Dois anos depois de ser forçado a renunciar ao mandato, o ex-presidente foi expulso pelo Conselho Deliberativo, composto por 500 conselheiros. Destes, apenas 136 compareceram para votar. Foram 113 votos pela expulsão, 20 contra, dois votos nulos e um em branco. Breve, assembleia dos associados votará pela expulsão ou não dele do quadro de sócios. O processo criminal continua correndo na justiça, acusado de falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa.

Fico imaginando o que se passa agora na cabeça deste senhor, de 81 anos de idade, eleito em disputa apertada com o Sérgio Santos Rodrigues, 35 votos de diferença. Atualmente, um dos nomes mais mal falados da história do futebol brasileiro, não pode frequentar locais públicos, sob risco de ser agredido verbal e fisicamente.

Fez por onde e está pagando pelos erros. É a vida.

Ele não é o único responsável pelo fundo do poço aonde chegou o Cruzeiro, mas certamente será o único punido. Vai entrar para a história como o grande bode expiatório, já que não tem lastro político nas hostes azuis. Entrou de gaiato na política do clube. Incentivado pelos companheiros de copo nos bares das sedes do Barro Preto e Pampulha, entrou na aventura de se candidatar à presidência em fins de 2017. Aproveitando-se da colcha de retalhos que era a disputa, ganhou. Mas, como diria a ex-presidente Dilma, também perdeu; ou melhor: só perdeu. Sem ser do ramo, foi envolvido, virou uma espécie de “bobo da corte” e agora está nessa, a esta altura da vida.

Que situação!

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro. Na comemoração do título da Copa do Brasil em 2018, jogadores jogaram-no na banheira do vestiário do Itaquerão. E o Cruzeiro postava este tipo de foto do seu presidente em suas redes.

No GE, o dia em que ele venceu a eleição, a grande comemoração, as promessas, a ilusão e o início do inferno em que se tornaria a vida dele:

* “Em votação acirrada, Wagner Pires de Sá é eleito novo presidente do Cruzeiro”

Com 235 votos, nome apoiado pelo atual mandatário, Gilvan de Pinho Tavares, vence candidato de Zezé Perrella e vai comandar o clube no triênio 2018-2020 

Em uma das eleições mais acirradas da história do Cruzeiro, a situação venceu. Wagner Pires é o novo presidente do clube pentacampeão da Copa do Brasil. O candidato da chapa “União – Pelo Cruzeiro, Tudo”, indicado pelo atual mandatário, Gilvan de Pinho Tavares, venceu a eleição por 235 votos a 200 contra o candidato da oposição, Sérgio Rodrigues, da chapa “Tríplice Coroa” (foram cinco votos brancos e cinco votos nulos). Wagner vai comandar a Raposa no triênio 2018-2019-2020, ao lado dos vice-presidentes Hermínio Lemos e Ronaldo Granata.

Após a vitória, o novo presidente do Cruzeiro, que só assume no início de 2018, agradeceu o apoio e disse que, de agora em diante, situação e oposição vão se unir pelo crescimento do clube.

– O Cruzeiro é um só. Amanhã, todos, Chapa União e Chapa Tríplice Coroa estarão juntas. O que nós desejamos é o engrandecimento dessa nação de cruzeirenses, de 9 milhões de torcedores. O que nós vamos fazer aqui, eles podem precisar de mim, mas nós vamos precisar muito mais de vocês conselheiros, associados e torcedores. Espero que estejam todos comigo, vocês me deram a presidência, agora espero que me deem o conselho. Obrigado.

https://ge.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/em-votacao-acirrada-wagner-pires-e-eleito-novo-presidente-do-cruzeiro.ghtml