O time fecha a 28ª rodada em Curitiba, às 21 horas, contra o Coritiba, que também luta contra o rebaixamento. Na 29ª rodada, o adversário será o líder Palmeiras, e o jogo seria no Independência, mas a diretoria vendeu o mando, para que o Estádio do Café, em Londrina-PR, seja o palco:
O sócio-torcedor Márcio Amorim enviou a seguinte carta à direção do clube:
* “Carta ao Conselho Administrativo do América Futebol Clube”
Senhores,
sei que vivemos um período político conturbado que torna as instituições desacreditadas. Há muito tempo, vimos assistindo verdadeiro desrespeito às leis e, consequentemente, aos cidadãos de bem.
Difícil, para nós, é acreditar que que tal estado de coisas acabam por nos atingir de forma tão grotesca.
Fomos submetidos a uma pressão incrível para que nos tornássemos sócios-torcedores. Depois de muito lutar contra, eu sucumbi ao perceber que a tática usada era a de fazer-nos crer que estávamos “pagando mais” do que os sócios.
Não há nenhum sócio que tenha comprado a ideia por engano. Todos, sem exceção, compraram a ideia de ver os jogos do Brasileirão Série A em que o América fosse mandante, COM QUALQUER TIME, E SEM CONSIDERAR A POSIÇÃO NA TABELA NO MOMENTO DOS JOGOS.
Se há algum meandro jurídico que torne este argumento, em caso de demanda, frágil, não há nenhum outro que nos impeça de considerar que fomos enganados.
Considero-me enganado desde que surgiram os primeiros boatos de venda de mando de campo.
A pergunta que surgiu junto com os boatos questionava se era não só ilegal como também imoral. A REvenda do produto (América x Palmeiras) não só é ilegal. É também imoral.
Ilegal, porque estão vendendo o mesmo produto para dois consumidores. E eu comprei o produto, antes dos empresários que agora oferecem 700 mil por ele, na boa-fé de que veria os grandes times do país, quando o América fosse mandante.
Imoral, porque foi feita uma pressão para aderir ao programa de sócio, de forma insistente e o único produto por que pagamos está sendo repassado a outro consumidor.
Qualquer argumento jurídico sucumbe diante do fato cristalino de que se trata de uma decisão impensada e irresponsável.
Impensada, pois não se levou em consideração o fato de que todos querem ver os maiores times do Brasil, aqui, na nossa casa, apta a recebê-los, sem nenhum entrave que justifique a mudança de local.
“Fazer caixa” não pode ser a ferro e fogo. Já fizeram caixa quando venderam ilusão; fizeram caixa quando os torcedores atenderam ao apelo dos diretores, embora soubessem que o time que estavam montando seria fraco. Muito fraco, por sinal.
Irresponsável, pois se propõem a REvender um produto que compramos por antecipação e a entregá-lo apenas ao segundo comprador, com certeza poderoso.
Creio que este caminho que estão percorrendo é sinuoso e perigoso. Já há boatos da venda dos jogos contra Flamengo e São Paulo. O que restaria do que “compramos”? Jogos com times de menor expressão?
Além do mais, há, sim, uma expectativa de bons públicos nos três jogos, porque são de interesse geral para a tabela de classificação. Em tempos idos, cobrou-se quantia irrisória e o campo encheu. Hoje, na lanterna eterna, cobra-se um absurdo do desportista, daquele que vai ao estádio por prazer, pelo espetáculo.
O resultado é que as bilheterias ficam às moscas e o ingresso “cortesia” é vendido abertamente na rua Pitangui a 20 reais. Quem vai pagar 100 reais na bilheteria?
Em qual cabeça pode passar um absurdo deste e ainda atribuir o fracasso dos campos vazios aos torcedores?
Este caminho sinuoso descortina-se como uma possibilidade de haver muitos problemas futuros na justiça. Se ainda há tempo, retrocedam, por favor!
Márcio Amorim – sócio-torcedor e, quem sabe, ex.
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