organizações e promotores e eventos e se ele está elogiando é porque os ingleses estão caprichando.
Enquanto não constato pessoalmente essa eficiência na chegada, confira o que disse o Juca:
* “Londres amiga”
FOLGO EM ANUNCIAR que a manhã de ontem na capital inglesa foi ensolarada e calorosa. E que a chegada, no sábado, não poderia ter sido mais amigável e organizada.
Ao sair do corredor que liga o avião ao aeroporto já encontramos uma voluntária com o cartaz “Brasil”. Ela nos esperava na expectativa de que entre atletas, dirigentes e jornalistas fosse orientar quatro patrícios.
Na verdade acabaram sendo 16, uma diferença que não fez a menor diferença e não tirou o sorriso do rosto da nossa guia, que nos levou até os guichês especiais da chamada família olímpica.
Entre sair do avião, carimbar os passaportes e plastificar as credenciais que já tínhamos em mãos não levou mais que cinco minutos, três vezes menos que os 15 para a chegada da bagagem da esteira às nossas mãos.
A saída do aeroporto para o subterrâneo que nos levaria ao trem expresso e franqueado também foi devidamente instruída já por outro voluntário, que nos indicou onde descer e o que fazer para ser levado, de táxi, também de graça, aos respectivos hotéis ou para a Vila Olímpica.
Onde poderia haver um erro, pegar, por exemplo, a saída da esquerda e não da direita na estação, tinha voluntário perguntando o destino de cada um e indicando o caminho. Uma criança de cinco anos não se perderia na chegada à sede e a sensação foi a de que mais um pouco nos poriam no colo.
Para terminar a surpresa de quem esperava ficar duas horas entre passar pela polícia e se credenciar, e não levou mais de 20 minutos para estar no trem, o trânsito estava uma beleza por volta das 15h do sábado inglês, sem chuva e com temperatura de 20° C.
É bem provável que pelo fato de ser meio de tarde de um fim de semana a experiência tenha sido muito particular e não possa ser generalizada. Mas que foi de tirar o chapéu, lá isso foi.
Ou pendurar medalha.
Já Carlos Nuzman não surpreendeu.
Ao classificar Juan Samaranch e João Havelange como os dois maiores cartolas do século 20, nosso imperador Carlos I, e único a dirigir um comitê olímpico nacional e o organizador de uma Olimpíada em seu país, merece o elogio pela lealdade e a constatação de que os joões espanhol e brasileiro são os paradigmas dele, com métodos parecidos aos que causaram os escândalos de Salt Lake City e da ISL.
Resta saber quando pisará em falso, tão inevitável como a mudança do clima em Londres.