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Dia a dia chileno com poluição, nevoeiro, frio e onde campanha antitabagista não pega

O argentino Jorge Sampaoli, técnico do Chile desde 2012, virou livro, recém lançado e vendendo muito no país. Obstinado pelo trabalho, tirou o Chile da 7ª colocação nas eliminatórias, saindo nos pênaltis da Copa, em Belo Horizonte, contra o Brasil.

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Neste intervalo de fase da Copa América, uma raridade comemorada por todo treinador de futebol: quase uma semana para poder treinar o time. Ontem a seleção de Dunga voltou a trabalhar, mas segunda-feira os jogadores tiveram folga e puderam andar pelo intenso comércio de Santiago e conviver com a população se protegendo do frio intenso e do primeiro dia de emergência ambiental em função do temido “smog” (smoke + fog), nevoeiro contaminado por fumaça e outros gases poluentes, que faz os chilenos de Santiago sofrerem e os obrigar a mudar de hábitos para evitar maiores danos à saúde. A capital do país sofre particularmente com o fenômeno por estar dentro de um vale, cercada pela Cordilheira dos Andes, onde raramente venta. Homens, mulheres e crianças com lenços ou máscaras nos narizes e bocas, muitos espirros e olhos avermelhados. No trânsito, rodízio de carros; nas rádios, TVs e jornais, reportagens sobre o assunto e campanha governamental sobre os cuidados que devem ser tomados.

Mas os chilenos não abrem mão de dois hábitos: o café nas incontáveis lojas e lanchonetes especializadas e o cigarro, que chega a impressionar. Certamente o movimento antitabagista mundial, que pegou até no Brasil, não pegou e dificilmente pegará no Chile. Fuma-se “desbragadamente”, em todos os lugares. Com a proibição em locais fechados, a chilenada enfrenta o frio bravo, vai para a rua e solta fumaça à vontade, feliz da vida.

TOCOS

E depois joga o toco em qualquer lugar também. As calçadas e os “Paseos”; belos e agitados quarteirões fechados de Santiago ficam lotados de tocos de cigarro, coisa que pouco se vê em Belo Horizonte.

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Por outro lado a cultura chilena não dá colher de chá para outras questões levadas muito a sério por aqui, como dirigir alcoolizado, por exemplo. Nem estrelas nacionais têm perdão, como o atacante da seleção Álvaro Vidal, que bateu a Ferrari num dia de folga, saindo de um Cassino, depois de tomar “dois tragos”, segundo ele. Quis doar o prêmio que receberá pela participação na Copa América, para um conhecido Instituto que dá assistência a vítimas de acidentes de trânsito, mas teve a oferta recusada.

VIDAL

O Instituto Fundação Emilia recusou a oferta de Vidal, pelo menos por enquanto, alegando que precisa aguardar o resultado do inquérito policial em curso contra o jogador e o pronunciamento final da Justiça, sobre a culpa ou não dele. Diz o diretor executivo da entidade, Carlos Albornoz, que se trata de uma questão de convicção e que apenas o dinheiro de Vidal não garante que ele vá mudar o comportamento no futuro. Como alguém público, precisa dar bons exemplos. Dependendo do acerto dele com a Justiça, a verba será aceita.


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Comentários:
4
  • Marcão de Varginha disse:

    Fumante é mal educado em qualquer lugar do mundo… cigarro incomoda em todo lugar!
    – Se fosse por estas bandas, será se alguma “ONG” rejeitaria essa doação, independente da culpa ou não por parte do doador?
    – 26/11/2014: eterno (e dolorido)!

  • Audisio disse:

    Parabéns ao pessoal da 98FM pelo belíssimo trabalho. O Gilbert está se saindo um dos melhores comentaristas do atual rádio mineiro.

    A criatividade com as músicas de zoação muito bem executadas, talento inegável nas imitações do Roberto Cadabras e Albertinho Lumbriga e os demais personagens.
    O Willy Cover é um excelente narrador e está se destacando por sua fidelidade na narrativa dos jogos.

    Bem diferente de algumas emissoras que estão dormindo nos seus louros do passado esquecendo de como eram pequenas quando partiram para conquistar o Estado na década de 60.

  • Pedro Vítor disse:

    Já que o Nepomuceno disse que o Galo é melhor que a seleção, vamos comparar:

    Jeferson, pra mim seria Reserva no Galo
    Daniel Alves, empata com o Patrick, perde pro Rocha
    Thiago Silva, sou mais o capitão do Galo, mais experiente, não chora em decisões, e faz gol
    Miranda, tem bola, mas o Jemerson esta no caminho certo, nesta disputa fico com o Miranda
    Filipe Luís, é bom, mas pra mim o Douglas Santos é mais habilidoso
    Fernandinho, sou mais Donizete
    Elias, Rafael Carioca dá um banho de técnica
    Willian, se comparado ao Dátolo, é melhor, agora se comparado Guilherme, aí perde
    Philipe Coutinho, enquanto ele pensa, o Luan já fez, sou mais Luanzinho
    Neymar, inquestionável
    Firmino, acho que num pegava nem banco no Atlético!

  • Juarez Athanagildo disse:

    Cada um com sua cultura e seus hábitos. Tô fora!
    Quanto ao Vidal, tá na cara; jogada de advogado. Me lembrei da época da pendência entre o goleiro Eduardo e o zagueiro Cris. Eduardo cumpriu sua pena, mas Cris foi vendido à França, sob a alegação de que estava sendo ameaçado de morte em BH. Acataram…