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Tiago Leifert: “Esqueça o romantismo nos esportes, é tudo negócio”

Para quem gosta de se ligar nos assuntos da mídia, uma entrevista muito interessante do apresentador da Globo,  Tiago Leifert, para a revista GQ de maio, postada hoje pelo fotógrafo JRDuran.

Perguntas e respostas como essas, por exemplo:

* “Você disse num evento: “Esqueça o romantismo nos esportes, é tudo negócio. As pessoas vendem os direitos”. É isso mesmo?

É verdade. Na hora de conversar sobre direitos esportivos a gente tem que perder o romantismo. Eu sou muito cobrado: “Por que você não fala de Fórmula Indy?” Simples: porque eu não tenho o direito de falar de Fórmula Indy, meu amigo! Existe uma ideia errada de que a Globo tem que falar de tudo porque o cara quer ver tudo na Globo. Meu amigo, muda de canal pra ver a sua notícia! Não tem Fórmula Indy na Globo, não vai ter Panamericano na Globo, não vai ter Olimpíada na Globo! Essa cobrança é puro romantismo! A gente tem que perder essa mania de achar que tudo é uma força do mal. Não é isso, é negócio. Quem paga mais leva e quem leva exibe.”

TIAGO

Recentemente você saiu do Twitter, mandou todo mundo tomar banho e depois voltou. Por que?

Na verdade, pra não mandar todo mundo tomar banho, eu falei: “Pessoal, o nível da discussão aqui está baixo”. O Twitter não é o lugar para
você discutir o sexo dos anjos porque só cabem 140 caracteres ali. E as pessoas estavam me mandando perguntas sobre assuntos complicados,
CPIs, direitos de transmissão do Brasileirão, assuntos estratégicos da Globo. E como eu não consigo desmentir em 140 caracteres as teorias
absurdas, conspiratórias e ridículas, a não ser xingando a pessoa, preferi dar um tempo.

Não seria mais fácil bloquear?

Eram muitos, eu iria perder muito tempo. É uma onda de gente idiota. Daí uma colunista da Folha viu que eu estava fora do Twitter, resolveu
fazer uma matéria e usou uma crase no título. Só que nem todo mundo sabe o que uma crase é e ela escreveu: “Por pressão à Globo Tiago
Leifert saiu do Twitter”. Isso é um absurdo enorme, é uma injustiça com os meus chefes e com a empresa que me deixa trabalhar do jeito que
eu quero, com a roupa que eu quero, sem teleprompter, fazendo o jornal que eu quiser. Tive que voltar ao Twitter e dizer: “Pessoal, ninguém
me mandou sair. Saí porque quis. Mas, beleza, então, já que eu faço tanta falta, vamos continuar”. E aí eu tive mesmo que bloquear uns mil
caras chatos.

Por que o futebol é o único esporte em que os torcedores saem na porrada?

O problema não é esportivo, é social. O Brasil é um país grande que não dá oportunidade pra todo mundo e tem um sistema social quebrado.
Acredito que essas pessoas que brigam em estádio não sabem a diferença entre um volante e um zagueiro. Se eu perguntasse para um cara que foi
preso porque brigou no estádio qual a diferença entre um 3-5-2 e um 4-4-2 ele não saberia me responder porque essas pessoas não gostam de
futebol. Elas se apegaram a um clube, a uma bandeira e transformaram aquilo na missão da vida vazia delas.

E por que o futebol?

Porque é o maior, é barato, é fácil de assistir, é fácil de se organizar e você vai encontrar outros loucos na massa. Eu, por mim, tranco logo num estádio, deixo se matar de uma vez e resolve isso. Esses xiitas que
destroem ônibus estão matando o futebol e não são torcedores de futebol, não gostam de futebol. Os caras que estão na praça de touros, eles gostam daquilo.

* Leia a entrevista completa no:

http://www.jrduran.com.br/news/


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