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Realidade que José Maria Marin poderia mudar: clubes quebrados, CBF e Federações endinheirados

Ricardo Teixeira saiu da CBF sem deixar nenhuma saudade; muito pelo contrário. 

A euforia geral pelo fim de 23 anos de mandato só não foi maior porque o seu sucessor também não inspira confiança.

Porém, pode haver uma luz no fim do túnel.

Durante a campanha presidencial de 2002 o candidato Lula disse que “o ser humano tem jeito” e citou José Sarney como exemplo.

O tempo mostrou que ele se enganou, porém, quem sabe o malufista José Maria Marin se enquadra neste sentimento que o Lula tem.

Em entrevista ao vivo à ESPN segunda-feira, Alexandre Kalil, um dos maiores opositores que Ricardo Teixeira teve na CBF, não tripudiou sobre o seu fim, e disse que agora é olhar para frente.

Também não criticou o sucessor e disse que espera que ele mude o que precisa ser mudado, para o bem dos clubes, que são a razão de ser do futebol.

Quinze minutos depois recebeu ligação do próprio Marin, que agradeceu e manifestou interesse em vir a Belo Horizonte para ouvir sugestões do presidente atleticano.

Kalil respondeu que, por questão de hierarquia e respeito, ele é que irá à CBF, quando o novo comandante o convidar.

Se quer dialogar com os clubes, Marin já está mostrando um diferencial em relação a Teixeira, que só conversava com os presidentes das Federações, que só usam os clubes, como a CBF.

Enquanto um Flamengo, o mais popular do país, comemora chegar perto de R$ 100 milhões de arrecadação anuais, a CBF, que não é dona de nenhum jogador sequer, arrecada quase R$ 300 milhões.

As Federações arrecadam muito menos que isso, porém, têm mais dinheiro que a maioria dos clubes.

Em Minas, só Atlético e Cruzeiro faturam mais, anualmente, que a FMF, que tem os cofres irrigados pela Globo, percentual nas rendas dos jogos, incontáveis taxas de inscrição e transferência de atletas em todas as categorias; taxas recursais e patrocínios, como a Chevrolet no atual Campeonato e BMG ano passado.

E os clubes é que pagam as despesas dos jogos, como as arbitragens, representantes da FMF, bem como as suas despesas de traslados, hospedagem, alimentação, e obviamente os devidos impostos.

Mas, como a esperança não pode morrer, há sempre um bom exemplo, e no caso das Federações, uma exceção: a de Goiás, que arca com todas as despesas dos campeonato que organiza, inclusive os traslados dos clubes e taxas de arbitragem, através das mesmas fontes de arrecadação que as co-irmãs têm.

Na conversa que terá com José Maria Marin, Kalil bem que poderia alertar ao novo comandante do futebol brasileiro para fatos como estes, que se resumem numa só realidade: CBF e Federações endinheiradas, clubes endividados, pobres ou semi-falidos, em todo o Brasil.

Os do interior principalmente, provocando este desnível técnico que existe e a falta de revelação de novos talentos, motivada pela falta de dinheiro e a Lei Pelé.


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Comentários:
10
  • J.B.CRUZ: Quando vc diz (sic) “… Quanto a possíveis maracutais,conchavos apropriações indébitas, aí já é caso de Polícia federal e Ministério público investigar as denúncias..”, também vale para aquele dirigente que segundo uma revista esportiva de circulação nacional, foi ou está sendo investigado pela Polícia Federal, e inclusive teve seu sigilo bancário e fiscal quebrados pelo STJ? (FONTE: Revista Placar, pág. 24, edição de Setembro/2008).

  • Lincoln Pinheiro Costa disse:

    Chico,

    Muito importante o presidente Kalil ser interlocutor do presidente da CBF.
    É preciso ter um canal direto de diálogo, sem intermediários.
    O presidente atleticano é antenado e tem conhecimento dos problemas do futebol. Se conseguir influenciar, pode contribuir para a melhora.
    twitter.com/lincolnpinheiro

  • EDUARDO BH disse:

    Agradou em cheio a atitude do kalil em relaçao a saida do Ricardo Teixeira,e, a sua postura em relação ao novo presidente da CBF. Demonstrou assim maturidade e muito jogo de cintura. Podemos ter um olhar desconfiado qto ao Marin, mas temos que esperar um pouco mais para analizarmos para que veio o novo mandatário da CBF.
    Veleu Kalil !!!
    Sds. atleticanas.

