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Tragédia consumada, comoção total, agora é hora de apurar as causas e possíveis responsáveis

Muitos fatos novos surgirão em função das apurações. Um grupo de whatsapp envolvendo pilotos e especialistas em segurança aeronáutica está pipocando com diálogos entre eles e um estrangeiro, dono de hangar onde se abastece este tipo de avião. Frases como: “de acordo com a convenção internacional a Anac permitiria voo fretado desde que a cia. aérea fosse brasileira ou colombiana já que há companhias dos dois países fazem este roteiro, o que não era o caso dessa da empresa da tragédia (o Atlético fretava aviões da Gol para os jogos fora pela Libertadores); a autonomia de voo do avião era a mesma da distância a ser percorrida, sem margem para um imprevisto; de Santa Cruz de La Sierra a Medellin são 3 mil km, a mesma da autonomia; o peso dos equipamentos da delegação, o vento contra e outros fatores não foram considerados ou mal avaliados; o piloto era o dono da empresa e do avião, que é seguro, fabricação inglesa, porém precisa ter plano de voo corretamente programado; dono era venezuelano; economia porca que gerou uma pane seca; comandante omitiu essa pane porque a multa que receberia o quebraria”.

Recebemos dois comentários muito interessantes aqui no blog, que merecem reflexões e que repasso a vocês. Do Márcio Amorim e do Pablo Oliveira. Adianto que apesar de todo o respeito pelas opiniões do sempre sensato Márcio, discordo dele, já que antes de falar em “desígnios de Deus” é preciso que se apure eventuais culpas e tudo indica que não foi falha mecânica e sim pane seca em consequência de economia porca de um lado, ganância e omissão do outro. Ou seja, há culpados a se descobrir. Neste caso, concordo com o do Pablo de Oliveira:

Disse o Márcio Amorim:

* “Caro Chico!
A vida é feita de mistérios insondáveis. Tentar entender o que aconteceu é o mesmo que tentar desvendar o mistério da nossa existência e da fragilidade da vida humana. Não há o que falar. Há que se refletir e rezar pelos que se foram e pelos que ficaram com esta dor infinita.

Será que havia a necessidade de escrever certo por linhas tão tortas? Não vamos (nem podemos) questionar os desígnios de Deus. O que ficou escrito e que vai retumbar para sempre em nossos corações é que a brutalidade do fato descobre e expõe um sentimento de solidariedade nos quatro cantos do mundo. São linhas muito tortas, mas o resultado é um ensinamento misterioso e fantástico.

Ainda que apareçam seres com aspectos de humanos que não fazem parte desta solidariedade, pela simples incapacidade de ter qualquer sentimento nobre em relação a tudo que a tragédia trouxe, devemos agradecer pela imensa lição que foi para nós os “humanos”: não existe nenhuma cor de camisa que seja superior ao grande ensinamento “ama o próximo como a ti mesmo!”

Chapecó, seu povo, o clube, os familiares merecem o nosso respeito eterno e as nossas preces.
Somos impotentes para ir além”.

Agora o que disse o Pablo de Oliveira:

* “Absurdo o Piloto ter feito esse trajeto com combustível no limite.
Viajando de carro por uma estrada onde não conhecemos se o veículo entrar na reserva já ficamos tensos imagina um avião.
Com o aeroporto fechado para a prioridade do outro avião que relatou vazamento de combustível, ele teve de esperar fazendo círculos no ar, e essa espera foi fatal….
Esses aviões fretados tem que ser melhor fiscalizados, absurdo as Autoridades Bolivianas terem autorizado um plano de voo desses…”.

Pablo de Oliveira


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Comentários:
11
  • Pablo de Oliveira disse:

    Pra mim Deus escreve certo por linhas certas, o homem é que entorta tudo…
    Acabo de ver que esse avião já fez 5 voos no LIMITE todos eles com 4:30hs de voo, ou seja chegando com quase zero de combustível.
    Ou esse avião não tinha aviso quando o combustível está acabando, ou esse Piloto e co-piloto que morreram que Deus os tenha, eram muito frios.
    Meu irmão se fosse eu, tinha falado com a controladora, senhorita por favor libere a pista pois eu só tenho 5 minutos de combustível.
    Pois é igual brincar de roleta russa, é SUPER ARRISCADO, e deu no que deu.
    Inclusive um desses voos foi com a seleção Argentina com Messi e cia, que PERIGO.

