Esta capa do Estado de Minas de hoje mostra a triste realidade por causa da pandemia, mas a ausência de torcidas nos estádios se tornou fato comum no futebol nos últimos anos, por um motivo ou outro. Punição a clubes por causa de badernas ou alegada incapacidade das forças de segurança para garantir a presença de ambas no mesmo jogo e por aí vai.
Mas outros motivos já afetavam o sumiço voluntários dos torcedores: custo alto para ir a um jogo, horários e dias incompatíveis para um cidadão que tem que trabalhar cedo no dia seguinte, entre outras coisas. Mas, nem a baixa qualidade dos espetáculos pesa tanto quanto o desinteresse por um campeonato, como estaduais, por exemplo, na fórmula caduca como são disputados.
A imprensa faz das tripas coração para criar motivações que atraiam o público consumidor de futebol nos campeonatos estaduais, o Mineiro inclusive. Heverton Guimarães, da Band/98FM, twittou quando os jogos da 8ª rodada estavam rolando: @hevertonfutebol “Em 300 anos de campeonatos estaduais, resultados e desempenhos de grandes e pequenos ñ mudaram. Vitória com placar elástico aqui, derrota p/ time do interior acolá, jogos ruins. Depois de tanta repetição ano após ano ainda tem gente querendo algo diferente. Estaduais são isso aí.”
É claro que concordo com ele, mas sabemos que os “donos” do futebol mineiro e brasileiro não têm nenhum intere$$e em mudar, já que mesmo não sendo do ramo, são os que mais lucram com esta mesmice. As federações e CBF estão tranquilas. Nem estádios vazios pelo segundo ano consecutivo assustam a elas, já que as gordas verbas da TV e patrocínios estão mantidos. Com público ou não, o dinheiro das bilheterias é cada vez menos importante na sustentação do circo. Ou seja: o torcedor se tornou um mero detalhe, quando deveria ser exatamente o contrário. Se for ao estádio ótimo; se não for, ótimo também. Vai comprar pacote de trasmissão, vai aderir a planos de sócio-torcedor ou comprar produtos com a marca do time dele. O que importa é que o dinheiro vai continuar entrando, com Covid ou sem Covid.
Enquanto isso a TV que compra os direitos e a imprensa em geral, que precisa atrair a audiência/leitura de quem gosta de futebol, têm que inventar fórmulas para motivar os consumidores de notícias. Aí criam manchetes e grandes reportagens sobre o “tabú” do Atlético nunca ter vencido o Pouso Alegre na história!!! Como diz o grande jornalista Rogério Perez: “Cruz credo; santo Deus”. Que notícia! E coisas assim, duvidando da inteligência da “plebe ignara”! E vida que segue, e bola que rola.
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