Mesmo sem participar do maior evento esportivo das Américas, a China, que promoveu os melhores Jogos Olímpicos da história, já é vencedora em uma das modalidades mais importantes em qualquer lugar do planeta: a economia. Nas barracas oficiais de vendas de souvenir dos Jogos Pan-Americanos, de 13 produtos à disposição sete foram produzidos na China. Até os bonequinhos, Huichi, Gayo e Leo, os mascotes de pelúcia que são dados aos ganhadores de medalhas antes de subirem ao pódio, foram feitos pelos chineses.
Os mexicanos começam discutir os números gerados na economia local com a promoção dos Jogos, e o setor da indústria que fabrica estes produtos está denunciando que foi preterido pelo Comitê Organizador. Que por sua vez se defende com alegações irrefutáveis: qualidade, prazo de entrega e principalmente o preço: 35% mais barato para se fabricar na China.
Os industriais locais reclamam que os governos de Jalisco e Federal foram insensíveis ao pleito deles, que há dois anos pediram apoio para a modernização de seu parque, mas tiveram negado pedido de 15 milhões de pesos em investimentos.
São os chineses tomando conta do mundo. A presença deles é muito forte também no comércio do dia a dia de Guadalajara.
A cada quarteirão do centro da cidade há pelo menos dois restaurantes chineses, no mesmo estilo dos que existem em Belo Horizonte ou qualquer lugar do mundo. Sempre cheios, rivalizam com a tradicional comida mexicana, cujas principais casas também reclamam de “concorrência desleal”. Os estabelecimentos dos chineses estão sempre cheios, pois cobram barato e não há balança. Já os mexicanos cobram mais caro e não têm a agilidade deles.
A cidade de Tlaquepaque é um dos principais destinos turísticos da região de Guadalajara, e fica a meia hora, de ônibus, do centro da sede do Pan. Cidade do período colonial, famosa pelo seu artesanato e pela produção de tequila, seus comerciantes estão reclamando que os turistas aparecem, mas não compram. Olham, perguntam o preço, elogiam e se vão.
A expectativa é que retornem para no fim dos Jogos, quando estarão prestes a voltar para casa.
Tlaquepaque era a cidade preferida do saudoso comentarista da imprensa esportiva mineira Osvaldo Faria, no México.
Conheceu-a durante a campanha do Tri, na Copa do Mundo de 1970, e toda vez que vinha ao país recrutava algum companheiro para visitar o lugar, rico em arquitetura espanhola dos séculos XVII e XVIII, restaurantes e as bandas dos cantores mariachis, que ocupam todas as praças centrais, com shows intercalados. Tive o prazer de ir lá com o Osvaldo.
Confortáveis ônibus panorâmicos fazem o passeio de Guadalajara a Tlaquepaque, com áudio que conta a história dos monumentos, igrejas e prédios importantes, em versões espanhola e inglesa. Custa 120 pesos (R$ 15,00) por pessoa. A empresa é a Tapatío Tour, que também está reclamando: de 1º a 16 de julho transportou 7 mil pessoas; em outubro, até o dia 16, só 4 mil.
E as autoridades do turismo local ainda falam que 800 mil pessoas podem aparecer no período do PAN.
Tlaquepaque é um dos destinos turísticos mais procurados por estrangeiros e mexicanos na região de Guadalajara. São cidades muito próximas, como se fosse uma só, ligadas por uma avenida. Movida pela tequila artesanal, comidas típicas do México, somadas à música dos mariachis.
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