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Tem “escola” fabricando jornalista por 40 reais

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Obrigado Ministro Gilmar Mendes, obrigado Lula, obrigado…


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Comentários:
10
  • Pablo disse:

    Grandi Chico, como fasso para mim escrever nessi cursso?….hahaha
    Abrassão!

  • mauricio jose de souza disse:

    Agora é que vai aparecer mesmo os tais profissionais da imprensa marron, que já anda cheio no Brasil, um absurdo esta lei

  • Éder disse:

    Concordo com vocês também.

    E acho mais, dentro do que falaram, ficou nítido que a questão é muito mais política do que de formação acadêmica.
    Ou seja, é estrutural, não pontual.

    Se os cargos são ocupados politicamente, não faz diferença ter diploma ou não, pois o meio pra se chegar é outro. Se por exemplo, o “indicado” ao cargo não tem, ele arruma, estuda, consegue de alguma maneira.

    A questão é o acesso. Se você não tem acesso, pouco importa se tem diploma A ou B, ou se não tem. O meio pra se conseguir é inacessível pra você.

    Por isso, disse que o problema está na educação e na forma como ela se possiciona no pais, seja no jornalismo esportivo ou outro qualquer.

    Acho essa “choradeira” toda dos jornalistas diplomados uma balela, é querer enxergar apenas a ponta do problema, e não onde ele realmente nasce.

  • Alisson Sol disse:

    O que o Éder disse é tudo: há sempre uma seleção natural no mercado. O problema é que a seleção natural no mercado do jornalismo esportivo no Brasil está operando ao contrário da teoria de Darwin: o homem está regredindo em direção ao macaco.

    A maioria dos “jornalistas” esportivos no Brasil:
    – Só repete a notícia de algum outro local. Não adiciona fato novo, qualquer análise ou contexto histórico (muitos sequer conhecem a História, para poderem colocar qualquer evento no devido contexto).
    – São incapazes de fazer uma análise isenta e correta das partidas. É impressionante ver a diferença entre a análise de um jogo da Liga dos Campeões na Europa e a análise de partidas no Brasil. O antigo Minas Esporte era o que mais perto chegava de uma análise em que se mostram os lances importantes, e não apenas os gols de uma partida, e se fazia uma análise de posicionamento de jogadores, erros, etc.
    – Inventam notícias antagonizando pessoas. É horrível ver jornalistas fazendo a técnicos e jogadores perguntas do tipo: “O Fulano falou A. O que você acha do que o Fulano falou?”. E repetem o mesmo procedimento indefinidamente.
    – Focam em discussões fora do esporte e que são impossíveis de terminar de maneira objetiva. Em nenhum outro país do mundo se discute tamanho de torcida, qual torcida é mais passional, etc.

    Para fazer o que os jornalistas esportivos brasileiros fazem, exigir diploma é querer fazer uma “reserva de mercado de emprego”. Na era da Internet, isto felizmente acabou.

  • Leandro Alves disse:

    Chico também concordo, esta virando uma bagunça o jornalismo, eu que gosto de escutar os comentarios de gente que intende como você, Emanuel Carneiro e Lelio Gustavo, apesar de serem Atleticanos, com todo o respeito ao Alberto Rodrigues ter que aguentar o Vibrantinho no Alterosa esporte e duro!

  • enquanto a imprensa for um cabide de empregos de parentes e amigos vai acontecer isto no Brasil. é só acompanhar a imprensa: é o filho, a filha, cunhado, mãe, passando o “bastão” pra frente. acontece a mesma coisas no times profissionais: o preparador físico é o filho do ex-craque, o treinador de goleiros é sobrinho, etc. e tal. enquanto não tiver concurso público, continua assim. nem precisamos citar nomes para mostrarmos os exemplos vivos disto.

  • Renato Paiva disse:

    Concordo com o Éder e o Frederico. O diploma pode ser peça importante, mas não é essencial, especialmente em algumas áreas. No jornalismo, por exemplo, uma pessoa que seja conhecedora do assunto, saiba se expressar (escrita ou fala) e tenha os outros atributos citados pelos colegas, pode se fazer entender bem e, portanto, ser um bom profissional.
    E a seleção natural acaba funcionando, exceto nos casos de indicações políticas, onde o que prevalece é o peso da caneta de quem indica (o famoso QI).
    Abs.

  • Frederico Dantas disse:

    Chico.

    Penso que a formação acadêmica é importante. Mas acho que a escola de Jornalismo não é capaz de dar ao futuro profissional os seus atributos mais importantes: ética e coerência. É verdade que outros profissionais também precisam disso e não recebem na escola. Mas no Jornalismo isso é mais gritante.
    E seríamos privados de grandes profissionais que não têm diploma. Você mesmo começou sua carreira de Jornalista e a exerceu por muito tempo sem ter um diploma específico, não é verdade?

    Concordo com a teoria da seleção natural exposta acima. Os bons vão se sobressair. E olha que muito “jornalista” hoje nem sabe escrever direito; atributo básico.

    Abraço.

  • Éder disse:

    Chico, creio que a discussão vai muito além da necessidade de diploma.

    O mercado, seja ele de qualquer área, de alguma forma segmenta os profissionais. Há uma “seleção natural”.
    Veja na publicidade, não há e nunca houve necessidade de certificação para exercer a função, mesmo assim, não é difícil ver no mercado quem são as pessoas que estão mais bem colocadas, remuneradas e etc..

    Não acredito que tenha sido uma boa medida, porém acho que a discussão maior é na educação como um todo, na qualidade de ensino, e não em um caso específico.

    Será mesmo que um candidato que formou neste curso que mencionou conseguirá uma vaga no lugar de outro mais bem preparado?
    Sinceramente, tenho minhas dúvidas.

  • Venilson Fonseca disse:

    Caro Chico,

    Será mesmo que a necessidade de diploma para atuar como jornalista é a causa de se venderem “cursos” por aí? Me desculpe, mas mesmo na vigência da Lei que exigia diploma, abundavam por aí “faculdades” que vendiam “diplomas” para todas as áreas, inclusive para jornalistas. Mudou alguma coisa?!? Me desculpe, mas acho que o foco da sua crítica não está bem ajustado no real problema, qual seja, a competência, honestidade e senso de justiça necessários ao exercício de qualquer profissão. E isso, meu caro, não se garante com um diploma. Um abraço.