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Estádios pequenos, público comprando pacotes de TV e material esportivo

Este artigo do Ruy Castro é do dia 30 de junho, durante a Eurocopa, e explica um pouco o interesse da Fifa e seus parceiros, que incluem as confederações e federações nacionais autoridades públicas e grandes empresas que envolvem grandes somas de dinheiro no planeta.

Como fiz o José Luiz Gontijo, o “futebol comercial”, onde o que vale é o lucro, o resto é componente e fonte de arrecadação:

Da coluna do Ruy, na Folha de S. Paulo:

* “Futebol boa roupa”

Uma novidade da Eurocopa é a exposição pela TV dos uniformes dos jogadores, antes do jogo, no vestiário, como que arrumadinhos por uma mãe zelosa para garotinhos a caminho da primeira comunhão. Posso ver os roupeiros se esmerando para que cada camisinha fique simétrica ao calçãozinho, enquanto os craques, de cueca, esperam que os câmeras se aviem e se mandem.

Como as camisas trazem os nomes dos jogadores, significa que os treinadores divulgaram as escalações com antecedência. O que é normal. Mas, e se um treinador tiver uma arma secreta –um jogador inesperado–, que ele só pretendia revelar a um minuto do jogo, para não dar tempo ao adversário de se precaver? Em nome da TV, isso não será mais possível.

Quando meu amigo Hans Henningsen, o “Marinheiro Sueco”, me disse há 20 anos que, para a Fifa, o futuro do futebol estaria na transmissão pela TV e que o jogo no estádio seria um detalhe, não acreditei. Afinal, o que podia superar assistir a uma partida na arquibancada ou na geral, com o calor da massa ao redor? Pois esse futuro chegou.

Hoje, tanto faz que o público do jogo seja de 5.000 ou de 50 mil pes- soas. Para os clubes, a cota da TV, das placas de publicidade e de outras arrecadações laterais são as mesmas. E qual é o problema com os estádios vazios? Afinal, por ordens da Fifa, estádios que comportavam 90 mil ou 120 mil pessoas não têm sido reduzidos à metade, como foi o Maracanã?

Para ela, o ideal seria que esses torcedores privilegiados fossem uma fina classe média, com carro próprio (e haja vagas de estacionamento ao redor) e boa roupa para passear pelos camarotes, sob a mira das câmeras, como coadjuvantes dos convidados e celebridades. Os pobres, os malvestidos e os desdentados, que faziam a massa da torcida, que fiquem em casa, assistindo pela televisão.


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Comentários:
10
  • JB disse:

    Leitura perfeita desse Ruy, Chico! E te falo ainda mais, isso já vem acontecendo há um bom tempo em Minas (ao menos). Essas medidas educativas fuleiras do MP, a PM proibindo tudo e qualquer coisa nos estádios (e até no entorno!), falta de esforço para resolver os problemas envolvidos na falta de ingresso, e por aí vai…. Querem acabar o espetáculo da torcida, querem gente apática e bem comportada nos estádios. Distanciar os amantes do futebol em troca de consumidores bem dispostos a gastar.

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Chico, em termos de curiosidade, os torcedores vivem sacaneando os rivais colocando-lhes apelidos que afrontam sua “macheza”… rs

    Porém, os torcedores do Grêmio tiveram um capítulo especial nesta história, com o surgimento da COLIGAY no final dos anos 70… o que causou rebuliço à época e também divertidas histórias.
    Isso faz parte do rico folclore do meio futebolístico.
    No link abaixo todo mundo pode ver a história dessa curiosa torcida e inclusive ler citações de outros clubes(inclusive um de MG)com a mesma idéia… rsrsrs

    http://fichacorrida.wordpress.com/tag/coligay/

    Vale a pena ler e ver o lado espirituoso do pessoal… rs

  • Alisson Sol disse:

    Quanta bobagem. Quer dizer que mostrar o uniformes no vestiário revela a escalação? Os reservas não tem uniforme?

    Ao escrever: “Para ela, o ideal seria que esses torcedores privilegiados fossem uma fina classe média, com carro próprio (e haja vagas de estacionamento ao redor)…“. Será que este senhor foi mesmo a algum estádio de futebol europeu? Pergunta a ele onde estão as vagas do estádio do Arsenal, do Chelsea, e mesmo de Wembley.