  • Rodrigo Assis disse:

    Romário arrebenta em 94 e Ricardo Teixeira é o responsável pelo tetra, ah nem….

  • bessas disse:

    Cada comentário….

    Na mentalidade de muita gente ainda prevalece “o rouba mas faz”, lamentável! É por isso que o país nunca vai sair de pretentende, a nação de destaque global.

    Era a ordem natural das coisas. Qualquer um que estivesse lá o desempenho em campo seria o mesmo.

  • geovany altissimo disse:

    Na realidade se não fosse o codigo do torcedor, o campeonato por pontos corridos nunca teria existido. Outra coisa está na hora dos clubes se unirem já que formam 20 votos no total de 47 para a eleição da CBF, juntando com os 7 estados dessidentes formariam 27 votos, contra 20 da oposição. Assim os proprios clubes comandariam a CBF

  • Schubert disse:

    Caro JB,

    Pelo contrário o RT liderou um boicote aos pontos corridos e eu não vejo esses títulos dentro do campo como meritos dele.

    Tem a questão da arrecadação da CBF que aumentou e muito, mas que a maioria dos clubes brasileiros estão com dívidas e os pequenos falindo.

  • Francisco Barbosa disse:

    “Os do interior principalmente, provocando este desnível técnico que existe e a falta de revelação de novos talentos, motivada pela falta de dinheiro e a Lei Pelé.”

    Isso Chico Maia, como dizem no meu grotão:

    MATOU A COBRA E MOSTROU O PAU.

    sds.

  • J.B.CRUZ disse:

    Administrativamente, RICARDO TEIXEIRA foi impecável á frente da C.B.F…Vamos aos FATOS: SELEÇÃO BRASILEIRA.

    1) – 2 VEZES CAMPEÃ MUNDIAL (1.994-2.002) – 5 COPAS AMÉRICA – 3 COPAS DAS CONFEDERAÇÕES..

    2) – Depois de mais de 20 anos de bagunça no futebol brasileiro, em 2.003 organizou o campeonato de pontos corridos, dando mais credibilidade ao certame..

    Quanto a possíveis maracutais,conchavos apropriações indébitas, aí já é caso de Polícia federal e Ministério público investigar as denúncias..

  • Núdia Fusco disse:

    Prezado, boa tarde,
    Meu nome é Núdia Fusco, sou responsável pela assessoria de imprensa da Bienal do Livro de Minas, que terá, este ano, um espaço totalmente dedicado às discussões sobre o futebol. Batizado de Goleada Literária, terá curadoria de Bob Faria. Seria possível incluir a informação no site? Caso precisem de mais informações, estou à disposição.
    Abraços,
    Núdia Fusco – ETC Comunicação

    Bob Faria comandará discussões esportivas na Bienal do Livro de Minas

    O jornalista e apresentador Bob Faria aceitou o desafio de comandar, pela segunda vez, a programação da Goleada Literária, espaço de discussões “literário-futebolísticas” da Bienal do Livro de Minas. O evento acontecerá entre os dias 18 e 27 de maio, no Expominas, e trará debates a respeito dos rumos do esporte no período que antecede os torneios sediados no país. Os convidados ainda estão sendo definidos pelo curador, mas a expectativa é que nomes de peso na indústria esportiva estejam presentes, além de executivos de canais de imprensa.

    Bob Faria é jornalista, apresentador, escritor e comentarista, com ênfase em conteúdo esportivo. Na TV Globo, é apresentador dos programas Globo Esporte, Bom Dia Minas e MG Esporte Clube, além de comentarista nas transmissões esportivas da emissora. No SportTV, é apresentador e comentarista dos programas de rede “Arena SporTV”, “Redação” e “Troca de Passes”, além de comentarista das transmissões de futebol e do programa “Bem Amigos”.

    A Bienal
    A Bienal do Livro de Minas acontece entre os dias 18 e 27 de maio, no Expominas, em Belo Horizonte. É o maior evento literário do Estado. O evento é realizado pela Fagga | GL exhibitions, em parceria com a Câmara Mineira do Livro.

    – Belo Horizonte