Alex Souza disse:

Estádio Mineirão – Belo Horizonte/MG – 2811:00Agosto2016 – Domingo
Cruzeiro 2 x 0 Santa Cruz – 22ª Rodada do Campeonato Brasileiro 2016

POUCA CRIATIVIDADE: O Cruzeiro enfrentou grandes dificuldades no 1º tempo diante do Santa Cruz. Apesar do Mineirão cheio e do incentivo da torcida o time só apareceu com perigo numa cabeçada do zagueiro Manoel, à esquerda do gol de Thiago, depois de cobrança de escanteio, além de chute perigoso de Sóbis, depois de boa trama com Edimar, com a bola cruzando a área do Santa Cruz. No mais, o Cruzeiro manteve aquela posse de bola com toques improdutivos e sem acelerar o jogo para abrir o placar; o meio-campo esteve “lerdo” em alguns momentos.

PRESSIONADO: Mesmo com uma proposta bastante defensiva de jogo o Santa Cruz teve as duas melhores chances de gol na etapa inicial. Sempre em contra-golpes, com grande velocidade, o time de Recife assustou o Cruzeiro. Um lançamento feito encontrou Grafitte, nas costas de Bruno Rodrigo, mas a cobertura chegou a tempo com o corte parcial de Manoel, defesa parcial de Rafael e corte final de Bruno Rodrigo. Depois foi a vez de Leonardo Moura chutar uma bola rebatida pela defesa contra a travessão. Keno cruzou para a área, Manoel saltou tirando de cabeça e o lateral, de primeira, deu um chute fortíssimo e a bola foi no travessão, sem chances para Rafael.

LANCE PARECIDO: Logo a 4’ do 2º tempo, em lance muito parecido com a bola na trave chutada pelo Santa Cruz no tempo inicial, Edimar avançou pela esquerda e cruzou para a área; a zaga coral fez o corte parcial e Robinho pegou a sobra, dominou no peito e deu um chutaço no ângulo superior esquerdo do goleiro Thiago, sem chances de defesa. Um gol que começou a trazer tranquilidade para o Cruzeiro.

VACILO E PREJUÍZO: A 8” do 2º tempo Rafael Sóbis apertou a marcação sobre Léo Moura, que saiu com bola e tudo pela lateral. O atacante bateu rápido o arremesso para De Arrascaeta que, em velocidade, entrou pela área e passou a jogada para a conclusão tranquila de Ábila, livre de marcação.

ADMINISTRANDO: Depois dos 2 a 0 o Cruzeiro fez um recuo estratégico, esperando os avanços óbvios do Santa Cruz. O time coral levou algum perigo em chutes de fora da área, em duas jogadas de corte parcial da defesa, depois numa falta cobrada por Wallyson, quando a bola ia ganhando o ângulo superior esquerdo de Rafael, que fez bela defesa. O goleiro ainda fez outra boa defesa depois que João Paulo cobrou uma falta para a área e Wallyson cabeceou para defesa dificílima (a bola foi ao chão e ia ganhando ângulo superior direito).

PRESSIONANDO NO FINAL: O Cruzeiro só voltou a aparecer bem no ataque no final do jogo. Rafinha avançou com a bola dominada pela direita e cruzou; Willian bigode chutou na trave e Sobis pegou o rebote e chutou para fora. Finalmente, nos acréscimos, De Arrascaeta recebeu um lançamento em profundidade pela esquerda; o atacante dominou, limpou o zagueiro e chutou cruzado, com a bola passando perto da trave esquerda do goleiro Thiago.

PRESSÃO NATURAL: Nem precisava ser “profeta” para dizer que os jogos contra os times da zona da degola, com raras exceções, seriam difíceis e que de nada adiantaria o Cruzeiro sair fazendo contas. É necessário jogar sério, pressionar, aproveitar as chances e não falhar na defesa. A prova disso é que o jogo contra o Coritiba, no Mineirão, terminou 2 a 2 e o Figueirense, derrotado pelo Cruzeiro em Santa Catarina, foi recuperar os pontos em cima do Santos, ganhando na Vila Belmiro. O time vai precisar manter a tranquilidade para ir se afastando do Z4 sem a preocupação de ficar projetando algo mais no campeonato.

