Constantemente debatemos os motivos de o Brasil ser conhecido como o “país do futebol”, mas que esta modalidade esportiva nunca consegue segurar seus principais jogadores, além de ficar na dependência quase absoluta dos direitos de transmissão dos jogos pela TV. Paralelamente o mercado não dá sustentação a publicações ou programações de TV segmentadas exclusivamente ao futebol ou ao esporte como um todo. Excelentes revistas que circularam semanalmente no país, como Placar, Manchete e outras, sucumbiram, pela falta principalmente de patrocinadores, já que a venda de banca nunca garantiu os custos de nenhuma publicação brasileira. Tudo se resume ao marketing e a falta de credibilidade da maioria das instituições, atletas e dirigentes. No Brasil, acordos são feitos para ser descumpridos ou não honrados, e os exemplos são constantes.
O desrespeito a um patrocinador do momento vem do jogador mais experiente em atividade no futebol nacional: Zé Roberto, que assim como todos os colegas de Palmeiras, tem o famoso “contrato de imagem” que garante a parte mais significativa dos salários deles. No intervalo do clássico contra o Santos, ele simplesmente não vestiu a camisa do clube, com a propaganda do maior patrocinador, Crefisa, que paga uma fortuna para isso. Mesmo sendo avisado por um assessor de imprensa do clube, Zé Roberto ficou com a camisa pendurada no ombro, enquanto respondia às perguntas da repórter, em um dos poucos momentos em que a TV não consegue esconder a marca do patrocinador na camisa. É claro que a Crefisa está “p” da vida, principalmente porque não é a primeira vez que ela tem problemas com o Palmeiras neste sentido. Este ano mesmo o próprio clube desrespeitou um item do acordo que eles têm e por isso ela não pagou uma parte do que deveria pagar, com razão.
Isso sem falar na falta de crédito dos cartolas que decidem, tipo, José Maria Marin, preso; Del Nero que não pode sair do país, Ricardo Teixeira acuado e dirigentes de clubes atolados em confusões.
Vi trechos da entrevista do Cicinho, no Bola da Vez, do ESPN, ontem. Usa o nome de Deus em quase toda frase. Em fim de carreira, as marcas no rosto mostram um “senhor” que nada faz lembrar aquele lateral direito que aprontou tudo o que podia nas noites de Belo Horizonte. Inclusive concedeu entrevista à Placar, abrindo do jogo sobre tudo o que fazia, dirigindo e tomando uísque nas noitadas e seguindo direto para os treinos do Atlético. Era um ótimo lateral direito, mas não dava o devido retorno ao clube que o pagava.
E ainda conseguiu ir embora para o São Paulo, numa rasteira jurídica dada pelo clube paulista no Galo na época. Hoje, posa como um santo, se preparando para se tornar um “executivo” do futebol. Em Minas, mesmo sabendo das histórias dele, que ninguém duvide que num futuro nem tão distante, seja contratado por algum clube mineiro ou até mesmo pelo próprio Atlético.
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