  • Jorge moreira disse:

    Quem deveria fiscalizar o plano de vôo não fscalizou(anac) agora claro que aculpa sera atribuida ao piloto,é claro e quem deveria e não fiscalizou hem? Mais uma vez acorda arrebentando pro lado mais fraco, Só lembrando e o viaduto que caiu lá no planalto hem,sabem que são os culpados claro os que morreram,quem deveria ter fiscalizado estão todos na bôa(mas Deus existe)com certeza uma hora a conta vai chegar

    • Marcos Vitório disse:

      Antes fazer comentários as pessoas deveriam se inteirar um pouco mais dos fatos. A Anac não tem nada a ver com esse acidente, o voo nem mesmo partiu do Brasil. A Anac vetou que o voo fosse feito a partir do Brasil e pela insistência da diretoria da Chapecoense esse embarque foi feito na Bolívia, especificamente nessa aeronave. Um plano de voo totalmente equivocado e não fiscalizado pelas autoridades bolivianas que não se atentaram para autonomia de voo da aeronave. Essa aeronave nunca poderia fazer esse voo sem no mínimo uma parada para reabastecimento. Negligencia sim do piloto que era dono da aeronave e fez esse voo sem margem de segurança alguma e deu no que deu.

  • Alisson Sol disse:

    Minha suspeita é a seguinte: vão “apurar”, colocar a culpa no piloto falecido, e fica por isto mesmo…

    Acidentes aéreos são tão incomuns que causam tal consternação geral. Mas as estatísticas indicam que mais de 40mil pessoas morrem por ano em acidentes de trânsito no Brasil. Os motoristas ficam mais cuidados a cada ano devido a isto?

    Este negócio de que alguém vai “aprender com a experiência” é pura ilusão. Quem é precavido vai continuar precavido, e quem não o é, vai continuar arriscando. O grande problema é que às vezes os arriscadinhos apostam também com a vida alheia.

  • Tonho ( Mineiro ) disse:

    Bonito o que disse o Marcio Amorin, sensato o comentario do Pablo Oliveira, e exemplar o Chico por dar voz a opinioes diferentes.

  • José Eduardo Barata disse:

    Sinais , advertências , prenúncios .
    Morre-se todo dia .
    Guerras , doenças , tragédias pessoais .
    O próprio planeta emite seus estertores , sua
    agonia está sendo sentida em terremotos , em
    furacões , nos eventos climáticos .
    Nada disso alerta a humanidade , que segue
    impávida em busca de sua própria destruição .
    Essa tragédia , no entanto , comoveu a todos ,
    no mundo inteiro .
    A comoção ,os abraços , a solidariedade nos
    permitem imaginar um mundo fraterno , a dar
    as mãos , a compartilhar as diferenças , nesta
    vida terrena tão fugaz mas tão necessitada de
    amor e compreensão .
    Estejam em paz todos vocês , passageiros do
    voo que mudou a vida de todos nós .

  • Pablo de Oliveira disse:

    É muito triste o piloto não ter relatado a gravidade do problema com medo das retaliações que com certeza iria ter; por assumir esse plano de voo tão arriscado.
    Ele levaria cerca de 5 minutos para pousar o avião, só em conversa com a controladora de voo foram mais de 11 minutos, ou seja se ele abrisse o jogo com certeza teria sido autorizado o pouso em caráter de emergência e poupado tantas vidas.
    O piloto como dono da empresa teria que ter colocado as vidas acima de qualquer coisa, mas não o culpo ou o julgo porquê somos falhos somos seres humanos, infelizmente aconteceu essa fatalidade e que sirva de lição, principalmente para as autoridades Bolivianas nunca mais aprovar um plano de voo como esse.

  • Juca da Floresta disse:

    Concordo com o Pablo, não havia nenhum queimado entre os mortos e os sobreviventes e, pelo relato dos bombeiros colombianos, não havia cheiro de combustível no local do acidente. O piloto, dono na microempresa aérea foi o culpado pela tragédia. A Falta de combustível cortou os motores que causou a pane elétrica e a queda. Todo acidente aéreo é uma sequencia de falhas, a primeira falha deste acidente foi o piloto achar que poderia chegar a Medellin com o pouco combustível que que tinha. Uma parada para reabastecimento planejada seria o necessário para poupar vidas.

  • J.B.CRUZ disse:

    Irretocável o comentário de Márcio Amorim…Já o de Pablo Oliveira; é mais uma de Profeta do acontecido…

  • Raul Otávio da Silva Pereira disse:

    Saber o que realmente aconteceu não trará ninguém de volta.
    Mas ao menos permitirá que casos como esse não aconteçam mais.
    Acidentes de avião geram muita especulação, e quando o laudo final sai – 6 meses ou um ano depois – ninguém dá bola mais.
    Entretanto, essa explicação parece plausível – economia porca. E bote porca nisso.
    Porquê a Chapecoense não foi de avião de carreira – Gol, Avianca, Latam ou qualquer outra – e decidiu andar nessa “banheira” ? Eles já estavam em São Paulo depois do jogo contra o Palmeiras, teria sido muito fácil conseguir um dia/horário adequados.