SEM REFRESCO: A alegada evolução do Cruzeiro, com projeções de maiores expectativas em torno do desempenho do time, são um exagero. O momento não é para isto e está claro que alguns jogadores, como Ariel, Robinho e Sobis, estão se cansando na etapa final da partida. A armação e a marcação estão ficando comprometidas em alguns momentos e as substituições são claro reflexo disto, como voltou a acontecer diante do Santa Cruz. Não é por acaso que os goleiros França, Fábio e Rafael foram muito exigidos diante de Corinthians, Coritiba, Figueirense e Santa Cruz.

TERMÔMETRO: Os revezes enfrentados pelo Cruzeiro neste campeonato nas partidas em casa, quando time não conseguir armar e concluir bem, perdendo ou empatando jogos, geraram desconfiança na mídia. Acompanhando por rádio e tv (sem poder ir ao estádio por causa de compromisso no horário da partida) várias análises destacavam mais o perigo de um gol do Santa Cruz (como aconteceu diante do Figueirense) do que os 2 a 0 de vantagem do Cruzeiro. Certas observações são exageradas: anunciado o acréscimo da partida no canal de tv ainda se falava em empate do Santa Cruz.

IMPORTANTE MUDAR: Mudar o elenco e promover a reestruturação do time do Cruzeiro vai se mostrando algo muito acertado e inadiável. No turno, em Recife, na derrota por 4 a 1, o “medonho” time foi a campo com Fábio; Lucas (Pizano), Bruno Rodrigo, Bruno Viana, Sanchez Miño; Ariel Cabral (Alex), Henrique, Bruno Ramires, De Arrascaeta (Douglas Coutinho) e Elber; William. Técnico: Paulo Bento. Era uma equipe cheia de “apostas” e, naquele jogo, o time não viu a bola: um penal desnecessário foi feito por Fábio (saída precipitada sobre Grafitte), Bruno Rodrigo perdeu uma disputa elementar contra o veterano Grafitte no 2º gol; o lateral direito e a zaga pararam o olhado o ataque no 3º gol; finalmente, uma linha, que não se chama “burra” por acaso, possibilitou o 4º gol. Para variar o ataque perdeu diversos gol no 1º tempo e o meio-campo não suportou a intensidade da partida. Agora o time melhorou com Manoel, Edimar, Robinho e Sobis; Minõ e Pisano foram acertadamente liberados e acabou aquela insistência com Álisson, Willian e Elber no time titular e com Coutinho na reserva.

RESUMO DA PARTIDA: Jogo dificílimo que quase se complicou para o Cruzeiro, que deu espaços para o jogo do time nordestino. A inconstância ao longo do campeonato acabou gerando inevitável desconfiança e pressão. Apesar do nervosismo inicial no jogo, pela pressão de fazer o resultado positivo, o time teve a sorte de não sair em desvantagem e ainda conseguiu ser efetivo com gols. Bom resultado que deu tranquilidade; aos poucos a equipe vai abandonando a fúria que fez do Cruzeiro o clube que mais finalizava errado no 1º turno (houve um momento em que o “rápido e rasteiro” foi abandonado e o time se limitava à “posse de bola improdutiva, correria e chuveirinhos”).

Cruzeiro: Rafael, Lucas, Bruno Rodrigo, Manoel e Edimar; Romero (Denilson); Ariel Cabral, Robinho (Rafinha), Sobis e De Arrascaeta; Ábila (Willian Bigode). Técnico: Mano Menezes
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Léo Moura, Luan Peres, Dany Moraes e Alan; Derley (Wallyson), Uillian Correa (Danilo Pires), João Paulo e Pisano (Marion); Keno e Grafite. Técnico: Doriva
Arbitragem: Sandro Meira Ricci (SC), com auxílio de Nadine Schramm Câmara Bastos (SC) e Hélton Nunes (SC)
Cartões amarelos: (Cru) Lucas Romero, Ariel Cabral e Rafael Sobis; (StaCruz) Derley, Uillian Correa e Keno
Gols: (Cru) – Robinho, a 4’2ºT e Ábila, a 8’2ºT
Público/Renda: 49.028 pagantes e R$ 1.445.435,00

J.B.CRUZ disse:

Vitória normal..Time realmente grande, sempre ao longo da temporada, tem seus altos e baixos…O futebol simples, sem muitas firulas; mas, com um bom entrosamento, fatalmente vai ser vencedor no final da jornada..
Agora o time tem comandante….
O CAMPEÃO VOLTOU !!!..
CRUZEIRO SEMPRE !!!…