Uma outra importante mudança pela qual o Cruzeiro vai passar com o novo presidente será na forma de tratar temas considerados delicados na “Era Perrela”.
Dinheiro, por exemplo.
Todo clube passa por apertos. O Flamengo está com salários do seu elenco atrasados.
A até outro dia bilionária Traffic está atrasada com o Ronaldinho Gaúcho.
Falar em dívidas ou dificuldades financeiras na Raposa era um tabu; assunto proibido, intocável.
E grande parte da imprensa entrou nesse jogo, voluntária ou involuntariamente.
Todos os grandes clubes brasileiros têm e sempre tiveram dívidas, mas o Cruzeiro, para justificar as vendas milionárias de tantos jogadores, sempre procurou passar a impressão que vivia num mar de rosas, e a cada venda, para acalmar a torcida, vinha com essa: “temos que fazer boas vendas a cada temporada para manter os salários e demais contas do clube em dia”.
Quem lê este blog há mais tempo vai se lembrar que, em março de 2010, falei de salários atrasados lá e foi uma confusão. Na época o diretor de futebol era o Eduardo Maluf, que convocou uma coletiva e falou até quase babar os cantos da boca, e dizer que os salários estavam em dia; atrasados “só” o direito de imagem dos jogadores, ou seja, a parte maior.
Ontem foi o Valdir Barbosa quem deu a entrevista coletiva para explicar o atual atraso, porém, foi menos virulento que o Maluf em 2010.
Pelo que conversei com o Dr. Gilvan, antes de ele assumir a presidência, e pelo que tenho conversado com amigos e assessores dele, a ordem agora é mostrar toda a realidade ao público, e tentar evitar a perda de jogadores fundamentais ao time.
Simplicidade e transparência também geram bons resultados. Um dos grandes presidentes da história do Cruzeiro foi o Benito Masci, pouco lembrado pelos torcedores porque ficou apenas um mandato; infelizmente morreu cedo. Mas foi sucedido pelos irmãos Salvador e César Masci, que levaram o clube a grandes títulos em fins dos anos 1980 até 1994.
Pois Benito quando assumiu a presidência, cortou até o cafezinho que era servido na sede do Barro Preto e Toca da Raposa, para equilibrar as contas do clube.
Fatos que sempre foram expostos normalmente e que fazem parte de qualquer organização.
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