    O futebol, assim com o tenis, o volei, o golfe, e qualquer outro esporte, quer o público que pague o valor de mercado do bem, sem subsídio. Não quer subsídio ou uso político do esporte. Mas isto é difícil. Em qualquer esporte. Desde Roma…

  • Grande Chico,

    Para você que também é um grande frasista do ludopédio – autor de frases célebres como “Vou guardar a minha boca para comer a minha farinha”; “Já vi árvores maiores caírem!”; “A Massa não perdoa!”, etc – acesse o link abaixo e divirta-se com outras pérolas do tipo “A diferença entre o torcedor e o eleitor, é que aquele não tem memória curta.”

    http://www.osinvicioneiros.com.br/2012/12/o-pior-trafico-e-o-de-influencia-e.html

  • Luiz Claudio de Assis disse:

    Ruy Catro foi muito feliz em seu comentário.

    Sempre que pude, defendi o direito da grande “massa” ter condições de ir aos estadios, e, ainda acredito que o futebol nunca será dos abastados, sendo sempre a diversão do povão.

  • André Corrêa disse:

    Aproveitando, Chico, olha só que beleza! Sem aquela empresa famosa, o grande Campeão Brasileiro volta a ser aquele timinho dos ratos no vestiário e da Terceira Divisão:

    http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2012/12/flu-espera-pagar-salarios-atrasados-de-novembro-ate-proxima-sexta.html

  • André Corrêa disse:

    Ruy Castro tem muita razão nisso que escreveu, principalmente quando fala que querem elitizar o futebol. Querem transformar nossos palavrões e xingamentos em algo cult.

    Querem isso, mas a gestão do esporte – principalmente no Brasil – continua nas mãos dos mesmos bandidos de sempre. Será que a FIFA quer criar um novo estereótipo? Seria o banditismo cult?

  • Marcelo disse:

    Chico, boa viagem e divirta bastante, mas o que me traz a este minifúndio é um outro assunto. O Super Esportes trás uma matéria alusiva à vitória do Galo sobre o Escrete Canarinho completinho em 69. E o Dadá, em mais um de seus arroubos individualistas disse considerar este o melhor jogo de sua vida, porque ele alcançou um status que ele ainda não tinha.
    Menos mal que o Galo também ganhou notoriedade pelo feito e até aceito o argumento do Dadá, mas é de impressionar como ele sempre usa o Galo como trampolim.

  • Julio Cesar disse:

    Chico, comentario a parte sobre o goleiro do Atletico ; que pese as defesas que fez inclusive o penalti, falhou bisonhamente contra o Bahia e ontem contra o Vitoria. Lances parecidos ! O preparador de goleiros do Atletico, que inclusive é da seleção Brasileira, atende somente o time titular ? Se é preparador/treinador de goleiros, seguramente quem mais precisa de preparo são os goleiros da base..!!! Goleiro titular com 25 anos ou mais, precisa de manutenção; se não aprendeu ate hoje, não aprende mais…

    – Belo Horizonte

  • Julio Cesar disse:

    Bom dia Chico ! Rogerio Micale, botou o Atletico em campo contra o Bahia, no primeiro tempo, muito recuado. Quase desanda a maionese ! Mas ontem, contra o Vitoria, deu do ! O Atletico chutou uma bola ao gol do Vitoria no inicio do jogo, e o proximo chute aconteceu somente ao 8 minutos do segundo tempo. Chamou e permitiu uma pressão sufocante, sem uma jogada de contra ataque bem armada; nenhuma. No segundo tempo fez duas substituições que transformou o time do Atletico, no “samba do crioulo doido” ! Ninguem sabia o que estava fazendo em campo: defesa desarrumada, meio campo que nem marcava e muito menos criava, consequentemente ataque inoperante…Então, o Vitoria deitou e rolou: placar moral 8 X 1 contando com dois impedimentos inexistentes que o auxiliar marcou.
    Lamentavel a opção do Rogerio; foi ridiculo sua opção e expos o Atletico a esse vexame..Numa final de campeonato…!!!

    – Belo Horizonte