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A interferência do terror no futebol e nas montanhas de Minas

Menos mal que apesar da grande cobertura aos atentados em Paris a imprensa nacional não deixou de lado o noticiário da tragédia provocada pela Samarco/Vale/BHT em Minas Gerais, atentados humano e ambiental irreparáveis. A multa de R$ 250 milhões aplicada pelo Ibama, se for paga, vai para o governo federal. Ainda bem que a justiça bloqueou R$ 350 milhões de uma conta da mineradora em Mariana, que deverão ser gastos para diminuir o dano regional. E o Ministério Público fez um acordo para que ela pague R$ 1 bilhão para reparar alguma coisa no trajeto até o mar, onde o que sobrou do Rio Doce vai desaguar. Dinheiro que não resolve o problema, apenas alenta. Tivesse a Samarco cumprido com as normas de segurança cobradas pelo MP desde 2013 nada disso estaria acontecendo.

Já o terror na Europa se voltou contra o futebol para chamar a atenção para as suas loucuras. Depois de iniciar os ataques a Paris pelo Stade de France durante França x Alemanha, conseguiu o cancelamento do amistoso Bélgica x Espanha que seria hoje à noite em Bruxelas. O esporte, futebol principalmente, tinha uma certa proteção natural contra este tipo de ato. Depois dos atentados nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, o mundo esportivo não sofreu nova tragédia deste gênero e proporções em que 11 atletas de Israel foram assassinados. Em Atlanta’1996 uma bomba durante show em praça da cidade matou duas pessoas e deixou 111 feridas. Cinco dias antes da abertura dos Jogos de Pequim 2008 um ataque em Xianjiang, a 3.173 Km da capital chinesa, resultou na morte de 16 policiais.

O Brasil que aumente os cuidados para os Jogos do Rio 2016. Com nossas fronteiras fáceis de se transpor com armas e drogas aos montes, somos alvo fácil para terroristas cada vez mais preparados. Fico imaginando a tensão que serão vividas na Rússia na Copa das Confederações em 2017 e Copa do Mundo 2018. Além dos problemas internos, principalmente com a Chechênia e envolvimento na guerra civil da Ucrânia, agora o envolvimento na guerra da Síria.


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Comentários:
14
  • Luiz disse:

    chico,
    Olha que interessante essa pesquisa. Nada haver com o post,mas achei bacana e queria dividi-la com os amigos. Já que se fala tanto sobre migrações.
    Abraços

    Luiz

    http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1707320-veja-de-onde-veio-a-populacao-de-cada-estado-do-brasil.shtml

  • Mário José disse:

    Então, o homem-bomba terrorista saiu para se suicidar e levou o passaporte logo da Síria, país que é desafeto dos EUA? Explodiu o corpo mas o passaporte ficou inteiro ?
    http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN0T30RQ20151114

    Lembro-me que um dos terroristas que atacou o Charlie Hebdo em Paris, esqueceu durante a fuga a carteira de identidade dentro do carro que ele havia roubado para cometer os crimes. Ou seja, o cara antes de sair para o massacre fez o check list: AK 47, granadas, pistola .40, carteira de identidade…
    http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1572165-suspeito-de-atentado-esqueceu-identidade-no-carro.shtml

    Lembro, também, que encontraram no meio dos escombros os passaportes dos supostos terroristas que jogaram os aviões contra as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001. Segundo o laudo, o prédio caiu porque o aço da construção entrou em seu ponto de fusão 1000 graus, ou seja, o calor era tanto que derreteu o aço mas o passaporte não
    http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u29239.shtml

    Powww….os EUA precisão ser mais criativos. Tá fácil demais descobrir o jogo deles:
    Agora, os EUA vão comandar uma nova guerra contra o Islã. Com essa “nova guerra” ao terror a combalida economia americana vai ter mais um fôlego.

    Tô começando a achar que o Pateta não fica na Disney….

  • Mário José disse:

    Não existe uma fábrica sequer de armas, medicamentos ou comida no Iraque.

    Aí vem a pergunta: Quem fornece armas para o ISIS expulsar e matar as pessoas para depois poderem comprar petróleo a preço de banana ?

    Vladimir Putin responde a estas e a outras perguntas:
    https://www.youtube.com/watch?v=AzQk-5g3-O8&feature=youtu.be

  • Alex Souza disse:

