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Olimpíada adiada, corruptos em casa, e os crimes da Vale passando em branco

Foto: SuperFC

Raras pessoas ou segmentos profissionais no planeta não estão pagando caro a sua cota de sacrifício por causa da COVID-19, a pandemia mundial. Mas há quem esteja se beneficiando dela: o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o publicitário Marcos Valério, por exemplo, que foram mandados para casa pela justiça.

Depois de muita relutância o Comitê Olímpico Internacional – COI -, e o governo japonês decidiram adiar para 2021 os Jogos Tokyo 2020. Demoraram até quando não dava mais para esperar. Óbvio, os prejuízos são astronômicos, financeiros e esportivos. Mas, não havia outro jeito.

No momento em que vi a notícia na TV, fiquei imaginando a cabeça das autoridades e executivos responsáveis por tomar decisões como essa. Questão de vida ou morte, de empresas, e principalmente de gente. Imediatamente me vieram a lembrança de nomes como Ricardo Vescovi (presidente da Samarco/Vale no massacre de Mariana) e Fabio Schvartsman, presidente da Vale no massacre de Brumadinho), quase esquecidos e por aí, levando suas vidas. Coincidente, no mesmo momento recebi essa mensagem via Whatszapp:

* “Na dúvida sobre isolamento?

Pense no Presidente da Vale SA decidindo se fechava ou não a Mina do Feijão. O prejuízo seria enorme, empregos seriam perdidos e a economia direta e indireta de Brumadinho afundaria. Decidiu não fechar! Afinal, apesar do risco conhecido, não se tinha certeza se a barragem iria se romper. Se rompesse, não se sabia quantos iam morrer. Fechar seria “irresponsável”, ato de um “histérico” e “lunático”. Ele preferiu ser apenas o Presidente da Vale! Muitos lhe deram razão. Até aqueles que hoje estão mortos. Mas depois da tragédia consumada, todos o acusam de criminoso. Ninguém duvida que ele tomou a decisão errada. Mas aí, já era tarde.

Boa reflexão a todos!””

Infelizmente o amigo que me enviou não soube dizer quem é o autor/autora, mas como diz Milton em Certas Canções, “…Que perguntar carece… Como não fui eu que fiz…”


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Comentários:
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  • Alisson Sol disse:

    Chico,

    Felizmente, o bem-assessorado CEO da empresa onde trabalho mandou todo mundo para casa, começando em 02/Março na região de Seattle, e extendendo ao mundo todo nas semanas seguintes. Entrando agora na quarta semana de “trabalho de casa”, nem tenho como reclamar. Por aqui, nem se pensa em relaxar o distanciamento social até o final de Abril. Eventos em Maio e Junho já foram convertidos para um formato “online”.

    A próxima preocupação em que devemos focar é a “segurança social”, que pode ser ameaçada a partir do pico. Os dados a que tenho acesso para planejar o trabalho dos grupos que coordeno não são animadores. Dados públicos nos EUA indicam que mais de 3 milhões de pessoas já pediram o seguro-desemprego. Isto é 10 mais do que na chamada crise de 2008-2009. É muito perigoso ter tanta gente desempregada em um país em que as pessoas tem direito ao porte de armas. Nos países da Europa, onde gerencio alguns grupos, a situação reportada pelas pessoas é de volta ao “radicalismo nacionalista”.

    O comportamento das torcidas e entidades esportivas, quando estas voltarem, pode ser um indicador do mundo após esta pandemia. É torcer para que todos vejam as disputas em campos e quadras como oportunidades de união fora do evento pelo bem-comum. Nenhum vírus pergunta “para qual clube você torce?”

  • Marcão de Varginha disse:

    Meus sinceros sentimentos aos enlutados!