    Olá Chico Maia, importante ver os assuntos terrorismo e rompimento de barragem repercutirem no blog. Penso que a omissão seja a marca registrada dos dois eventos.
    No Livro “O RELATÓRIO DA CIA – COMO SERÁ O MUNDO EM 2020″, lançado no Brasil em 2006, já se lia que surgiria UM NOVO CALIFADO no Oriente Médio. Um segundo livro “O NOVO RELATÓRIO DA CIA: COMO SERÁ O AMANHÔ, lançado no Brasil em 2009, com prospecção até 2025, já tratou de temas parecidos com o do 1º relatório (Economia, demanda energética, criminalidade, combustíveis, meio ambiente, mudança climática e terrorismo) mas não voltou a fazer referência ao Califado.
    Parece que as grandes potências já sabiam que o ISIS ia surgir no Oriente Médio e, quem sabe, até o estimularam na expectativa de que atuaria contra a ditadura síria, tida como fomentadora do terrorismo (pelo menos é o que se lê).
    As grandes potências e potências emergentes ignoraram o alerta (o simples fato de se ver escrito Cia no relatório já é o suficiente para muitos nem leiam) e deu no que deu. A ONU, por sua vez, não tomou medidas a respeito.
    Em suma: Agora que a “vaca foi pro brejo” aparece um monte de “especialistas e professores” disto e daquilo, sobretudo direito internacional e geopolítica, para dar “aulas” sobre o assunto em artigos e programas de TV.
    O Brasil ficou no papel de sempre: Bulhufas para este assunto; não faltou nem quem, para fazer contraponto aos Estados Unidos, até aliviasse diante das ações “dos irmãos do Estado Islâmico”; agora os “valentes e únicos recrutas de passo certo” fingem que se indignaram e soltam uma “nota de repúdio”.
    A coisa parece muito mais séria do que se imagina e o Brasil, com uma Olimpíada pela frente, nada sabe, nada monitora e caminha como se fosse uma nação especialista neste tipo de assunto. Preocupante. Parece, pelas “análises de alguns especialistas”, que esta é mais uma CULPA DE TODOS, ESPECIALMENTE DAS VÍTIMAS.
    O mesmo “vale” para a questão em Mariana. Barragens de rejeito existem e depois de construídas vão representar risco permanente. Parece que além da cobertura midiática há somente duas coisas a se esperar: sobrevoo e lamentação. Fazer o que deve ser feito nada: Um festival de omissões na fiscalização e no monitoramento. Alguns foram pesquisar se a barragem era licenciada e se os documentos estavam em dia (como se isto resolvesse); se a barragem foi construída esta coisa de licença não faz mais sentido, afinal, ela continuará onde está independentemente do vencimento ou não de uma licença. A burocracia dá muita importância a coisas assim aos invés de exigir monitoramento e acompanhamento adequado. Assim como alguns tentam justificar a ação terrorista também tentam justificar o empreendimento de mineração com alegações de abalo sísmico.

  • Marcelo Andrade disse:

    “Tivesse a Samarco cumprido com as normas de segurança cobradas pelo MP desde 2013 nada disso estaria acontecendo.” E o órgãos fiscalizadores do governo, fizeram o seu trabalho? Serão punidos? Só se prestam a ser mais cabides de emprego.

    • Jorge disse:

      Estes orgãos de fiscalização só servem pra pegar quem é pequeno ,
      e paga e cumpre Deus sabe como pra andar direito enquanto os
      que financiam as campanhas politicas á estes fazem o que querem,olhem
      quem foi eleito pra fiscalizar o cartel das mineradoras vejam se tem
      algum deputado que recebeu ajuda nas campanhas politicas vejam,e preparem-se
      para ouvir as desculpas mais imbecis que nem eles acreditariam mas o povo
      á o povo bobinho,acredita e ainda vota nas proximas eleições.

  • Alisson Sol disse:

    Duas pequenas observações:
    1) A cobertura do atentado em Paris está sendo detalhada. Quase tão detalhada quanto é omissa a imprensa sobre os atentados em Beirute um dia antes. Algo que discutimos aqui exatamente na véspera dos atentados em Paris: como a imprensa faz uma seleção estranha daquilo que noticia, às vezes não por um aspecto politicamente correto, mas “comercialmente correto”.
    2) Justiça boa é justiça rápida. Preocupa esta notícia de que estão fazendo acordos com a Samarco, e fazendo um fundo. Aí um advogado embarga o fundo, se faz o julgamento do mérito disto, daquilo, e daqui há dez anos, os afetados receberam migalhas, as cidades às margens do Rio Doce ainda estão tirando água de poço, isto aquelas que não serviram água contaminada para a população, etc. E aí o assunto é lembrado apenas quando ocorre o próximo “acidente”. A pergunta é: quem vai para a cadeia por isto? Sem cadeia para alguém, não há porque se ter mais cuidado na construção e operação de outras barragens semelhantes. É só ligar o cronômetro e esperar acontecer de novo…

    • Tonho ( Mineiro ) disse:

      Ta ai Alisson Sol gostei muiito do comentario !!!!

    • Alexandre Luiz disse:

      Difícil comparar Beirute que abriga um grupo terrorista como é o Hizbollah com Paris.

      • Alisson Sol disse:

        Alexandre Luiz,

        Uma vida humana perdida em um ato terrorista tem o mesmo valor, não importa onde. Este raciocínio é equivalente ao de achar que um crime contra alguém na favela é “menos crime” do que aquele contra alguém em um “bairro bom”. E aí não se combate o crime na favela. Assim como não se combateu o terrorismo em Beirute. Evidentemente, assim como o “crime na favela” logo se espalha na cidade inteira, o terrorismo não ficou parado em Beirute…

        Hoje, já se cancelou um jogo de futebol na Alemanha. Claramente, o terrorismo está pouco ligando para fronteiras em mapas. Talvez tivesse sido melhor dar mais atenção às milhares de vidas perdidas para o terrorismo em Beirute no passado…

  • ita disse:

    A imprensa falou de Mariana, mas só fala das consequencias, só explora a tragédia humana das pessoas, mas absolutamente NADA de discutir as políticas públicas que levaram ao crime ambiental e NADA de propor novas políticas para que isso nunca mais repita. Sem falar que deveria um Globo reporter e um Fantástico inteiro dedicado à situação das outras centenas de barragens de dejetos que estão próximas de outras cidades e rios. E no final da matéria tem sempre aquele momento, “olha o que a mineiradora está fazendo para melhorar!”

    Como é a fiscalização? Quem a fez? Foi adequada? A mineiradora seguiu todos os procedimentos? Se seguiu, como poderia ter sido adequada e suficiente? Como estão as outras barragens?

    Diferentemente da cobertura de Paris, onde a todo momento se fala do que está sendo feito para evitar novos ataques e se será realmente efetivo.

    obs. Os donos da Mineiradora PRIVATIZADA (a preço de banana) não moram aqui, aqui pra eles é esgoto.